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Terminais da internet Starlink chegam à Ucrânia

Por| Editado por Patricia Gnipper | 01 de Março de 2022 às 11h31

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Reprodução/SpaceX
Reprodução/SpaceX
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Os terminais para acesso à internet Starlink, da SpaceX, já chegaram à Ucrânia. A novidade foi publicada na segunda-feira (28) por Mykhailo Fedorov, vice-primeiro-ministro do país, que tuitou uma imagem que parece mostrar um caminhão carregado de terminais. Os dispositivos foram enviados em meio à invasão da Rússia na Ucrânia, que causou perturbações na internet por lá.

A imagem publicada por Fedorov mostra um caminhão carregado de caixas com os terminais, que agora podem ser usados para acessar a internet oferecida pelos satélites. No tuíte, ele afirmou que os objetos estavam no país e agradeceu a contribuição de Elon Musk, CEO da SpaceX. “De nada”, disse Musk, em resposta à postagem do ministro.

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Os terminais foram enviados após o conflito se intensificar na Ucrânia e, neste sábado (26), Fedorov pediu ajuda a Musk pelo Twitter. “Enquanto você tenta colonizar Marte, a Rússia tenta ocupar a Ucrânia! [...] Pedimos que você ofereça estações Starlink à Ucrânia”, escreveu, na publicação. Em resposta, o bilionário afirmou que a internet dos satélites foi ativada na Ucrânia, e que havia terminais a caminho.

Além da chegada dos dispositivos no país, já há relatos mostrando que o serviço está em funcionamento. “Sucesso! A Starlink, da SpaceX, está funcionando em Kiev, na Ucrânia”, comemorou o usuário Oleg Kutkov, na segunda-feira (28). De acordo com a publicação, eles estavam conectados com velocidades de download de 136,76 Mbps e velocidade de upload de 23,93 Mbps, acessando a rede através de iPhones.

Esta não é a primeira vez que a SpaceX oferece terminais Starlink para países que precisam de ajuda. Em janeiro, por exemplo, Musk ofereceu terminais para os moradores de Tonga, uma pequena ilha duramente afetada pelas consequências da erupção de um vulcão submarino, que liberou uma explosão de aproximadamente 10 megatons e um tsunami, que devastou cabos submarinos de internet.

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Rede Starlink na Ucrânia

Após o pedido de ajuda, um oficial espacial da Ucrânia afirmou no domingo (27) que, enquanto os terminais não haviam chegado, a situação não estava tão crítica. “Por enquanto, não há problemas com conexão em todas as regiões da Ucrânia”, disse Volodymyr Usov, ex-presidente da Agência Espacial do Estado da Ucrânia. Contudo, informações do grupo de monitoramento NetBlocks apontaram uma série de interrupções significativas no serviço de internet ucraniano, iniciadas na última quinta-feira (24).

Já na manhã de segunda-feira (28), ele afirmou que a rede de telecomunicações no país seguia em funcionamento, aliviando a urgência dos terminais. “Antecipamos a disrupção dos nossos sistemas de comunicação, mas acabou não acontecendo”, explicou. Mesmo assim, o oficial expressou gratidão pela rápida resposta de Musk. “A rede Starlink pode se mostrar útil, principalmente fora das grandes cidades”, disse.

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Porém, especialistas alertam que a conexão dos satélites pode representar um novo alvo para ataques aéreos da Rússia. “Lembre-se: se o [presidente] Putin controlar o ar acima da Ucrânia, os transmissores podem se tornar alvos para ataques aéreos”, alertou John Scott-Railton, pesquisador de conectividade em regiões em conflito na University of Toronto. “No início do conflito, com a conexão interrompida, a internet via satélites pode parecer uma salvação, mas ela rapidamente introduz vulnerabilidades muito reais e mortais”, escreveu.

Brian Weeden, ex-oficial da Força Aérea dos Estados Unidos e especialista em espaço militar na Secure World Foundation, concorda com a fala de Railton. Mas, por outro lado, ele acredita que os terminais são alvos em potencial, mas não que são de alta prioridade. “Duvido que seriam de alta prioridade para alvos russos, acredito que as chances de serem atingidos são provavelmente baixas”, explicou.

Ele lembrou que a utilidade em curto prazo do envio dos terminais à Ucrânia pode acabar limitada por questões técnicas. “O outro grande desafio é a falta de estações em solo para se comunicar com os satélites cobrindo a Ucrânia, necessárias para ligar as solicitações dos usuários à internet”, observou. “Até onde sei, as únicas em operação cobrindo a Ucrânia ficam na Polônia, então não acredito que a região leste do país possa, realmente, usar os serviços Starlink”.

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Fonte: Netblocks; Via: Business Insider, SpaceNews, Space.com