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Como é jogar no GeForce Now no Brasil?

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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Divulgação/NVIDIA
Divulgação/NVIDIA

Videogames têm seguido a mesma premissa há mais de 40 anos. Por todo esse tempo, você precisava de um hardware, um controle e uma tela. A tecnologia evoluiu, algumas tentativas de inovação chegaram, como realidade virtual, controle por movimento, mas nenhum se consolidou tanto como o básico de sempre. Porém já faz uns anos que jogos na nuvem vem ganhando espaço e esse formato maduro o suficiente para que você considere migrar de formato ou entrar nesse mundo pela primeira vez.

Muitos dizem que a próxima geração de consoles será a última na forma como conhecemos. Isso significa que o próximo PlayStation e Xbox (Nintendo não conta, já que ela segue seu próprio ritmo) podem ser só um controle, já que os jogos serão rodados em alguma tela. Isso já acontece por parte da Microsoft, e temos também o GeForce Now, solução da NVIDIA e uma das mais robustas nesse segmento.

O que é o GeForce Now?

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Antes, vamos entender como o serviço funciona. O GeForce Now é a plataforma de cloud gaming da NVIDIA que transforma praticamente qualquer dispositivo em um PC Gamer de alta performance, dependendo da categoria escolhida pelo usuário.

Em vez de processar o jogo no seu hardware, ele roda em supercomputadores equipados com placas GeForce RTX na nuvem e transmite a imagem para você via internet, em tempo real. Isso permite rodar jogos pesados (AAA) com gráficos no máximo em notebooks básicos, Macs, smartphones ou TVs, sem investir em peças caras.

O serviço se conecta às suas bibliotecas digitais (como Steam e Epic Games), permitindo jogar instantaneamente os títulos que você já possui, sem downloads demorados, precisando apenas clicar e esperar o game abrir em pouco tempo, algo que depende também da sua internet.

Jogando tudo no talo com uma RTX 4080 virtual

O Canaltech recebeu um mês da categoria Ultimate, que custa R$ 129,90, e permite que você rode qualquer jogo suportado de suas bibliotecas com uma GeForce RTX 4080 em até 4K, 240 FPS e RTX ON com acesso prioritário, sem pegar fila de espera. O plano que recebemos contempla ainda 50 horas de jogatina por mês (número que pode ir até 200 horas por R$ 433,90), com até 8 horas de sessão.

Sincronizei minhas contas do Steam, Epic Games e Xbox Game Pass e tive acesso a mais de 1.000 jogos de uma vez, e essa já a primeira grande vantagem. Claro, isso depende da sua biblioteca pessoal. Então quanto mais jogos em diferentes plataformas, mais escolhas você terá. E vale lembrar que o jogo precisa ser suportado, então não é qualquer título que você tenha.

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Jogar com uma RTX 4080 no GeForce Now significa que você conseguirá colocar quase qualquer jogo em até 4K a mais de 200 FPS, se sua tela suportar e se o game (principalmente os pesados) tiverem suporte ao DLSS, é bom ter isso em mente. Mas aqui já vem meu primeiro ponto negativo: a propaganda fala de uma RTX 5080, mas o que temos é a RTX 4080. É questão de tempo até os superpods com RTX 5080 ficarem disponíveis no Brasil? Ainda não sabemos.

O GeForce Now oferece diferentes perfis de desempenho baseado no dispositivo em que está sendo transmitido. Por exemplo, em minha TV 4K e 60 FPS, pude escolher ir de 1080p até 4K. Já no PC, foi possível escolher foco em competitivo (1080p e 240 FPS), cinemático (4K e 60 FPS) e balanceado (4K e 120 FPS). Se sua internet estiver bem ruim, existe ainda o modo em 720p e 60 FPS.

Dá para personalizar essas configurações, mas dentro das limitações que o serviço oferece. Ah, isso é só no PC, já que em outros dispositivos, como celular e TV, as opções são mais limitadas e não é possível personalizar (pelo menos em minha experiência com uma TV Samsung Q60BAa50 e um iPhone 11).

