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Chuva de diamantes em Urano pode não existir — mas em Netuno, sim!

Por| Editado por Patricia Gnipper | 19 de Março de 2023 às 22h00

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Greg Stewart/SLAC National Accelerator Laboratory
Greg Stewart/SLAC National Accelerator Laboratory

Desde os sobrevoos da Voyager 2 por Urano e Netuno, na década de 1980, os cientistas tentam descobrir o que, afinal, torna esses planetas tão diferentes. Agora, um novo estudo sugere que um elemento pode ser crucial para desvendar o mistério: as chuvas de diamante (ou a ausência delas).

Os dois últimos planetas do Sistema Solar são distantes e gelados, mas ainda têm algum brilho para serem observados daqui. Entretanto, há uma grande diferença: enquanto Netuno brilha com seu próprio calor interno, Urano apenas devolve a luz que recebe do Sol. Se é assim, por que os dois parecem tão semelhantes?

Não é fácil decifrar o interior desses mundos distantes, mas os cientistas já sabem que abaixo das duas atmosferas de hidrogênio e hélio existem mantos fluidos ricos em água, amônia e metano, além de uma possível chuva de diamantes caindo até os núcleos rochosos. Mas, segundo um novo estudo, essa chuva pode não acontecer em Urano. Os autores sugerem que apenas Netuno apresenta as condições favoráveis para a formação dos cristais de diamante.

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Liderada por Bingqing Cheng, a pesquisa aponta que tais chuvas liberariam energia gravitacional na forma de calor, mais ou menos como os meteoros fazem ao queimar em nossa atmosfera. Com o atrito no manto gasoso, as gemas de diamantes produziriam aumento de temperatura e isso poderia resultar em uma mudança considerável no planeta.

Os autores do estudo calcularam o “ponto de congelamento” do carbono e descobriram que, nas condições ideais, o carbono e o hidrogênio se separam para criar um fluido rico em carbono, capaz de formar diamantes. Essas "condições ideais" são muito específicas e, aparentemente, não existem em Urano.

Por outro lado, Netuno parece apresentar essas condições, então os cristais podem atravessar sua atmosfera, acrescentando calor ao planeta com a energia gravitacional. Ainda não se sabe exatamente como essas chuvas poderiam contribuir com o calor dos planetas gelados, mas é possível que elas expliquem o porquê de Netuno ter seu próprio calor interno.

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Para testar essa hipótese, os cientistas terão que fazer novos cálculos de congelamento de carbono em modelos computacionais de Urano e Netuno, a fim de descobrir a provável influência dos diamantes na provisão de calor dos planetas. De qualquer forma, uma resposta definitiva só virá com novas missões que estudem esses mundos de perto.

O estudo foi publicado na Nature Communications.

Fonte: Nature Communications; Via: Sky and Telescope