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Review Hi-Fi Rush | Siga a batida para uma das melhores surpresas do ano

Por| Editado por Jones Oliveira | 24 de Fevereiro de 2023 às 15h00

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Xbox Wire
Xbox Wire

Hi-Fi Rush pegou todo mundo de surpresa. O jogo foi anunciado durante a Xbox Developers_Direct e logo após a conferência já estava disponível para download no Game Pass.

Como se esse lançamento inesperado já não fosse surpresa suficiente, o game ainda seguiria um rumo totalmente diferente do que a Tango Gameworks e Shinji Mikami, criador da série Resident Evil, haviam lançado recentemente. A desenvolvedora, responsável por The Evil Within e Ghostwire: Tokyo, desviou do caminho dos jogos de terror e forças sobrenaturais para dar lugar a um hack and slash que prioriza o combate feito no ritmo da música.

Então, com todas essas surpresas, Hi-Fi Rush foi uma aposta. O resultado é um candidato entre os jogos mais divertidos de 2023, com mistura de personagens carismáticos, jogabilidade inovadora e visual nostálgico. O Canaltech conferiu o jogo e traz alguns detalhes sobre a aventura.

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Plugue sua guitarra e preste atenção ao ritmo

Hi-Fi Rush te coloca no controle de Chai, um jovem que quer ser uma estrela do rock e se voluntaria a participar de um projeto da empresa Vandelay Technologies, especialista em robôs autônomos e próteses robóticas. Durante um erro na “atualização”, Chai recebe um braço robótico combinado ao seu reprodutor de música, bem similar a um iPod, que permite combater a partir do ritmo da música.

A partir desse momento, tudo gira ao redor das melodias. Chai combate os robôs da Vandelay, designados com a missão de destruir o projeto que deu errado, e se depara em meio a uma trama para destruir a mais nova empreitada secreta de Kale Vandelay, CEO da empresa. Para isso, conta com a ajuda da hacker Peppermint e da gata de estimação 808, que ajuda a concentrar com as batidas da música.

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A parte visual do jogo traz uma ambientação inspirada em desenhos animados e histórias em quadrinhos. Tudo é muito bem detalhado, desde as reações de Chai, cutscenes, transições entre animações 2D e 3D, esquema de cores fortes e efeitos durante o combate.

O resultado é uma combinação divertida e nostálgica: se existisse um desenho animado nos anos 2000 sobre um jovem aspirante a estrela do rock, com braço mecânico que se torna uma guitarra e combate vilões malignos, não piscaríamos na frente da TV.

Mas isso é um jogo, e é sobre isso que falaremos a seguir.

Guitarras e ataques

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Como já mencionado, todo o jogo é sincronizado com a música que está tocando. É necessário prestar atenção ao ritmo para realizar combos, acompanhar o movimento de plataformas e desviar dos ataques adversários. Tudo isso é acompanhado da 808, a gata-robô que funciona como um metrônomo para contar as batidas.

No começo, é difícil acertar os golpes no ritmo da música. Você até pode destruir os inimigos apertando os botões várias vezes, como em outros jogos do gênero, mas ataques sincronizados podem causar mais dano e o jogo dá uma pontuação menor ao errar o timing.

Ao final de cada horda de inimigos, Hi-Fi Rush exibe uma nota da sua performance, similar a títulos como Devil May Cry, e pode ser frustrante receber uma avaliação baixa sobre o timing correto. Para facilitar, há uma série de tutoriais, modo de prática e um recurso de acessibilidade para acompanhar o ritmo a partir de uma barra na tela. No começo, os tutoriais podem frear muito a intensidade do jogo, mas já é possível se livrar deles após a primeira hora.

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Com ou sem ritmo, o combate do jogo é muito satisfatório. Chai pode adquirir novos golpes e ataques especiais na loja, usados para criar combos que destroem mais de um inimigo por vez. Além disso, possui comandos para bloquear, esquivar e se aproximar de inimigos com gancho, todos com benefícios quando usados no tempo certo.

O jogo também flui de um jeito agradável, que não torna o combate repetitivo. Novas habilidades são adquiridas, personagens coadjuvantes ajudam com poderes e os inimigos variam. Hi-Fi Rush diversifica o caminho entre as fases com puzzles e até mesmo momentos de mapa em 2D, similar a um jogo de plataforma.

Talvez, o fator que mais evidencie a criatividade da Tango Gameworks é a dinâmica das lutas contra os chefes. Cada boss tem uma batalha diferente, fiel à personalidade de cada um. O jogo inclui dinâmicas de ritmo similares a Guitar Hero e também explora as opções de combate, para que todas as habilidades sejam colocadas em prática.

