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Mais da metade das ligações indesejadas são feitas por robôs no Brasil

Por| Editado por Claudio Yuge | 23 de Março de 2023 às 22h00

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(Imagem: Reprodução/Taylor Grote/Unsplash)
(Imagem: Reprodução/Taylor Grote/Unsplash)

Entre 15 e 21 de janeiro de 2023, o Brasil registrou uma média de 2,47 bilhões de ligações feitas por robôs por semana, conforme os dados divulgados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O número é referente às ligações com menos de três segundos de duração e equivale a 51% do total de ligações feitas no país durante a pesquisa.

No ano passado, a Anatel lançou uma medida cautelar para reprimir a atitude abusiva das empresas. Somente na primeira semana de maio de 2022, a agência computou 3,59 bilhões de ligações de spam — equivalente a 60% do total de chamadas registradas no período.

Em uma nota enviada ao portal Byte, a Anatel afirmou que as medidas adotadas continuam vigorando até o final de abril de 2023. Apesar do número ainda ser assustador, a agência constata a redução do número de spam telefônico desde que a ação entrou em vigor.

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Em média, brasileiros recebem 13 ligações de spam por semana em 2023

Uma pesquisa realizada no último mês com 2 mil brasileiros revelou que, em média, são recebidas 13 ligações de spam por semana. A pesquisadora Inês Ferreira, da Escola Superior de Comunicação Social (ESCS), de Lisboa, publicou os resultados online, confira:

  • 59% conhece alguém que já foi vítima de golpe telefônico;
  • 24,8% paga por aplicativo anti-spam;
  • 1 em 5 brasileiros recebe ligações de spam depois das 20h;
  • 83% dos brasileiros já pegaram um golpista em ação pelo celular;
  • 96% têm medo de que familiares ou amigos mais velhos possam ser vítimas de golpes telefônicos.

Medidas da Anatel

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Em entrevista para o portal Tilt, Cristiana Camarate, superintendente de relações com consumidores da Anatel, explica como funciona a punição para as empresas que assumem esse comportamento, considerado abusivo, de importunação com os clientes:

"Como punição, a medida prevê que as empresas que fazem mais de 100 mil chamadas de três segundos por dia e aquelas que a proporção de chamadas rápidas seja igual ou superior a 85% entre todos os telefonemas feitos na data, ficam 15 dias bloqueadas e impedidas de fazer chamadas nesse período", explica.

A superintendente ainda revela que apesar da redução após o anúncio das medidas, os números estão voltando a crescer: "Esses números são sazonais, eles acabam variando de uma semana para a outra. É um trabalho incessante e a longo prazo até que esse número baixe ainda mais. Estamos estudando uma sequência de medidas para serem implantadas ao longo dos anos".

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Como funcionam os robocalls?

Os robocalls são tecnologias de software que utilizam inteligência artificial (IA) para realizar ligações automatizadas em massa. Com o objetivo de facilitar o trabalho do funcionário, evitando que precise perder tempo ligando de cliente em clientes, o sistema contacta diversos clientes ao mesmo tempo, os direcionando para funcionários assim que atendem a chamada — é o que explica Thiago Frederick, diretor comercial da Callflex+VoxAge, empresa que cria robôs de telemarketing para empresas.

O que acontece na realidade, porém, é que alguns segundos após o cliente dizer "alô", o robô desliga a chamada. Segundo a Anatel, muitas empresas usam essa 'tática' para atualizarem seus cadastros como "prova de vida", ou seja, saber quando um número está sendo utilizado e se o cliente atende desconhecidos. "Com a tecnologia, ligam para dez pessoas simultaneamente para que uma atenda e, assim, eles atualizam os sistemas próprios de bancos de dados", acrescenta a Camarate de relações com consumidores.

O que fazer para barrar o spam?

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O consumidor pode utilizar a ferramenta "Não me perturbe" gratuitamente para não receber ligações de empresas, basta fazer a solicitação pelo site. Uma outra alternativa é o portal "Qual Empresa Me Ligou?", lançado em fevereiro deste ano, onde os clientes podem verificar quem está realizando as chamadas e fazer uma reclamação direta na empresa.

Em entrevista para o portal Tilt, a advogada Marina Freire Santos, especialista em direito do consumidor, disse que somente após esgotadas todas as possibilidades, o usuário deve recorrer à justiça "pleiteando a abstenção das ligações, e eventual indenização por danos morais que tenha sofrido".

Fonte: Byte; Tilt