Tem vida em Marte? China leva micro-organismos ao espaço para descobrir
Por Danielle Cassita | Editado por Patricia Gnipper | 19 de Janeiro de 2024 às 12h11
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A China lançou a nave cargueira Tianzhou-7 nesta quarta-feira (17) rumo à sua estação espacial Tiangong. A espaçonave levou diversos suprimentos e experimentos científicos para o laboratório orbital, que viajaram acompanhados de uma carga ainda mais especial: micro-organismos do grupo das arqueobactérias.
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Considerados algumas das formas de vida mais antigas da Terra, estes seres são grandes responsáveis pelo metano na atmosfera do nosso planeta. Eles estão bastante presentes em ambientes anaeróbicos (sem oxigênio), como os estômagos de animais semelhantes e arrozais.
Dong Xiuzhu, pesquisador do Instituto de Microbiologia da Academia Chinesa de Ciências, explica que este tipo de microrganismo foi escolhido para “ir a uma aventura no espaço” porque podem sobreviver com apenas hidrogênio e dióxido de carbono. Depois, estes compostos são transformados em metano.
Condições como a exposição da Tiangong à radiação do espaço, a microgravidade, temperaturas extremas e outras vão ajudar os pesquisadores a analisar a capacidade de sobrevivência destas formas de vida primordiais. Com os dados, eles podem explorar a possibilidade de a vida existir em outros mundos, como Marte.
Vida em Marte
O rover Curiosity, da NASA, detectou sinais de metano cuja origem segue inexplicada, e tais emissões podem ter vindo tanto de processos biológicos quanto geológicos. Assim, se bactérias produtoras de metano sobreviverem em ambientes extremos e mostrarem crescimento robusto enquanto produzem o gás, existe a possibilidade de que tais seres sobrevivam fora do nosso planeta.
"Essa percepção [da sobrevivência das bactérias produtoras de metano] pode ter implicações significativas: se o metano descoberto em Marte for potencialmente de origem biológica, isso sugere a possibilidade de uma origem compartilhada entre a vida em Marte e na Terra", observou Liu Zhu, professor do Departamento de Ciências do Sistema Terrestre da Universidade de Tsinghua.
Fonte: Global Times