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6 decisões mais polêmicas da história da Nintendo

Por  • Editado por Jones Oliveira |  • 

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A Nintendo é muito amada pelos fãs e detém franquias com um fortíssimo apelo popular. Não há uma pessoa que não identifique, de vista, personagens como Mario Bros e um dos milhares de Pokémon (geralmente o Pikachu). Porém, isso não representa que a companhia está imune a erros e de tomar decisões controversas na indústria.

Concordamos que seu caminho é pela diversão e atribuir mais sucesso aos jogos e consoles, mas isso também gerou muitos debates ao longo dos anos — em alguns que ela estava correta, em outros que não era bem assim. O resultado é um trajeto glorioso, mas cercado de polêmicas que prejudicaram a sua imagem e posição no mercado.

Pensando nisso, o Canaltech listou as 6 decisões mais polêmicas da história da Nintendo, que mudaram o caminho da companhia e fazem ela transitar entre a queridinha dos fãs para uma fabricante tão maléfica quanto um de seus maiores vilões: Bowser. Nos acompanhe para compreender (e relembrar) esses momentos marcantes.

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6. Nintendo e Sony: laços quebrados

Inicialmente Sony e Nintendo trabalharam juntas para criar um leitor de CDs para o SNES. Porém, essa parceria foi quebrada pela Big N, que anunciou uma parceria com a Philips, numa das maiores “traições comerciais” já vistas na indústria gamer. E este erro, caros leitores, foi o que ajudou a criar o PlayStation.

A Nintendo não apenas perdeu o pioneirismo para trabalhar com discos (ao invés dos cartuchos do N64), mas criou um verdadeiro colosso dentro da indústria do entretenimento. Resultado disso: o PlayStation nasceu, o PS2 reina absoluto até os dias atuais como o console mais vendido da história e seguimos para o PS3, PS4 e PS5. 

Esta, que é considerada uma das maiores gafes comerciais de toda a indústria gamer, também gerou a guerra moderna de consoles: onde Nintendo, Sony e Microsoft brigam pela atenção do público. Não só isso, a decisão afetou até o desempenho de seus consoles: o N64 é mais lento em relação ao PlayStation e SEGA Saturn, a produção de jogos se tornou mais cara e a companhia se afastou de third-parties essenciais como Squaresoft (hoje Square Enix).

Imagine um cenário onde o SNES fosse substituído por um videogame capaz de ler discos, com produção da Sony? Isso talvez tivesse mudado toda a história dos videogames, assim como poderia comprometer a existência de diversos exclusivos históricos (vamos ser honestos, Nintendo nunca teria aprovado God of War ou The Last of Us). 

5. Censura em Mortal Kombat

Em 1993, a Nintendo permitiu que a Midway Games lançasse seu mais novo game chamado Mortal Kombat no SNES. No entanto, como era um console de imagem familiar, várias mudanças foram feitas: os Fatalities foram alterados e o sangue foi substituído por suor, por exemplo.

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Isso gerou uma grande revolta no público, que desejava o mesmo tipo de experiência vista nos fliperamas e no Mega Drive (que não tinha censura). Isso levou a companhia a receber diversas críticas comerciais, principalmente sobre o ato de censurar jogos e a sua abordagem ter uma imagem mais infantilizada do que os concorrentes.

Claro que as vendas de Mortal Kombat no Mega Drive dispararam, o que intensificou a guerra de consoles que existia entre a SEGA e a Nintendo. Antes de Sony e Microsoft entrarem nessa disputa, ambas se enfrentaram de forma intensa pela liderança do mercado dos consoles 16-bit e a violência do game foi outro “round” entre as duas.

Elas ficaram no centro do debate contra a violência nos games, com os fãs criticando a Nintendo por censurar Mortal Kombat e os pais e o governo forçando a SEGA por ter permitido o conteúdo no videogame. O resultado disso foi a criação da classificação etária para os jogos eletrônicos, hoje visto com frequência com o ESRB, Classind, PEGI e outros. 

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4. Nintendo “passa-fome”

Em meados de 2010, a Nintendo propôs aos criadores de conteúdo no YouTube um programa que se tornou uma verdadeira polêmica: eles poderiam produzir ou transmitir vídeos com o gameplay de seus jogos, contanto que a receita gerada pelos anúncios fosse dividida entre os profissionais e a companhia. 

Sem nenhum executivo da Nintendo passando necessidades financeiras ou sua matriz sendo levada à hipoteca, a decisão foi vista como uma medida extremamente gananciosa e hostil à comunidade de criadores. A briga se resumiu aos youtubers defendendo seu direito de fazer marketing gratuito para os jogos da Big N, o que gerou uma imagem péssima. 

Claro que isso gerou um grande debate nas redes, com criadores de conteúdo grandes criticando e boicotando a iniciativa da Big N. A proposta era bem indecente, diga-se de passagem: as pessoas comprariam os jogos, gravariam, editariam o vídeo, publicariam e a companhia pedia 40% dos lucros. Imagina se isso vira moda? Dona Twitch ia falir de vez.

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Isso causou um grande impacto na divulgação dos jogos Nintendo, já que muitos decidiram que não fariam parte disso e não voltariam a incentivar seus títulos, nem se a fabricante voltasse atrás. E eles voltaram atrás e extinguiram o programa, mas muitos seguem até os dias atuais longe de gravar e produzir conteúdo baseado nos seus games. 

