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ARM se separa da ARM China após disputas

Por| Editado por Wallace Moté | 08 de Abril de 2022 às 13h30

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Vishnu Mohanan/Unsplash
Vishnu Mohanan/Unsplash

Conforme havia anunciado no início de março, a ARM acaba de se separar da divisão chinesa ao realizar a transferência de parte das ações que possuía na ARM China para uma entidade independente. O braço de operações asiático, que operava como uma Joint Venture com outros investidores chineses, tem sido motivo de problemas para a companhia britânica em virtude de atitudes rebeldes tomadas por seu CEO, Allen Wu.

ARM se separa da divisão chinesa

Em comunicado emitido às agências de notícias Caixin e Nikkei Asia, a ARM confirmou que a transferência de ações foi realizada nesta semana, por "razões de contabilidade". A mudança faz com que a ARM China deixe de ser uma subsidiária da empresa britânica para se tornar um investimento, deixando assim de ser necessária a divulgação dos resultados financeiros da divisão chinesa a investidores ou órgãos reguladores.

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Isso não significa que fabricantes da região deixarão de ter acesso à arquitetura: a ARM China continuará a distribuir a tecnologia, pagando as taxas de licença para a unidade central da ARM. Agora, no entanto, a gigante britânica pode seguir com planos mais ambiciosos, como a entrada na bolsa de valores, que exigiria acesso às informações financeiras da unidade asiática.

A decisão, tida como acertada pelo sócio da firma de advocacia norte-americana Katten Muchin Rosenman, Han Lijie, contorna a principal limitação causada por Allen Wu, que buscava independência e se recusava a divulgar os dados da ARM China. Em 2020, o executivo chegou a ser demitido pelo conselho da divisão, mas também se recusou a acatar a ordem, mantendo-se até hoje como CEO. A questão já foi levada ao judiciário e uma audiência deve ocorrer em breve.

Um dos motivos pelos quais Wu consegue se manter no poder é o de ainda ter em posse o selo da ARM, exigido para conclusão de transações financeiras da empresa. Curiosamente, como explica Lijie, essa mesma situação pode atrapalhar a transferência das ações, caso o executivo não tenha dado aprovação. Ainda que a companhia seja do Reino Unido e, em teoria, esteja livre para transferir as ações como deseja, as leis chinesas podem seguir no sentido contrário.

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Entrada na bolsa e eventual compra pela SK Hynix

Ainda que não tenha citado explicitamente quais seriam as "razões de contabilidade", o mais provável é que a companhia estivesse se referindo ao processo de entrada na bolsa de valores norte-americana de NASDAQ, definida após a desistência de compra por parte da Nvidia — a transação enfrentou resistência de grandes fabricantes e órgãos reguladores, sendo encerrada sem sucesso no início deste ano.

Outro provável motivo é uma eventual compra pela SK Hynix, uma das principais fabricantes de memórias da indústria, que sinalizou estar estudando a possibilidade de formar um consórcio com "parceiras estratégicas" para adquirir a ARM, fortalecendo seu retorno ao mercado de fabricação de chips para outras companhias. A aquisição conjunta visa justamente contornar os problemas enfrentados pela Nvidia.

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Fonte: Nikkei Asia, Tom's Hardware