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Review Rise of the Ronin | Construindo e se divertindo com seu próprio destino

Por  • Editado por Durval Ramos |  • 

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Divulgação/Team Ninja
Divulgação/Team Ninja

Quando Rise of the Ronin foi anunciado, a ideia de mais um jogo de samurai exclusivo do PlayStation, após o lançamento de Ghost of Tsushima, não me parecia uma ideia tão atraente. Desenvolvido pelo Team Ninja, responsável por games como Nioh e a franquia Ninja Gaiden, títulos que não me agradaram completamente, apesar de reconhecer o valor, também não me animou.

Para a minha total surpresa, o jogo que chega ao PlayStation 5 no dia 22 de março de 2024, não só é exatamente o que eu não sabia que queria, como entrega uma das experiências mais divertidas que tive neste primeiro trimestre do ano.

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Um samurai dividido

Rise of the Ronin, ou Ascensão do Ronin como está sendo chamado na tradução brasileira, tem uma história principal relativamente simples. Você começa o jogo criando dois personagens distintos que são revelados como sobreviventes de um massacre em sua vila. Criados por um clã de assassinos, eles são extremamente bem treinados, mas quando lutam juntos, são quase invencíveis.

Digo quase pois, em uma importante missão para eliminar um oficial da marinha dos Estados Unidos, são separados, com um dado como morto. É nesse momento que Rise of the Ronin realmente começa, com você precisando escolher um dos personagens que criou para seguir em sua jornada.

Após se afastar daqueles que o treinou, você segue como um ronin, um samurai sem mestre, vagando em busca de vingança pela morte de sua outra metade. Aos poucos, seu personagem vai encontrando personagens pelo seu caminho que podem ajudá-lo nos seus objetivos. 

Parece uma descrição um tanto genérica, mas o jogo não tenta complicar muito as coisas, deixando tudo relativamente simples. O desenvolvimento dessa história principal não é dos melhores, tratando tudo de maneira até rasa, mas por um motivo bem específico: você é mestre do seu próprio destino.

Contra ou a favor do xogunato: você decide

Rise of the Ronin apresenta grande liberdade para o jogador decidir como deve jogar. Desde os equipamentos até estilos de luta, tudo pode ser personalizado por você ao longo da campanha. O mesmo vale para as diferentes habilidades que você pode destravar, deixando seu personagem mais forte em combates, habilidoso com arco e flecha ou capaz de intimidar e mentir para os outros em diálogos.

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O jogo coloca o seu personagem em meio a um conflito entre grupos pró e anti-Xogunato, apresentando missões que você escolhe. Conforme as suas decisões, além de vantagens como equipamentos especiais e habilidades que podem ser destravadas, você começa a criar uma linha de história que considera todas as suas escolhas.

Um bom exemplo disso é a possibilidade de recrutar aliados para ajudá-lo em missões. Em dado momento da história, existe a possibilidade de você receber a solicitação para eliminar alguém. Chegando no local, você pode lutar contra essa pessoa, mas antes do golpe final, receber duas opções: eliminá-lo ou poupá-lo.

Caso queira decepar a cabeça do oponente, você pode seguir em frente, sendo que não sentirá grande diferença na forma como o jogo prossegue. Porém, se poupá-lo, existe a chance de encontrar esse personagem novamente, que se lembrará da sua ação e pode se oferecer para ajudá-lo em momentos difíceis. 

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Isso faz com que você passe a analisar cada possibilidade que apareça no seu caminho.

Um jogo de videogame que consegue divertir

Com uma variedade de missões espalhadas em um mapa de mundo aberto, você pode fazer o que quiser, inclusive, decidir como a história se desenvolve. Isso me fez lembrar muito um jogo até similar, lançado inicialmente para o PlayStation 2 chamado Way of the Samurai. Nele, você também controlava um ronin em uma vila, com uma história que se desenhava baseada nas escolhas tomadas pelo jogador.

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Essa comparação despertou em mim uma sensação que jogadores que aproveitaram gerações passadas de consoles talvez também curtam: Rise of the Ronin parece ter o espírito de um divertido jogo de PS2. Isso está longe de ser uma reclamação e sim um grande elogio para os desenvolvedores do Team Ninja.

Mesmo aproveitando avanços tecnológicos e ideias mais presentes em títulos atuais, Rise of the Ronin consegue evocar uma simplicidade no seu gameplay que o torna muito gostoso de jogar. 

Eu poderia falar sobre seus sistemas de combate, que parecem uma versão mais fácil de um souslike como a franquia Dark Souls ou Nioh, da própria Team Ninja. A ideia que todo mundo tem de que esses jogos precisam de um modo mais fácil é respondida aqui, já que ele faz você se acostumar com tudo sem ser tão punitivo.

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Os seus gráficos são bem feitos, mas longe de serem aquele show que muitos jogadores parecem exigir de qualquer título da atual geração. Muitas de suas missões são um misto de “Vá até esse lugar, elimine todo mundo e seja feliz”, e mesmo assim, todas são muito divertidas e desafiadoras. É maravilhoso sair trocando estilos de luta, armas, reverter ataques, enquanto voam membros dos seus inimigos.

Confesso ter passado mais tempo do que estou disposto a admitir para conseguir todos os equipamentos de uma roupa especial de samurai, somente para sair faceiro pelo mapa. Eu tinha armaduras melhores, mas ainda assim me diverti fazendo isso.

Rise of the Ronin não é um jogo perfeito. Sua história principal poderia ser um pouco mais profunda, às vezes os gráficos parecem meio esquisitos e a maneira como a boca dos personagens se mexem quando falam é irritante. Volta e meia, um chefe vai se tornar mais forte do que deveria, fazendo você sofrer um pouco mais que o esperado em combate.

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Porém, o jogo da Team Ninja conseguiu me divertir de uma maneira bastante sincera. Ele não parece ter nada de especial, mas ele funcionou tão bem que me vi jogando bem mais do que precisava para fazer esse review.

Novamente, usando o comparativo feito com títulos de PS2, Rise of the Ronin me fez lembrar de uma época em que a única coisa que um videogame precisava fazer era me divertir. No fim das contas, talvez seja só isso que nós precisamos.

Rise of the Ronin está disponível exclusivamente para o PlayStation 5.