3. Contra a pirataria, mas a que custo?

Todos sabem que a Nintendo é extremamente agressiva e protetora quando se trata de suas propriedades intelectuais. Mexeu com o encanador bigodudo ou com o “Duende Melodia” e toc-toc-toc, os advogados da corporação vão bater na sua porta para te visitar, ao lado do famoso “processinho”, claro.

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Porém, de 2010 em diante, a companhia basicamente chutou o pau da barraca: foram atrás de tudo, sejam emuladores, fan games sem fins lucrativos e tudo o que tivesse qualquer resquício de sua marca. Jogos que fãs fizeram para se divertir e compartilhar com seus amigos, como Another Metroid 2 Remake (AM2R) e Pokémon Uranium, foram derrubados.

Emuladores então, esses receberam um grande alvo na cabeça. Vários sites e desenvolvedores viram o trabalho de anos ir por água abaixo, como é o caso mais recente do Yuzu — que além de não disponibilizar mais seu conteúdo, terá de pagar milhões de dólares para a companhia. 

Isso gerou um grande conflito entre a comunidade e a Nintendo, por jogos e franquias que muitas vezes ela própria não disponibilizava ao público de outras formas. Alguém ousaria defender que eles sequer ligam para Ice Climbers, Earthbound ou Punch-Out? Ou seja, além de não darem atenção para franquias clássicas, impediam que os fãs mantivessem elas vivas para as atuais gerações. 

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2. Velozes e Furiosos: Drift no Joy-Con

O Nintendo Switch é um console muito bem-sucedido, mas após um tempo de seu lançamento tivemos o seu primeiro grande problema: a presença de Joy-Con com drifts em diversos consoles. Não eram poucos, basicamente todos que compraram o videogame nos lotes iniciais viram que os direcionais não estavam funcionando direito.

Com o impacto causado em milhões de unidades, óbvio que eles foram atender aos casos com agilidade e prestatividade, certo? Errado. Suas primeiras ações foram consideradas extremamente lentas e ineficientes, o que levou a Big N a encarar múltiplos processos na Justiça — de fãs de vários países. 

O drift é um problema que pode ser visto geralmente nos direcionais, que passam a realizar ações sem o contato direto dos usuários. Você pode apertar para cima uma vez e o controle continuar levando seu personagem para a direção ou manter ele em outra totalmente diferente daquela que orientou. 

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Depois de um tempo a Nintendo instituiu o programa de reparo gratuito (presente inclusive no Brasil), pediu desculpas e tomou medidas para se redimir, porém de forma tardia e que manteve o público decepcionado. É importante notar que o Joy-Con 2 do Nintendo Switch 2 não contará com Hall Effect, que previne o problema e pode prolongar esse debate. 

1. Nintendo Switch Online

A Nintendo sempre foi um pouco atrasada quando se trata de multiplayer online e recursos sociais. Dá para se notar com os Friend Codes (que continuam colossais e não fazem o menor sentido), diga-se de passagem. Porém, a chegada do NIntendo Switch Online causou um grande impacto dentro da comunidade.

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Além de cobrar um valor para permitir que o público possa jogar online com os outros (assim como o PlayStation e Xbox), eles permitiriam que o público tivesse acesso a apenas jogos retrô de seu catálogo — enquanto a concorrência abre espaço para que os jogadores tenham acesso à uma vasta biblioteca pela PS Plus e Xbox Game Pass.

O valor é reduzido em comparação aos dois, mas o fato de não receber jogos da própria plataforma e acesso a apenas jogos retrô foram muito controversos. A ideia piorou ainda mais com o anúncio do Pacote Adicional — que traria jogos do Nintendo 64, Game Boy Advance e do Mega Drive.

O baixo custo-benefício, os vários problemas técnicos na emulação e a sensação de que o pacote poderia ser bem melhor do que é dividiu a comunidade e gerou muitas críticas. Nem mesmo poder baixar alguns DLCs “salva” o serviço, que continua sendo aquém daquele oferecido pela concorrência. E já foi avisado que no Nintendo Switch 2 terá grandes mudanças: a adição do GameCube. Obrigado, Big N. Não precisava. 

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Nintendo além das polêmicas

Tem aquele ditado que às vezes nós damos um passo para frente e dois para trás. A Nintendo pode dar quatro passos para frente com seus acertos, mas suas polêmicas e erros geralmente representam três passos para trás. E assim prosseguimos, conquistando vitórias a passos lentos, mesmo com tantos acertos dentro da indústria gaming.

Mesmo com estes problemas, a Big N continua sendo uma força a ser reconhecida no mercado e é muito amada pelo público. Estes momentos controversos integram a sua complexa história, mas também trazem um rico repertório de curiosidades que acabam nos acompanhando dentro deste mercado. Entre os principais, temos:

  1. Nintendo Switch Online
  2. Velozes e Furiosos: Drift no Joy-Con
  3. Contra a pirataria, mas a que custo?
  4. Nintendo “passa-fome”
  5. Censura em Mortal Kombat
  6. Nintendo e Sony: laços quebrados
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