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O que esperar dos processadores Zen da AMD, parte 2

Por| 14 de Outubro de 2015 às 16h17

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O que esperar dos processadores Zen da AMD, parte 2
O que esperar dos processadores Zen da AMD, parte 2
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Na primeira desta matéria especial vimos os motivos que levaram a AMD perder tanto espaço no mercado para a Intel e como a introdução dos núcleos "Zen" em 2016 pode mudar o jogo e colocar a companhia em pé de igualdade com sua maior rival.

Hoje vamos conferir em mais detalhes o que a linha Zen tem a oferecer para as APUs em relação à linha Core da Intel e também o que pode dar errado em tudo isso.

Vida longa para as APUs

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Além dos usuários de alto desempenho, que buscam sempre o que há de melhor em suas máquinas, quem sai ganhando também é o segmento de APUs. A AMD praticamente inaugurou esse segmento de produtos em 2011 com o Llano, época em que a Intel ainda trabalhava com o Sandy Bridge e seus gráficos Intel HD 3000, sendo uma excelente alternativa para quem buscava algum desempenho 3D sem precisar de uma placa de vídeo dedicada.

Muita coisa aconteceu desde então, chegando até a APU Carrizo, anunciada na COMPUTEX 2015, que traz o motor gráfico GCN (Graphics Core Next) 1.2, cores Excavator (ainda baseados no Bulldozer original), TrueAudio, FreeSync e uma boa quantidade de recursos extras. Não podemos ignorar que a Intel melhorou muito o poder de fogo de seus gráficos integrados, em especial para os chips equipados com o Iris Pro, mas ainda sem ter alcançado a AMD em recursos extras e sem oferecer uma relação custo-benefício que faça sentido, afinal, quem compra um Core i7-6700K dificilmente vai usar gráficos integrados.

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O que as APUs ganham com o Zen? Muito! Começando pela maior eficiência dos núcleos Zen, que passam a oferecer um motor de cálculos físicos mais eficiente por contarem com uma eficiência por core bem superior, um das das desvantagens das APUs em relação à linha Core da Intel. O segundo ponto é a própria diminuição da litografia, já que transistores menores abrem uma boa quantidade de cenários positivos na hora de desenhar novos chips.

Por exemplo, atualmente mesmo as APUs mais avançadas ficam limitadas a 4 cores. Com um processo de fabricação menor, a AMD pode aumentar esse valor para 6 ou até mesmo 8 núcleos sem aumentar consideravelmente o tamanho do die ou o consumo energético, afinal, estamos falando de uma redução de 28 nm para 14 nm. Mantendo a quantidade de núcleos, é possível aumentar ainda mais a frequência de operação, novamente sem interferir no TDP final.

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O que também pode ser feito é aproveitar o espaço extra para equipar as novas APUs com gráficos integrados ainda mais eficientes, com mais cores de processamento de fluxo e com frequências maiores. Nesse cenário, até mesmo algumas GPUs intermediárias passam a ser desnecessárias, com GPUs futuras tanto da Nvidia quanto da AMD reservadas para o público avançado e entusiastas, que costumam usar várias placas de vídeo simultâneas em SLI ou Crossfire.

Temos também a transição do DDR3 para o DDR4, que impacta diretamente no desempenho das APUs, já que os gráficos integrados compartilham a memória RAM do sistema. Ou seja, mantidas constantes todas as outras características, as APUs já teriam um ganho importante de desempenho apenas com esse upgrade. Combinando isso com mais núcleos de processamento, GPU melhorada, otimização para usar o HSA e hUMA e maior eficiência por núcleo teremos um produto matador.

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E o que pode dar errado?

Como tudo na vida, temos que levar em consideração os possíveis problemas da transição para o Zen. Ainda que a sua chegada ao mercado seja algo já confirmado, quando isso irá ocorrer? Temos acompanhado esse assunto há algum tempo e observamos sucessivas revisões de data de lançamento (inicialmente em 2015, agora no terceiro trimestre de 2016) em especial pela aparente falta de sincronia entre os calendários do Zen e da Global Foundries para aperfeiçoar o processo de 14 nanômetros.

Isso abre margem para a Intel, que pode tanto anunciar uma nova linha Core quanto uma edição revisada do SkyLake, a Kaby Lake (que seria o “refresh” do Skylake assim como o Devil Canyon foi para o Haswell). Ou seja, digamos que, no melhor dos cenários, o Zen seja tudo o que a AMD promete, com 40% mais performance em relação à sua última geração. Como ele ficaria contra os modelos da Intel? Quanto mais atrasos, menor fica essa margem.

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A AMD já divulgou algumas informações sobre o Zen+, que teria 10% a mais de desempenho em relação ao Zen por melhorias de arquitetura, algo semelhante ao “Tac” da Intel que ocorre depois do “Tic” de diminuição da litografia. Isso significa que a AMD já tem as melhorias planejadas para o Zen, que provavelmente viria em 2017, o que faz com que Intel tenha uma janela confortável para anunciar sua sétima geração com 10 nanômetros, codinome Cannon Lake.

Na prática, isso significa que a AMD pode até surpreender com o Zen, mas que ele vai chegar “velho” (pelos padrões de tecnologia, naturalmente), já ultrapassado pela Intel. Mais do que isso, a AMD estaria, novamente, em uma posição de ter que cortar os preços do Zen para competir com a Intel, entrando de novo no ciclo de baixas receitas, dificuldades de investir e atrasos nas gerações futuras.

Conclusão

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Esse artigo busca não só falar um pouco mais sobre o Zen, mas também o que ele significa para a AMD e para o mercado em geral. Mais do que somente uma nova geração de processadores, ele é essencial para colocar a empresa de volta no topo, permitindo que ela concorra de igual para igual com a Intel, o que impacta diretamente na forma que o mercado de processadores irá funcionar daqui para frente.

A Intel está numa posição bastante confortável atualmente, praticamente sem concorrentes no mercado de altíssimo desempenho, o que dá liberdade para cobrar preços cada vez maiores para os seus modelos mais avançados. Quem sofre com isso é o mercado como um todo, que passa a ter que pagar preços cada vez mais altos por upgrades cada vez menores, geralmente na casa dos 5 ou 10% por geração.

O Zen pode mudar essa balança, favorecendo o lado da AMD e aumentando a competitividade do mercado. Porém, parece que isso depende muito mais de quando ele chegará às prateleiras do que propriamente as características dessa nova geração.

Fontes: FudZilla, WCCFtech 1, WCCFtech 2, Anandtech, Softpedia, Phoronix