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10 anos de Skyrim, um dos melhores RPGs da história

Por  • Editado por  Bruna Penilhas  | 

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Imagem: Divulgação/Bethesda
Imagem: Divulgação/Bethesda

Hoje, 11 de novembro de 2021, é o aniversário de 10 anos The Elder Scrolls V: Skyrim. O quinto jogo da franquia da Bethesda e o primeiro deste universo para muitos jogadores foi lançado em 2011 para PlayStation 3, Xbox 360 e PC. No meu caso, eu tive uma breve interação com o antecessor, Oblivion, mas meu computador na época não suportava o jogo e tive que desinstalar. Até, que, um dia acabei esbarrando com o trailer live-action de Skyrim. Foi amor à primeira vista.

Atualmente, Skyrim pode receber algumas críticas devido aos lançamentos constantes ao longo desses 10 anos, mas não dá para negar a força e a influência do vasto mundo aberto que a Bethesda criou. Com um universo instigante, cheio de aventuras e mistérios para desvendar, o quinto jogo da franquia Elder Scrolls é um dos melhores RPGs da história e um dos mais influentes da última década.

Aliás, para comemorar o aniversário do game, a Bethesda lançou The Elder Scrolls V: Skyrim Anniversary Edition para PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X|S e PC. Além do game base e de todas as expansões disponibilizadas pós-lançamento, o título adiciona uma mecânica de pesca, em que é possível capturar mais de 20 criaturas.

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Antes de entrarmos na parte emocional do texto, precisamos falar sobre o desenvolvimento de Skyrim. O jogo já havia sido idealizado lá em 2006, logo após o lançamento de The Elder Scrolls IV: Oblivion. Porém, o game só começou a ser produzido em 2008, depois de outro grande jogo da Bethesda: Fallout 3. Skyrim foi feito na Creation Engine, motor gráfico criado pelo próprio estúdio que foi a peça fundamental para muitos títulos da desenvolvedora.

O conceito inicial era de que Skyrim, diferente de Oblivion, teria um visual mais realista. Diferente da fantasia medieval mais fantástica de seu predecessor, o quinto jogo da franquia deveria trazer um tom mais sóbrio para suas edificações, armaduras e personagens. Apesar de ainda ter muitos elementos fantásticos, as estruturas e cidades do quinto game da franquia têm o aspecto rudimentar de construções medievais.

Logo de início, um dos detalhes que mais chamaram a atenção em Skyrim foi o sistema de draw distance (distância máxima de objetos renderizados em um ambiente tridimensional). Dentro do jogo, se você está vendo uma montanha no horizonte, por mais longe que ela esteja, ela provavelmente pode ser explorada. Essa sensação grandiosa de liberdade, de que o mundo do game é imenso e explorável, é um dos grandes trunfos de Skyrim. Quantas vezes algum jogador não esbarrou em um dragão dando rolê na estrada, não é mesmo?

Falando sobre gameplay, é verdade que Skyrim pode não ter tido o combate mais polido para a época — até porque, em 2011 já tínhamos ótimos games das franquias Batman Arkham e Assassin’s Creed por aí. Mas, mesmo usando um estilo de combate parecido com o de Fallout 3, a graça do jogo está nas possibilidades. Você pode ser tanto um guerreiro que usa espada e escudo, quanto um arqueiro que abusa da furtividade para causar dano extra em seus inimigos. Não quer brandir uma espada? Tudo bem, use as mais variadas magias que o jogo possui. Quer usar magia e armas? Você pode também. Quer invocar elementais dos mais variados? É só achar os livros que ensinam os feitiços.

A gama de opções que Skyrim entrega ao jogador, que pode começar como um guerreiro simples e do nada virar um mago conjurador, é algo que, até hoje, muitos RPGs não conseguem reproduzir com a mesma maestria. Além disso, se formos contar as expansões do game, você ainda pode se tornar um Lobisomem ou até mesmo virar o mestre dos Vampiros graças ao DLC Dawnguard.

Por falar em monstros, as raças em Skyrim também são bem interessantes e diversas. Você pode ser um Elfo Sombrio, um Elfo da Floresta, um Argoniano (uma espécie de Draconata), um Khajiit (um felino antropomorfizado), um humano simples (quem nunca, né?) e por aí vai. Cada raça possui suas particularidades e situações que, inclusive, mudam atributos passivos e influenciam a maneira como os NPCs (personagens não jogáveis) reagem ao protagonista.Os Khajiit, por exemplo, são mercadores e sofrem preconceito, pois muitos pensam que todos eles são ladrões. Os humanos nórdicos (Nord, no jogo) possuem grande resistência ao frio.

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Todas as raças presentes no jogo vem da franquia Elder Scrolls, e isso ajuda a dar a profundidade necessária na sua escolha. Diferente de outros jogos, que fazem você escolher uma raça ou uma origem que pouco acrescentam à experiência geral, em Skyrim isso faz muita diferença. Mesmo assumindo o papel do herói Dragonborn, ser um Argoniano ou um Khajiit pode causar problemas. Elfos, então, nem se fala.

Colocando a mecânica e as raças de lado, falaremos um pouco da história de Skyrim. Aqui, seu personagem é pego tentando fugir do país, sendo colocado com os Stormcloacks, grupo rebelde que luta contra o Império. A sequência inicial do game até hoje é usada em piadas pela comunidade gamer, com a tela preta clareando lentamente e um dos prisioneiros falando “Hey, you, you’re finally awake”. Porém, todo o desenrolar inicial, com seu personagem sendo salvo da execução pelo ataque de Alduin ao assentamento Imperial, continua impressionante e muito empolgante.

