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Construção de usina no Ceará pode derrubar internet do Brasil, aponta Anatel

Por| Editado por Wallace Moté | 29 de Setembro de 2023 às 15h19

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Divulgação/Ellalink
Divulgação/Ellalink
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A construção de uma usina de dessalinização tem gerado um embate entre as operadoras de telefonia e o governo do estado do Ceará. A questão envolve a possibilidade de quebra dos cabos submarinos de fibra óptica, que passam pela cidade de Fortaleza e garantem a estabilidade da conexão à Internet no Brasil todo.

O projeto para a construção da instalação é de responsabilidade da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), com o objetivo de converter a água do mar na região da Praia do Futuro em água potável. De acordo com as estimativas divulgadas, a oferta de água na Grande Fortaleza poderá ser aumentada em 12%.

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Contudo, há a preocupação de que as obras possam romper os cabos submarinos da grande rede que passa pela região. Por conta de sua localização geográfica, Fortaleza é o ponto de conexão do Brasil com o resto do mundo, e é responsável por até 99% do tráfego de dados em território nacional.

A manutenção dos cabos submarinos é considerada essencial para manter a estabilidade de conexão em todo o país, já que são eles os responsáveis por transmitir informações em alta quantidade e velocidade. Todo o planeta é interconectado por estes cabos, que costumam ser gerenciados pelas operadoras e/ou grandes empresas de tecnologia.

Portanto, estima-se que a quebra dos cabos possa fazer com que a internet brasileira seja completamente desligada, ou pelo menos fique bem mais lenta do que se está acostumado.

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Anatel emitiu recomendação contra usina, mas Cagece afirmou que já fez revisões no projeto

A Anatel emitiu uma recomendação contrária à construção da usina, o que parou o andamento do projeto e deve atrasar a finalização em pelo menos seis meses. Inicialmente, era previsto que o início das atividades de dessalinização aconteceriam em 2025.

A Cagece afirmou que já realizou revisões no seu projeto, que incluem o afastamento da infraestrutura de 40 para 500 metros dos cabos. As mudanças teriam custado cerca de R$ 35 a 40 milhões, e seriam capazes de garantir que o funcionamento dos cabos não seja afetado.

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No passado, já foram registradas ocasiões em que grandes regiões ficaram completamente sem internet por danos nos cabos. É o que aconteceu na Mauritânia em 2018, em que a população ficou 48 horas sem internet por conta de uma quebra.

Porém, é improvável que o Brasil seja afetado nessa magnitude, já que há uma infraestrutura mais completa por meio de cabos adicionais ou por satélite.

Caso cabos submarinos sejam rompidos ou danificados, o processo de manutenção costuma ser caro e complicado. Afinal, é preciso usar uma série de equipamentos específicos para puxar o cabo do fundo do mar até a superfície, e então realizar o conserto necessário.

Fonte: via G1