Fórmula 1: série da Netflix quase dobrou audiência das corridas nos EUA
Por Felipe Demartini • Editado por Jones Oliveira |
A série documental F1: Dirigir para Viver, da Netflix, foi anunciada pela Liberty Media, dona dos direitos da categoria, como uma das estratégias para aproximar as corridas do público e aumentar o interesse. Agora, esse investimento está mais do que se pagando, com a notícia de que a audiência da Fórmula 1 quase dobrou, nos Estados Unidos, desde a estreia da primeira temporada, em 2019 — o próprio serviço de streaming também tem recordes para chamar de seus.
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De acordo com dados da rede ESPN, que transmite a modalidade nos EUA, a média de espectadores por corrida aumentou de cerca de 547 mil, antes da estreia de Dirigir para Viver, para cerca de 928 mil em 2021. Ainda em 2019, o Grande Prêmio dos Estados Unidos registrou um aumento de 15% nas vendas de ingressos, associado à estreia da série em março daquele ano — a corrida não aconteceu em 2020 por conta da pandemia e, neste ano, está marcada para outubro, com alta expectativa de público.
Fora dos EUA, a Netflix também comemora um fato raro para suas produções originais, com a terceira temporada de F1: Dirigir para Viver tendo a maior audiência de toda a série, sendo a mais assistida na média global em seu final de semana de estreia. A empresa também vê um grande indicativo de que as maratonas se tornaram populares, com aumento no engajamento por meio da taxa de finalização dos espisódios, em pouco tempo após a chegada dos capítulos. Prova do sucesso é que, antes mesmo da premiere, o serviço de streaming já havia confirmado um quarto ano, que já está sendo filmado e tem lançamento marcado para o começo de 2022.
O sucesso também pode ser sentido no comportamento da própria categoria. Na primeira temporada, por exemplo, duas das principais escuderias, Ferrari e Mercedes, não quiseram participar por temerem problemas relacionados às suas propriedades intelectuais e estratégias. Um ano depois, elas estreavam em Dirigir para Viver e estão lá desde então, com a presença de cinegrafistas da Netflix se tornando, inclusive, um tema de comentários dos narradores oficiais da categoria, que já adiantam aos espectadores sobre os temas a serem abordados pela série.
De acordo com Paul Martin, a ideia do show é trazer um retrato autêntico do que acontece fora das pistas; para isso, foi importante trabalhar ao lado das equipes e respeitar aquilo que eles gostariam ou não de mostrar. O comentário também é ecoado por outras figuras conhecidas da Fórmula 1, como o piloto da McLaren, Daniel Ricciardo, que elogia o olhar da Netflix sobre o que acontece por trás do capacete; e Toto Wolff, diretor da equipe Mercedes, que viu um novo fluxo de fãs surgindo após a série.
Para Martin, a série só funciona devido à sua intensidade e drama, demonstrados por meio da dança das cadeiras das equipes, os confrontos das pistas que se refletem fora delas e por um olhar mais humano sobre os pilotos, engenheiros e dirigentes que fazem as corridas acontecerem. Há, claro, um trabalho de dramaticidade e roteirização envolvidos, mas, para o produtor, trata-se apenas de lançar luz sobre aquilo que sempre existiu nos bastidores da Fórmula 1.
Como dito, a quarta temporada de F1: Dirigir para Viver já está sendo produzida ao longo da temporada 2021 da Fórmula 1. Os novos capítulos do show ainda não têm data de estreia marcada, mas, se seguir a tendência das anteriores, devem chegar no primeiro trimestre do ano que vem, logo antes do início das provas de 2022.
Fonte: The New York Times