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7 corridas mais caóticas da Fórmula 1

Por| Editado por Jones Oliveira | 27 de Agosto de 2023 às 11h30

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Reprodução/Canaltech
Reprodução/Canaltech

Quando falamos da Fórmula 1, o caos não se instala apenas dentro das pistas, com rodas e partes de carros voando para todos os lados. Ainda que os acidentes com múltiplos pilotos costumem aparecer nas listas de momentos mais absurdos da categoria, não dá para esquecer as polêmicas que acontecem fora das corridas, incluindo as disputas acirradas pelos títulos e as decisões que mudam o andamento de toda uma prova.

Ainda que o esporte esteja mais seguro do que nunca, não tem como esquecer dos grandes sustos, muitos deles exibidos de forma destacada na série F1: Dirigir Para Viver, da Netflix. Os episódios também eternizaram alguns desses momentos, com direito a uma boa dose de tensão e dramaticidade.

Nesta lista, o Canaltech escolhe as sete corridas mais caóticas da Fórmula 1, em diferentes categorias.

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7. GP dos Estados Unidos de 2005

Antes dos EUA criarem o gosto atual pela Fórmula 1, com direito a três corridas no país em 2023, a prova era realizada no clássico autódromo de Indianápolis. Quem foi às arquibancadas do circuito em 2005, entretanto, viu um show bem diferente do usual, com apenas seis carros e três equipes topando dar a largada de uma prova que foi vencida pelo eterno Michael Schumacher, da Ferrari.

A última dobradinha do ídolo com o brasileiro Rubens Barrichello, porém, aconteceu de forma controversa. Uma série de acidentes graves durante os treinos do final de semana, incluindo uma batida forte do irmão do campeão, Ralf Schumacher, levantou suspeitas quanto à segurança dos pneus da Michelin. Entre discussões sobre riscos e a possibilidade de ações legais, 14 pilotos, das sete equipes restantes, abandonaram a prova após a volta de apresentação.

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Na época, a Fórmula 1 tinha duas marcas de pneus, com a escolha entre Michelin e Brigestone também sendo parte da estratégia e decisões gerenciais das equipes. Diante da polêmica, que envolveu até autoridades estaduais de Indiana, os valores de ingressos foram devolvidos aos fãs, enquanto o caso teria motivado discussões internas quanto a melhores salvaguardas de segurança e a futura adoção de uma exclusividade, hoje pertencente à Pirelli.

6. GP da Grã-Bretanha de 2022

Uma das mais recentes demonstrações da segurança do halo, o protetor para a cabeça dos pilotos dos carros da Fórmula 1, se deu logo após a largada de uma das corridas mais prestigiadas do calendário. Enquanto a briga entre Ferrari e Red Bull acontecia na parte da frente do grid, o piloto da Alfa Romeo, Zhou Guanyu, deslizava mais de 180 metros de cabeça para baixo, após um forte acidente.

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O carro capotado só parou em uma barreira de pneus, onde ficou preso por vários minutos diante dos olhos estarrecidos dos fãs presentes e de quem assistia de casa. O acidente impressionante envolveu cinco pilotos, com direito a uma cena impressionante de George Russell, da Mercedes, também atingido na colisão, abandonando a prova às pressas para auxiliar o colega enquanto ele ainda estava de cabeça para baixo.

Ninguém saiu ferido da situação, que motivou a interrupção de uma prova que ainda teria colisões entre os dois carros da AlphaTauri e um acionamento do safety car depois que a Alpine de Esteban Ocon teve problemas. O Grande Prêmio da Gra-Bretanha de Fórmula 1 em 2022, no fim, marcaria a primeira vitória de Carlos Sainz (Ferrari) e também os primeiros pontos da carreira de Mick Schumacher (Haas).

5. GP da Austrália de 2023

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Uma das provas inaugurais da temporada de 2023 também teve sua dose de caos para compensar o domínio absoluto de Max Verstappen, da Red Bull. Quem acordou de madrugada para assistir à Fórmula 1 viu uma prova com mais de duas horas e meia de duração, com três interrupções após acidentes e uma relargada que levou a um acidente com seis carros, quase um terço do grid.

Russell viu sua Mercedes pegar fogo após escolher mal a hora de entrar nos boxes, enquanto uma colisão de Kevin Magnussen, da Haas, a quatro voltas para o final, motivou uma nova largada que levou ao “big one” e uma nova paralisação. O pódio de campeões formado por Verstappen, Lewis Hamilton (Mercedes) e Fernando Alonso (Aston Martin) foi formado sob safety car.

No total, somente 12 carros terminaram a prova, que ainda teve uma colisão entre Ocon e Pierre Gasly, com as duas Alpines abandonando a corrida. A relargada, considerada culpada pelo acidente, também foi duramente criticada, com a decisão considerada equivocada da FIA (Federação Internacional do Automóvel) sendo o assunto da semana subsequente.

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4. GP da Bélgica de 1998

Um dos maiores acidentes da história da Fórmula 1 aconteceu no sempre desafiador circuito de Spa-Francorchamps, na Bélgica. Logo na largada da corrida que fazia parte da temporada de 1998, nada menos do que 13 carros colidiram entre si logo depois da primeira curva, em um “big one” iniciado quando David Coulthard perdeu o controle de sua McLaren.

A baixa visibilidade proporcionada pela condição de forte chuva impediu até mesmo que imagens claras do acidente fossem registradas pelas câmeras de televisão. Por incrível que pareça, de todos os envolvidos, somente quatro pilotos abandonaram a prova, com a relargada que aconteceu mais de uma hora depois levando a uma nova colisão na primeira curva, com o então postulante ao título, Mika Häkkinen, rodando antes de ser atingido por Johnny Herbert, da Sauber.

