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Superterra de diamante perdeu atmosfera e formou outra

Por| Editado por Luciana Zaramela | 08 de Maio de 2024 às 16h13

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NASA, ESA, CSA, Dani Player (STScI)
NASA, ESA, CSA, Dani Player (STScI)

O exoplaneta 55 Cancri e mostrou que está cercado por uma atmosfera — o que é curioso, já que a sua estrela destruiu aquela que existia ao redor do planeta. Portanto, este mundo encontrado a cerca de 41 anos-luz do Sistema Solar criou uma segunda atmosfera. A descoberta foi feita por pesquisadores liderados por Renyu Hu, do Laboratório de Propulsão a Jato, da NASA.

Enquanto tem o dobro do tamanho da Terra, 55 Cancri e é cerca de nove vezes mais massivo que nosso planeta. Portanto, ele é considerado uma superterra, categoria que inclui os mundos mais massivos que a Terra, mas mais leves que planetas como Urano e Netuno. 

Além disso, 55 Cancri e é tão denso que os astrônomos suspeitam que seja feito de carbono comprimido o suficiente para se transformar em em diamante. Como fica a apenas 2,3 milhões de quilômetros da estrela 55 Cancri A, que é parecida com o Sol, o exoplaneta leva cerca de 17 horas terrestres para orbitá-la. 

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Não surpreende dizer que a radiação da estrela destruiu sua atmosfera primária. É aqui que entram os resultados obtidos por Hu e seus colegas: eles descobriram que 55 Cancri e está cercado por uma camada espessa de gases, como se tivesse criado uma segunda atmosfera

“Essa atmosfera provavelmente é sustentada pela liberação de gases do interior rochoso de 55 Cancri e, acreditamos que essa seja a primeira medição de uma atmosfera secundária em um exoplaneta rochoso. É muito empolgante”, disse o autor. 

Existem duas possíveis explicações para a atmosfera ao redor do planeta. Uma delas sugere que 55 Cancri e seria um mundo de lava coberto por uma atmosfera de silicatos, feita de voláteis e compostos como carbono e nitrogênio. Também é possível que a atmosfera secundária tenha se formado ao longo do tempo por meio da atividade vulcânica.

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Para descobrir qual dos cenários está correto, os autores analisaram dados das observações conduzidas pelo telescópio James Webb. Eles descartaram a possibilidade de que este seja um mundo de lava pura sem atmosfera substancial: para eles, não há dúvidas de que 55 Cancri e é coberto por lava, a qual pode ter contribuído para a formação da nova atmosfera.

"55 Cancri e está tão próximo da estrela hospedeira que recebe muito calor na forma de radiação. Esse calor mantém a temperatura do planeta muito alta", disse Hu. "Nessas temperaturas, tudo no planeta é fundido. Se for rocha, é lava derretida, o que ajuda o processo de liberação de gases que sustenta uma atmosfera secundária por causa da superfície derretida”, explicou. 

A composição da atmosfera ali ainda não está clara, mas os modelos sugerem que tenha, principalmente, dióxido e monóxido de carbono. Para os próximos passos, os autores planejam investigar mais profundamente a composição atmosférica e seus padrões de circulação.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature

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Fonte: Nature, JPL