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Após compra da Moovit, Intel quer lançar táxis autônomos em 2022

Por| 05 de Maio de 2020 às 17h05

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The Street
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A aquisição da Moovit pela Intel, anunciada nesta semana por um valor de US$ 900 milhões, é mais do que apenas a anexação de um serviço altamente promissor ao portfólio da fabricante de semicondutores. Para a marca, reconhecida pelos processadores, mas disposta a ir bem além disso, os planos são de lançar uma frota de táxis autônomos já em 2022, que deve chegar a centenas de cidades de todo o mundo até 2030.

Esse é um dos aspectos nos quais a Intel aposta ao dizer que deseja se tornar fornecedora de soluções completas de mobilidade, um mercado com receita estimada de US$ 160 bilhões, até o final desta década. É um movimento que começou em 2018, quando a companhia investiu US$ 50 milhões na Moovit, e agora ganha caráter estrelado com a união entre as duas como parte de uma iniciativa completa para o segmento, que também envolve a oferta de tecnologia autônoma para os consumidores.

Os planos são ambiciosos, mas a fabricante deseja ir por partes. Foi o que deixou claro o Professor Amnon Shashua, vice-presidente da Intel e CEO da Mobileye, subsidiária que lidera os esforços da gigante em mobilidade. “A aquisição da Moovit faz parte do nosso roadmap [desse setor], com crescimento anual da oferta até chegarmos a uma autonomia plena”, afirmou em conferência com jornalistas realizada nesta terça-feira (5).

Esse ideal, afirma Shashua, será obtido a partir do uso de geofencing, com a aplicação de limites geográficos por meio de GPS e delimitação de zonas nas quais os veículos poderão trafegar. O executivo não falou quais cidades que receberão a iniciativa primeiro, mas a ideia é atuar em grandes centros urbanos e multiplicar o número de localidades na medida em que os anos forem passando, chegando ao ideal de centenas delas até 2030.

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Tudo isso enquanto mantém a Moovit como uma subsidiária independente, que continuará a prestar os próprios serviços aos 800 milhões de usuários que angariou em mais de 100 países. Os dados coletados pela companhia serão essenciais na criação das geofences e também no desenvolvimento da tecnologia de automação, o que faz com que a aquisição faça todo sentido quando se observam os planos da Intel para esse segmento.

A combinação entre diferentes modais de transporte também faz parte dos planos, ainda que a autonomia seja o principal dos focos da aquisição. Na visão de Nir Erez, CEO da Moovit, em um mundo no qual as pessoas não precisam mais dirigir, o foco deixa de ser o volante em si e passa a estar no tempo e custo das viagens, bem como os diferentes meios utilizados. “Até mesmo os mapas, em si, passam a ter importância secundária. A integração de dados passa a ser essencial para a movimentação dos usuários pela cidade”.

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O salto ambicioso da Intel nesse rumo também tem a ver com a visão de negócios da companhia, explicitada por Shashua com uma frase forte. Segundo ele, a fabricante não acredita no nível 3 de direção autônoma, no qual a presença de um motorista ainda é necessária, apesar de ele não precisar manter os olhos na estrada e as mãos no volante o tempo todo. “Os ganhos são muito pequenos e os riscos muito maiores”, completa o executivo.

A empresa trabalha, então, com o nível 2, com automação parcial e necessidade de atenção completa do motorista e algumas melhorias do que chama de “nível 2+”. O desejo, entretanto, é saltar diretamente para o nível 4, o que permitiria a aplicação do ideal de robotáxis e veículos que efetivamente andam sozinhos, ainda que sujeitos a determinadas condições ideais de tráfego e clima, por exemplo, mas excluindo completamente a necessidade de supervisão humana.

A Intel, claro, não ignora os desafios regulatórios, uma etapa essencial para que todos esses planos se concretizem. E aqui, mais uma vez, a empresa cita mais um motivo para a aquisição da Moovit, pois acredita que, ao unir todo o desenvolvimento, dados e aplicação do modelo de direção autônoma sob seu próprio guarda-chuva, é capaz de lidar de forma mais direta e fácil com governos e órgãos internacionais de transporte.

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“A oferta de uma solução de ponta a ponta faz muito mais sentido para os órgãos regulatórios”, explica Shashua, que também se mostra confiante nesse sentido. De acordo com o executivo, os responsáveis pelas aprovações se sentem muito mais confortáveis quando lidam diretamente com o fornecedor da tecnologia em todas as suas etapas, o que também facilita a emissão de permissões e a apresentação de resultados de testes de segurança e confiabilidade.

“O robotáxi é a ponte para a chegada à autonomia completa também aos consumidores”, completa o vice-presidente, citando as parcerias com montadoras como igualmente essenciais para que isso aconteça. Planos e prazos sobre isso, entretanto, não foram explicitados, apesar de a noção geral ser de que, em uma década, a autonomia veicular deve ser uma realidade constante nas principais cidades do mundo.

Fonte: Intel