O “tutorial” do jogo continua até você chegar em Whiterun e matar seu primeiro dragão. E se você, mesmo após fazer isso e ouvir as vozes do jogo ecoarem enquanto seu personagem absorve a alma daquele ser incrível, não estiver convencido que precisa continuar jogando, eu não sei o que seria necessário para fazê-lo mudar de ideia.

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O mais bacana em Skyrim é que a sua missão principal como Dragonborn pode ficar completamente de lado para que você possa fazer o que quiser. Até hoje lembro que, na primeira vez que eu joguei, me juntei aos Companions, uma guilda de guerreiros que fica em Whiterun. E conforme fui avançando na história e fazendo as missões ao lado dos personagens, logo surgiu a oportunidade de me tornar um Lobisomem. Aceitei, sem nem pensar duas vezes. Usei a transformação ao meu favor algumas vezes durante a minha primeira jornada, sempre em momentos em que eu via que meu personagem com seu companheiro não dariam conta da situação.

Depois, por pura sorte, caí na missão que me dava o Anel de Hircine, um objeto que, após completar a atividade, permitia ao personagem se transformar em Lobisomem toda hora. Ali, eu senti como Skyrim conseguia colocar o jogador no controle da sua própria história. E foi nessa sensação de poder fazer o que eu quisesse que muitas horas foram gastas. O suficiente para, infelizmente, queimar o processador do meu antigo notebook de tanto jogar — ele não tinha uma ventilação decente para aguentar as constantes jogatinas. Foi então que o meu Xbox 360 me salvou, mesmo que a versão para consoles do jogo não fosse das melhores — pelo menos eu continuava jogando.

Nisso, convenci meus pais de comprarem um computador para mim. Pesquisei na internet qual seria a melhor configuração para rodar Skyrim, e assim o fiz. Se antes eu jogava The Elder Scrolls 5 na qualidade, rodando a 30 quadros por segundo, agora eu poderia experimentar toda a glória do jogo. Daí, parti para os mods, novas armas, visuais, missões e funcionalidades que faziam o game nunca envelhecer por completo para mim.

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Até hoje, bate aquela vontade de jogar Skyrim, como se fosse aquele sentimento nostálgico de visitar uma casa antiga que morei ou comer aquele prato que sua mãe faz sempre que você pede. O mundo vasto do game da Bethesda tem bastantes bugs, claro, como aquele clássico em que o seu personagem bate a cabeça em algum lugar ao pular e fica preso na animação enquanto anda, como se estivesse voando.

Mas, isso não apaga todas as aventuras que tive no jogo. E acredito que são os bons momentos que permanecem no coração do fã de Skyrim, no fim das contas. Descobrir as missões secundárias, passar bastante tempo desvendando os segredos do Colégio de Winterhold, lutando na guerra civil em paralelo ao retorno dos dragões, há muita história e muito para ser feito. O universo inteiro deste game é uma caixa de brinquedos pronta para ser usada e explorada livremente pelo jogador. Conforme os anos vão passando, por mais que alguns aspectos estejam datados, Skyrim continua sendo um dos melhores RPGs da sua época.

Isso porque ainda não citamos a questão dos Shouts. A forma como o jogo trabalha as palavras na língua dos dragões e como o poder do seu personagem consegue ser sentido através do impacto que cada palavra tem, sempre foi maravilhoso. O clássico Fus Ro Dah, que joga seus inimigos para longe, é a síntese do que Skyrim é para o jogador. Um RPG que permite que você explore cada aspecto de seu vasto e rico universo, e que vai colocá-lo em um papel de destaque dentro daquele mundo, enquanto gradualmente constrói seu legado por Tamriel. No fim, matar dragões é só a cereja no bolo.

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Mas é no poder das palavras, literalmente, que o jogo se destaca. O diferencial de Skyrim é colocar o jogador sob uma nova perspectiva em um universo fantástico. Podendo absorver as almas dos dragões e usar a força inimiga contra eles, estamos em uma posição de poder bastante empolgante. Afinal, quem é que não gosta de dragões?

Com tantos aspectos envolventes, Skyrim ainda é uma referência no gênero — não só na última década, mas como um todo. Aliando tudo o que a Bethesda aprendeu ao longo dos anos com seus RPGs de mundo aberto, o quinto jogo da saga The Elder Scrolls é um divisor de águas para a franquia e um marco para o gênero. Seja explorando as masmorras e cavernas, participando da Guerra entre os Stormcloacks e os Imperiais ou salvando o mundo de Alduin, Skyrim ainda é uma experiência definitiva e altamente recomendada para quem adora RPGs.

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Esquecendo os relançamentos que fizeram o jogo se tornar uma “piada” na comunidade de games, Skyrim deve ser lembrado pelo o que é. Um baita RPG robusto, com muitas possibilidades de moldar seu personagem e ser o que você quiser. E é por isso que, mesmo depois de 10 anos, ele continua sendo um game de conforto para mim e muitos outros jogadores. Seja baixando mods ou jogando o jogo base padrão, a experiência continua divertida e satisfatória.

Alguns jogos mais recentes provavelmente não teriam a camada de profundidade que possuem hoje se Skyrim não existisse. É fato que ele serviu de inspiração para muitos lançamentos que vieram depois. E é justamente por isso que Skyrim merece ser lembrado e celebrado.