Nvidia RTX 4090 mobile se aproxima da RTX 3090 para desktops em testes
Por Renan da Silva Dores • Editado por Wallace Moté |
Estreiam nesta quarta-feira (8) os primeiros notebooks com as novas GPUs Nvidia GeForce RTX 4000 — especificamente a RTX 4080 e a RTX 4090 mobile — e, com isso, os primeiros reviews desses componentes já foram ao ar mostrando os grandes avanços que a arquitetura Ada Lovelace traz aos portáteis. O destaque vai para a RTX 4090, que não apenas entrega ganhos de 50% em média frente à RTX 3080 Ti mobile, como ainda consegue atingir patamares próximos da RTX 3090 e 3090 Ti para desktops.
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A família RTX 4000 para laptops foi apresentada em janeiro, na CES 2023, e já contempla modelos de entrada a partir da RTX 4050. As mais poderosas RTX 4090 e RTX 4080 serão lançadas primeiro, com as soluções mais simples estando previstas para chegar ao mercado no final de fevereiro. Primeira integrante da série 90 em anos a chegar ao segmento mobile, a RTX 4090 é uma GPU extremamente robusta, ainda que passe longe da variante para desktops.
O lançamento é embarcado com o chip AD103 totalmente habilitado, trazendo 76 Streaming Multiprocessors (SMs), compostos de 9.728 núcleos CUDA, 76 RT Cores para Ray Tracing e 304 Tensor Cores para DLSS e outros recursos de Inteligência Artificial — trata-se do mesmo chip e especificações da RTX 4080 para desktops. Apesar dessas semelhanças, a faixa de consumo e os clocks afastam a 4090 da placa para PCs de mesa.
As fabricantes podem configurá-la entre 80 W e 150 W (atingindo 175 W com a tecnologia de Dynamic Boost, que avalia energia disponível e temperaturas), atingindo frequências entre 1.455 MHz e 2.040 MHz, a depender do TGP. Seu poder computacional máximo, segundo a ficha técnica, é de 39,7 TFLOPs, ainda que o próprio Dynamic Boost possa elevar esse limite em notebooks melhor refrigerados. Completa a ficha os 16 GB de RAM GDDR6, trabalhando a 18 Gbps em interface de 256-bit para entregar largura de banda de 576 GB/s.
Por sua vez, a RTX 4080 mobile é embarcada com chip AD104, o mesmo da RTX 4070 Ti para desktops, mas com 2 SMs a menos — temos assim 7.424 CUDA cores, 58 RT Cores e 232 Tensor Cores. A faixa de consumo é configurável entre 60 W e 150 W (chegando a 175 W com Dynamic Boost), enquanto as frequências variam entre 1.350 MHz e 2.280 MHz, proporcionando até 33,8 TFLOPs de poder computacional. A memória é de 12 GB GDDR6, com velocidade de 18 Gbps e interface de 192-bit para atingir largura de banda de 432 GB/s.
RTX 4090 mobile empata com RTX 4070 Ti
Todos os reviews divulgados destacam alguns pontos: apesar de ser extremamente poderosa para um chip de notebook, a RTX 4090 mobile não merece o nome que possui, passando bem longe da 4090 para desktops. Além disso, quase todos os testes foram feitos com a versão mais robusta do componente, trabalhando a 175 W (150 W + 25 W via Dynamic Boost), portanto modelos mais limitados, especialmente os de 80 W, não entregarão o mesmo nível de desempenho avaliado.
Fora isso, as promessas de 3 vezes mais eficiência e desempenho esbarram no marketing da Nvidia, que obteve esses números utilizando o DLSS 3, capaz de duplicar ou mesmo triplicar a taxa de quadros graças à tecnologia de geração de frames via Inteligência Artificial. Com isso fora do caminho, todos os analistas concordam que os ganhos de eficiência e performance apresentados ainda são muito impressionantes.