O nível de desempenho vai depender muito do game a ser rodado. Um Cyberpunk 2077 com path tracing em 4K, por exemplo, não é algo possível para uma RTX 4080, mesmo com DLSS, já que essa GPU não tem suporte ao DLSS 4 com geração de múltiplos quadros, algo que eleva a performance consideravelmente.

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Saindo de um PC com tela 4K e altas taxas de atualização de imagem como a que usei aqui, outros dispositivos são mais limitados, ou em resolução ou taxa de Hz disponível, melhorando o cenário em geral para a RTX 4080 do serviço da NVIDIA. Ou seja, 4K a taxas acima de 100 FPS em jogos pesados é um tanto difícil aqui.

Ainda falando em desempenho, temos algo crucial: a latência dos comandos. No PC com internet via cabo, a latência é baixíssima, algo quase perto em relação a rodar o game nativamente. Já o mesmo não pode ser dito do GeForce Now no WiFi, mesmo em uma rede forte sem instabilidade. Isso faz com que a jogatina competitiva na TV e celular fique bem difícil. Isso afeta outros jogos que precisam de resposta rápida, como corrida e luta também.

GeForce Now e os probleminhas pontuais

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Apesar de estar maduro e já funcionar há um tempo, o GeForce Now ainda precisa de atenção em alguns pontos. No PC, onde tudo pode ser feito com o mouse, funciona bem. Já na TV, mesmo sendo possível navegar com o controle (como de Xbox ou PlayStation), a coisa pode ficar um tanto frustrante às vezes.

Quando você escolhe um jogo e pede para o serviço rodá-lo, ele irá abrir o launcher ao qual aquele título escolhido pertence. Se ele está no Xbox Game Pass, é esse aplicativo que o GFN irá abrir. Em minha experiência, passei por problemas com login na conta da Microsoft para sincronizar os dados do jogo. Nessas horas, uma janela específica aparece na frente e se você não consegue logar, ela não sai dali. Você é obrigado a fechar o jogo.

Esse é só um exemplo do que pode acontecer na TV nesse sentido, já que celular oferece a possibilidade do toque na tela, o que ajuda a resolver esse tipo de problema. Esse dispositivo é o que mais atrai os jogadores, já que a comodidade de se sentar no sofá, pegar o controle e ligar a TV é a mais atraente das possibilidades. Além disso, o atraso nos comandos (input lag) nesse dispositivo, que geralmente está conectado via WiFi, é o maior de todos.

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Durante meus dias de uso, vi também jogos que não queriam abrir em um dispositivo, mas abriram em outro; atrasos nos sons; compilação de shaders em jogos que precisam, mesmo já tendo feito isso antes; artefatos na imagem, principalmente em resolução mais baixa (em um nível que incomoda bastante); além da demora de carregar os jogos, principalmente no WiFi. E olha que os testes aqui foram conduzidos em uma rede super estável sem perdas de pacote.

Para quem é o GeForce Now?

Primeiro, vamos tirar da frente para quem não é o GeForce Now. Eu, por exemplo, pertenço ao público que não iria aderir ao serviço: o PC gamer entusiasta. Por mais que a latência esteja boa em conexão com cabo, não é a mesma coisa da resposta imediata rodando o game nativamente, principalmente em PCs mais fortes. Além disso, a qualidade de imagem deixa a desejar, mesmo em 4K.

Porém o público principal do serviço de jogos em nuvem da NVIDIA é um grupo muito maior de pessoas, aquelas que não se importam com essas coisas. Gamers que não querem ter o hardware, se contentam com a limitação de uma conexão WiFi na TV e consegue se divertir, esses podem ir sem medo, já que o GFN pode até te surpreenderQuem tem consoles antigos e PCs com configurações fracas para os jogos de hoje podem se beneficiar muito do serviço de jogos da NVIDIA também.

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Lembrando que você precisa ir além de só assinar um plano do GeForce Now, já que é necessário ter o jogo que quer jogar, algo que adiciona um custo extra. Considerando o PlayStation 5 base por R$ 3.500, é possível pagar o plano que recebemos por 26 meses, ou seja, um pouco mais de dois anos. Por isso, considere todas essas variáveis antes de se desfazer de seu hardware para abraçar games na nuvem. Caso não tenha nenhum, assine e seja feliz.

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