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Nessas lutas, a trilha sonora é marcante, desde os riffs pesados do Nine Inch Nails, sincronizados com o ataque dos robôs, até a quinta sinfonia de Wolfgang Gartner, uma das introduções mais icônicas da música clássica. Cada nota faz sentido com o que acontece durante a fase, como se as músicas fossem criadas especificamente para esses momentos.

Cada fase do game dura cerca de uma hora, e a campanha principal pode ser finalizada em até 11 horas. É uma duração equilibrada, considerando a intensidade do jogo e a forma de explorar a história. Quem quiser explorar mais do game pode testar os modos adicionais, liberados após zerá-lo pela primeira vez.

Chai não está sozinho

Como em toda boa aventura, o protagonista nunca está sozinho, recebe a ajuda de coadjuvantes e mostra que a união faz a força. A fórmula pode ser batida, mas funciona perfeitamente em Hi-Fi Rush graças aos personagens muito carismáticos — os bons e os maus.

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A primeira coadjuvante introduzida é a gata-robô 808, batizada com esse nome em homenagem ao compositor de ritmo TR-808, um dos instrumentos mais importantes para a história do hip-hop e da música eletrônica. A 808 serve como o metrônomo para acertar o ritmo das batidas, mas também sincroniza com os poderes adquiridos de outros personagens.

No decorrer da história, Chai conhece a hacker Peppermint e outras personalidades que ajudam na missão contra Kale Vandelay. Cada um oferece uma nova habilidade ao protagonista, usada durante os combates e para superar obstáculos nas fases. No entanto, os controles para usar os poderes podem ser confusos durante os primeiros usos.

Todos esses coadjuvantes são autênticos, bem desenvolvidos e com motivações claras. O robô-psicólogo CNMN, por exemplo, traz alívio cômico durante as cenas, enquanto o funcionário Macaron quebra o estereótipo do personagem musculoso que gosta de violência.

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Agradável aos olhos e aos ouvidos

Um jogo de ritmo precisa de uma boa trilha sonora. A maior parte da trilha original de Hi-Fi Rush é composta por Shuichi Kobori, que também já trabalhou com The Evil Within e títulos da série Metal Gear Solid, com muita inspiração em músicas de rock. A lista de músicas licenciadas é pequena, mas inclui hits de The Black Keys, Prodigy, Nine Inch Nails e The Joy Formidable.

Na parte do áudio, vale ressaltar o excelente trabalho de localização para o português brasileiro, feito pelo estúdio UniDub. A caracterização dos personagens ajuda a reforçar a ideia nostálgica dos desenhos animados.

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O game sabe utilizar o humor muito bem. Cenas caricatas, piadas e até quebras da quarta parede são frequentes na narrativa. No meio da história é possível encontrar referências a JoJo’s Bizarre Adventure e até à fantasia de tubarão usada no show de Katy Perry no Super Bowl.

Visualmente, a Tango Gameworks fez um ótimo trabalho. Todos os cenários são muito detalhados, com cores vivas e boas animações. O jogo não foge das instalações da Vandelay, mas consegue criar ambientes distintos.

Com relação à performance, Hi-Fi Rush não deve ter problemas de desempenho no PC e nos consoles Xbox Series X e Series S. É um jogo relativamente leve, ocupa apenas 20 GB do espaço de armazenamento, e os requisitos mínimos para PC são compatíveis com máquinas intermediárias.

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O jogo sugere processador Intel Core i5 6500 ou AMD Ryzen 3 1200, 8 GB de memória RAM e placa de vídeo Geforce GTX 1050 ou Radeon RX 560. Há suporte para reprodução em 4K, com 60 fps.

Conclusão

Hi-Fi Rush é uma aposta surpreendente e muito bem-sucedida. Sem muito alarde, a Tango Gameworks conseguiu criar uma experiência criativa, divertida e autêntica. Ainda existem muitos lançamentos a caminho, mas não é exagero postular o jogo entre as listas de melhores do ano. Para quem assina o Xbox Game Pass, é praticamente uma indicação obrigatória.

Fica, também, a expectativa para uma continuação. Após a boa recepção do formato de ritmo e da história, seria muito interessante ver uma nova versão com mais músicas licenciadas e formas de explorar as batidas.

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Pontos positivos

  • Jogabilidade agradável;
  • Boa ambientação;
  • Personagens bem desenvolvidos.

Pontos negativos

  • Excesso de tutoriais e falas que não podem ser puladas no começo;
  • Controles pouco intuitivos para usar habilidades especiais.
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Hi-Fi Rush está disponível para Xbox Series S, Xbox Series X e Windows. O jogo também é oferecido no catálogo do Xbox Game Pass.