Unreal Engine 5: 2026 pode ser o ano do fotorrealismo sem travamentos?
Por Raphael Giannotti • Editado por Jones Oliveira |

Quando a Epic Games revelou a Unreal Engine 5 no auge da pandemia, a promessa era clara: democratizar o fotorrealismo com tecnologias como Nanite e Lumen e texturas super detalhadas. A teoria era linda, mas a prática tem sido, no mínimo, "engasgada". Quem acompanha o mercado de hardware e joga no PC sabe que a UE5 se tornou sinônimo de visuais impressionantes, mas também de problemas de performance crônicos, como o famigerado stuttering (travamentos momentâneos) e uma exigência de hardware que deixa até placas topo de linha suando frio.
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Com a chegada de novas gerações de hardware e promessas de otimização para o motor gráfico, a pergunta que fica no ar é: será que em 2026 finalmente veremos essa engine rodar lisa, ou continuaremos reféns de upscalers para conseguir uma taxa de quadros decente?
Onde a UE5 tem falhado?
Não é segredo que a fidelidade gráfica tem um preço, e na Unreal Engine 5, a moeda de troca tem sido a memória de vídeo (VRAM) e a estabilidade dos quadros. As queixas dos jogadores são constantes em fóruns e redes sociais: jogos que sofrem com compilação de shaders durante a gameplay e texturas que demoram a carregar.
O grande vilão aqui tem sido o gerenciamento de VRAM. Títulos recentes que utilizam a engine, como Senua's Saga: Hellblade II, STALKER 2 e Black Myth: Wukong, mostraram que a era das placas de vídeo de entrada pode estar chegando ao fim para quem quer qualidade máxima.
Isso porque o limite dos 8 GB está próximo: nossos testes mostram que, em Hellblade 2, mesmo em presets médios, o consumo de VRAM fica no limite ou ultrapassa os 8 GB, causando gargalos. Além disso, engasgos de carregamento acontecem por falta de memória. Isso obriga o sistema a buscar dados na memória RAM ou no SSD, gerando quedas visíveis de FPS. Em cenários de carregamento de assets pesados, o consumo dispara e a fluidez vai embora.
Toda essa problemática gera uma dependência de upscaling. Para rodar bem, a engine muitas vezes obriga o uso de tecnologias como DLSS ou FSR, já que o desempenho "cru" em resoluções nativas como 1080p muitas vezes não se sustenta sem comprometer a qualidade visual em placas mainstream.
Para quem tem placas como a GeForce RTX 5060 ou a Radeon RX 9060 XT com 8 GB, a UE5 se apresenta como um desafio técnico, onde o visual é incrível, mas a performance é inconsistente. Além disso, alguns jogos no motor gráfico da Epic Games são apenas pesados demais sem necessidade, Hell is Us e Silent Hill f.
Problemas "superados" por poder bruto e IA
Apesar do cenário atual desafiador, a indústria não está parada. A Epic Games tem trabalhado em atualizações, como a versão 5.7 lançada recentemente, focada em melhorias visuais, mas a grande virada para 2026 parece vir da força bruta do novo hardware que está por vir.
Muitos dos "engasgos" da Unreal Engine 5 são ligados a gargalos de CPU. Uma forma de lidar com essa questão é usando processadores realmente poderosos, como os AMD Ryzen com a tecnologia 3D V-Cache. E falando neles, ao que tudo indica, o Time Vermelho pode estar preparando modelos com quase 200 MB de cache e clocks maiores, recursos que beneficiam os games, aliviando os problemas de draw calls e física complexa da engine.
Do lado da GPU, a NVIDIA continua empurrando as barreiras dos limites. A série RTX 50, liderada pela monstruosa RTX 5090, traz um novo patamar de poder bruto e tecnologias de IA. Além dela, a rival AMD também trouxe melhorias substanciais nesse quesito com as Radeon RX 9000 baseadas em RDNA 4.
A latência, um problema comum quando usamos geradores de quadros para compensar o peso da UE5, está sendo amenizada com recursos como o NVIDIA Reflex e Radeon Anti-Lag, garantindo gameplay fluido mesmo em cargas pesadas. Infelizmente, isso acontece melhor em placas intermediárias para cima, como a RTX 5070 e RX 9070 para começar.
No entanto, o consumo energético continua subindo (a RTX 5090 pode drenar até 575W), o que indica que a solução continua sendo mais energia para mais pixels, algo que vai totalmente na contramão do esforço da indústria em relação a eficiência energética.
2026 será o ano da virada para a UE5?
Podemos dizer que 2026 tem tudo para ser o ano em que a Unreal Engine 5 finalmente mostrará seu potencial pleno, seja com melhorias que têm sido feitas (mesmo que ainda não tenham mostrado resultados positivos palpáveis), ou por força bruta de hardware de nova geração.
Ou seja, tempos melhores com a UE5 virão, sim, mas muito dele estará atrelado à adoção de hardwares de ponta, como CPUs mais fortes, sejam os mais recentes ou os próximos, e GPUs de nova geração. Para o entusiasta que pode investir nesse tipo de hardware, o sonho do fotorrealismo sem travamentos será real, permitindo resoluções altíssimas com desempenho mais constante, atropelando todos os problemas.
Há quem culpe o próprio motor gráfico pelos vários problemas, mas a Epic Games culpa o processo utilizado pelos desenvolvedores. Olhando para o futuro, além das melhorias ao próprio UE5, a empresa já trabalha na Unreal Engine 6, mas a primeira demonstração ainda vai demorar a chegar, lá para meados de 2028.
Porém, para o mercado mainstream, o desafio persiste. Enquanto placas de 8 GB ainda forem o padrão de entrada e correspondem ao maior volume de vendas, a UE5 continuará exigindo sacrifícios gráficos ou uso agressivo de upscaling. A engine pode até brilhar em 2026, mas o "ingresso" para ver esse show na qualidade máxima segue caro.
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