Em média, desconsiderando o DLSS 3 e dependendo da resolução, a RTX 4090 consegue entregar entre 50% e 60% mais desempenho que a RTX 3080 Ti mobile, a GPU mais poderosa da Nvidia para notebooks da geração passada. Isso confirma os rumores ao posicionar a GPU estreante no mesmo patamar da RTX 3090 e RTX 3090 Ti para PCs de mesa, mas consumindo metade da energia (350 W contra 175 W). Isso também coloca a novidade em igualdade com a RTX 4070 Ti.
Os avanços são grandes o suficiente para fazer com que mesmo as CPUs mais poderosas, como o novo Core i9 13950HX — que, vale destacar, é um i9 13900 de desktop empacotado para notebooks com maior limitação de energia —, sejam o fator limitador em resoluções menores, como 1080P e, em alguns títulos, 1440P. É nesse cenário em que o DLSS 3 brilha, removendo o processador da equação e então fornecendo os saltos gigantescos prometidos pela Nvidia em games como Microsoft Flight Simulator e Cyberpunk 2077.
RTX 4080 mobile é 30% superior à RTX 3080 Ti
As críticas de nome, variação de consumo e promessas baseadas no DLSS 3 também são feitas à RTX 4080 mobile, mas novamente o modelo impressiona pelo salto que entrega. Os ganhos são suficientes para colocá-la como uma opção viável frente à própria RTX 3080 Ti mobile — dependendo da resolução, a vantagem da nova GPU vai de 25% a 30%, e mesmo sendo mais modesta, ainda encontra algumas limitações de CPU.
Quando pensamos que ambas apresentam especificações semelhantes, como mesmo número de núcleos e faixa de consumo, os avanços de eficiência da microarquitetura Ada Lovelace, aliados à nova litografia 4N da TSMC, são visíveis. Novamente, em títulos que possuem DLSS 3, a RTX 4080 consegue brilhar e atingir ganhos significativos de performance. Nesse cenário, os reviews estabelecem ainda como a geração de quadros por IA faz muito mais sentido nos notebooks.
As limitações de CPU e até mesmo das GPUs são mais comuns nos laptops, em virtude do consumo e aquecimento. A tecnologia da Nvidia elimina, ou ao menos reduz, esses gargalos, dando mais fôlego aos componentes sem exigir demais da máquina. É provável que, com esses resultados, vejamos uma adoção maior do recurso pelos desenvolvedores de games.
Preço exorbitante é principal limitador
Mesmo com os resultados impressionantes, as novas GeForce RTX 4090 e RTX 4080 mobile apresentam um grande limitador: o preço astronômico. Os valores de máquinas equivalentes às da geração anterior chegaram a apresentar aumentos de 50% — o que faz o usuário pagar por cada porcento de performance ganho com as GPUs estreantes. Como destaca o canal Jarrod's Tech, os laptops mais baratos com a 4080 partem de US$ 2,299 (~R$ 11.950), enquanto modelos com a 4090 começam em US$ 3,499 (~R$ 18.180).
No entanto, há um fator curioso, também indicado por Jarrod's Tech: o custo por frame. As novas GPUs são potentes a ponto de cobrar mais barato por cada quadro que entregam, o que compensaria o investimento nos chips mais novos. Dito isso, máquinas com GPUs RTX 3000 devem começar a receber grandes descontos, o que poderia eliminar esse benefício.
De toda forma, os preços são altos demais, e tornam a compra praticamente inviável quando consideramos que desktops com harware entusiasta, incluindo Core i9 13900K e a RTX 4090, custam o mesmo. A vantagem da portabilidade dos notebooks também é quase anulada pelo tamanho exagerado dos laptops e suas fontes de alimentação, ainda que um nicho que precise levar a estação de trabalho para diferentes lugares possa ser atendido.
Os novos notebooks começam a ser vendidos globalmente hoje (8), mas não há previsão de estreia das RTX 4090 e RTX 4080 mobile no Brasil. Ainda assim, não espere encontrar aparelhos custando menos de R$ 15 mil, diante dos preços internacionais.
Fonte: ExtremeTech, WCCFTech