Supostos sinais de civilizações alienígenas vêm da Terra, diz pesquisador
Por Wyllian Torres • Editado por Rafael Rigues |
No início desta semana, pesquisadores chineses alegaram ter encontrado possíveis sinais de civilizações alienígenas vindos de uma sistema estelar distante. No entanto, um cientista da Universidade da Califórnia, envolvido no trabalho, discorda e diz que os sinais não passam de interferências de rádio originárias de nosso próprio planeta.
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Os pesquisadores chineses encontraram os sinais eletromagnéticos de banda estreita usando o radiotelescópio FAST ("Five-hundred-meter Aperture Spherical Telescope"). Um funcionário do FAST, que não estava diretamente envolvido no trabalho, informou à mídia chinesa que poderiam ser sinais alienígenas.
Mas Dan Werthimer, pesquisador da Universidade da Califórnia e do Instituto SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence), cujo projeto busca por este tipo de sinal de rádio fraco, disse que os sinais encontrados são todos interferência de radiofrequências terrestres.
Werthimer esteve envolvido no trabalho que detectou os sinais suspeitos com o FAST, cujos resultados foram publicados em um artigo preliminar. Na verdade, a pesquisa é apenas uma parte de um extenso levantamento do céu que levará pelo menos cinco anos para ser concluído.
O pesquisador explicou que a interferência de radiofrequência (RFI) é um grande problema na hora de observar sinais de rádio mais fracos que poderiam ser de uma civilização alienígena. Então, a poluição de rádio das emissoras de televisão, torres de celular e satélites interfere nas observações dos radiotelescópios.
Os sinais suspeitos vieram da direção da estrela Kepler 438, um sistema planetário com uma zona habitável e que abriga planetas semelhantes à Terra. Werthimer disse que, por mais que o FAST estivesse apontado para esta direção, a poluição de rádio da Terra pode entrar "lateralmente" no telescópio.
Mesmo que estes sinais não sejam de seres alienígenas, o pesquisador se mantém otimista quanto a encontrar vida inteligente no espaço. Werthimer lembrou haver um trilhão de planetas na Via Láctea, incluindo pequenos corpos rochosos semelhantes à Terra com água líquida.
Isto apenas na nossa galáxia, pois estima-se que existam 100 bilhões de outras pelo universo. O artigo preliminar do estudo foi publicado na plataforma Research Square.
Fonte: Research Square, Via Futurism