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Rover Perseverance faz seu primeiro teste de mobilidade no solo de Marte

Por| Editado por Patricia Gnipper | 08 de Março de 2021 às 13h15

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NASA/JPL-Caltech
NASA/JPL-Caltech
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Na última semana, o rover Perseverance, da missão Mars 2020, fez seu primeiro deslocamento em solo marciano após pousar na cratera Jezero. Durante este teste de mobilidade, o veículo se moveu por 6,5 m na superfície de Marte e cumpriu com sucesso mais uma etapa da missão. Quando começar a trabalhar nos objetivos científicos da missão, é esperado que realize deslocamentos de 200 m ou até mais.

Durante o procedimento, o rover avançou por uma distância de 4 metros, depois virou 150º para a esquerda e, por fim, recuou 2,5 m no local de seu “estacionamento” temporário. Este procedimento levou cerca de 30 minutos e foi necessário para que as equipes calibrassem os sistemas, subsistemas e instrumentos do Perseverance. Nas próximas etapas, eles devem fazer testes mais detalhados, junto da calibração dos instrumentos científicos para que o Perseverance avance por distâncias maiores.

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Anais Zarifian, engenheira do teste de mobilidade no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, comentou que, quando o assunto são os veículos de rodas em outros planetas, alguns acontecimentos de “primeira vez” tornam estes primeiros movimentos ainda mais significativos: “essa foi a nossa primeira chance de levar o Perseverance para dar uma volta, e o rover demonstrou excelente resposta”, disse ela. “Estamos confiantes que nosso sistema de direção está pronto, capaz de irmos para onde a ciência nos direcionar nos próximos dois anos”.

Contudo, não é somente o sistema de mobilidade que está sendo analisado neste período inicial. Em 26 de fevereiro, o Perseverance passava pelo seu oitavo sol — ou seja, seu oitavo dia marciano — e foi nesse período que os controladores da missão finalizaram uma atualização de software, além de terem substituído o programa que ajudou o veículo a pousar. Mais recentemente, eles também verificaram o status dos instrumentos Subsurface Experiment (RIMFAX) e Mars Oxygen In-Situ Resource Utilization Experiment (MOXIE).

Além disso, foi feito um teste de extensão do braço robótico do veículo, outro momento de grande importância para a missão: “essa é a principal ferramenta que a equipe de ciência vai usar para examinar as formações da Cratera Jezero, e vamos perfurar e coletar amostras do que eles acharem mais interessante”, explica Rober Hogg, gerente da missão. “Quando recebemos a confirmação do braço robótico flexionando seus músculos, com imagens dele funcionando perfeitamente depois de uma viagem tão longa, ganhei meu dia”. Um dos principais objetivos científicos da missão é a busca de bioassinaturas que, se existirem, indicam a ocorrência de formas de vida microbianas no passado do planeta.

Um nome de honra ao local

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Depois que o Perseverance saiu do local de pouso, os cientistas da equipe da missão precisaram memorizar o lugar de alguma forma. Assim, eles o chamaram de "Octavia E. Butler.", em homenagem à célebre autora de ficção científica. Butler, autora de obras como “Kindred: Laços de Sangue”, “A Parábola dos Talentos'', entre outros títulos, foi a primeira mulher negra a receber os prêmios Hugo e Nebula, e também foi a primeira autora de ficção científica a ser homenageada com a bolsa MacArthur.

Kathryn Stack Morgan, cientista de projeto do Perseverance, comenta que dar o nome de Octavia E. Butler ao local de pouso do Perseverance é uma forma de honrar os grandes autores da ficção científica: “decidimos continuar este tema nesta missão como uma forma de reconhecer o papel que os autores de ficção científica representam, ao inspirar tantos de nós para nos tornarmos engenheiros, cientistas e exploradores, que transformaram a ficção científica em realidade para as próximas gerações”, disse ela.

Morgan ressaltou também o destaque das obras da autora, que exploram temas como a equidade de gênero e o racismo, centralizando as experiências das mulheres negras em um período em que eram tão excluídas da ficção. Na verdade, os nomes científicos dados a objetos do Sistema Solar, como asteroides, cometas, e até localidades em planetas são definidos oficialmente pela International Astronomical Union. Assim, os cientistas que trabalham com rovers em Marte têm a tradição de dar apelidos informais para várias formações geológicas, para que usem estes nomes como referência em artigos científicos.

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Outras missões enviadas a Marte também levaram nomes de grandes membros e comunicadores da comunidade científica. Por exemplo, o local de pouso do rover Curiosity, na Cratera Gale, recebeu o nome do autor Ray Bradbury, também da ficção científica. Já o lander Mars Pathfinder recebeu o apelido "Carl Sagan Memorial Station" após pousar com o rover Sojourner, em 1997, um pouco antes da morte do cientista. Carl Sagan trabalhou em algumas missões da NASA e foi o responsável pelo conteúdo dos discos de ouro enviados nas missões Voyager 1 e 2.

Fonte: NASA, Space.com