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O caos continuou nas etapas posteriores da corrida, com Coulthard batendo mais uma vez, desta vez em condição de retardatário quando deveria deixar Schumacher passar. A liderança de quase 20 voltas do piloto da Ferrari acabaria ali, com a vitória do Grande Prêmio da Bélgica de 1998 ficando nas mãos de Damon Hill, da Jordan.

3. GP de Abu Dhabi de 2021

Uma decisão controversa da FIA nas voltas finais da última corrida da temporada 2021 geraria discussões até os dias de hoje. O primeiro título de Verstappen foi manchado depois de uma relargada sob safety car, causado pelo acidente com o piloto canadense Nicholas Latifi (Williams) durante uma tentativa de ultrapassar Mick Schumacher (Haas).

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Com a redução na velocidade, a Red Bull chamou Verstappen para os boxes, mas a Mercedes não, acreditando que Hamilton perderia sua liderança da corrida. Os retardatários que se encontravam entre os dois, que disputavam o título ponto a ponto, foram autorizados a ultrapassarem, mas não aqueles que se encontravam mais atrás, em uma ordem que foi encarada como um favorecimento da FIA sobre uma equipe, em detrimento da outra.

Com uma volta para o final, a corrida foi reiniciada e Verstappen ultrapassou Hamilton sem dificuldade para obter a vitória e o campeonato mundial. A decisão foi questionada nos tribunais esportivos e, por mais que o título não tenha trocado de mãos, motivou mudanças em regras e na relação entre chefes de equipe e o controle de prova, bem como a saída do diretor Michael Masi, da FIA.

2. GP do Canadá de 2011

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A corrida mais longa da história da Fórmula 1 aconteceu em 2011 e foi vencida por Jenson Button, da McLaren, depois de quatro horas de duração. Tanto tempo foi justificado por uma grande interrupção causada pela forte chuva que caía sobre o circuito Gilles Villeneuve, em Montreal, que só foi aumentando e levou a uma parada na metade da competição.

A pista cheia de pontos de água empoçada motivou uma largada sob safety car e a liberação dos carros somente após a quinta volta. Sebastian Vettel, na época dirigindo uma soberana Red Bull, disputava a liderança do campeonato com Alonso, em uma Ferrari, enquanto Hamilton, já campeão, se envolvia em problemas com seu companheiro de equipe.

Button, aliás, se envolveria em mais um acidente, com o próprio Alonso, enquanto o brasileiro Felipe Massa, também a bordo do cavalinho vermelho, daria uma das tantas demonstrações do quanto a pista estava escorregadia. Esse aspecto seria fundamental para a vitória do piloto inglês, com Vettel entregando a taça de bandeja após um erro durante a disputa da primeira posição nos estágios finais da corrida.

1. GP do Bahrain de 2020

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Quem acompanhou a corrida ao vivo jamais se esqueceu deste momento, assim como os espectadores de F1: Dirigir Para Viver. Em uma das cenas mais fortes da história da Fórmula 1, o piloto Romain Grosjean, da Haas, sai andando de dentro de uma verdadeira bola de fogo depois de bater contra o guard rail ainda na primeira volta.

O carro se partiu em dois, enquanto o atleta acabou preso em meio às ferragens. Ele ficou em meio às chamas por 28 segundos, que pareceram uma eternidade para quem assistia à prova. O halo, mais uma vez, foi considerado o responsável por salvar a vida de Grosjean, que saiu andando do carro apenas com queimaduras de segundo grau nas mãos, enquanto o capacete do piloto impediu que ele inalasse fumaça.

A prova transcorreria, ainda, com dois abandonos da Racing Point — primeiro, Lance Stroll capotou o carro, depois, a máquina dirigida por Sergio Pérez pegaria fogo, o que ainda causaria um quase atropelamento de um fiscal que tentava combater as chamas. Hamilton seria o vencedor da prova e também do campeonato de pilotos daquele ano, mas ao final da temporada, só se falava em Grosjean, que ficaria de fora da Fórmula 1 a partir do ano seguinte.

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Menção honrosa: GP do Brasil de 2008

Entre acidentes graves e ultrapassagens que demonstram habilidade, o momento mais caótico da carreira do brasileiro Felipe Massa foi, sem dúvida, a corrida em casa na temporada de 2008. Ali, ele perdia o que seria seu primeiro título mundial, literalmente, na última curva, depois que Hamilton ultrapassava Timo Glock e uma Toyota com pneus inadequados para a chuva leve que caía em Interlagos.

Ele foi um dos únicos pilotos a não parar sob as condições de pista molhada, o que fez com que ele não resistisse à ultrapassagem do ainda novato inglês que se tornaria heptacampeão. Massa já havia vencido a corrida e sua família comemorava nos boxes da Ferrari quando Hamilton ultrapassou Glock na subida que leva à reta dos boxes, conseguindo a 5ª posição de que precisava para garantir seu primeiro título.

A posse da taça daquele ano, porém, agora é disputada nos tribunais. Em 2008 também aconteceu o “Singapuragate”, quando Nelson Piquet Jr. foi acusado de bater sua Renault propositalmente para favorecer Alonso, então seu companheiro de equipe. O antigo chefão da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, disse em uma entrevista dada no início de 2023 que a FIA sabia do escândalo, mas decidiu tomar atitudes somente no ano seguinte de forma a proteger a integridade do esporte.

Massa, agora, move uma ação judicial contra a Fórmula 1 para reaver o título de 2008, com base nas alegações de Ecclestone de que a prova de Singapura daquele ano deveria ter sido cancelada. Caso isso tivesse acontecido, com o resultado de Interlagos, o piloto brasileiro teria sido campeão e a história do nosso país na era atual do esporte, com certeza, seria diferente.