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Raios solares estão em níveis de energia jamais vistos antes

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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NASA/Twitter
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Astrônomos detectaram raios gama emitidos pelo Sol com níveis de energia sem precedentes e ainda não sabem o que está causando isso. Segundo um novo estudo, esta luz invisível é um trilhão de vezes mais energética que a de uma lâmpada normal.

Raios gama são o tipo de luz invisível (com comprimento de onda não visível aos olhos humanos) mais energético do espectro eletromagnético. Assim como todas as outras formas de radiação, pode variar em níveis de energia, começando em 100 keV (mil elétrons-volt).

Dependendo da fonte dos raios gama, o nível de energia é maior, e pode atingir escalas incríveis de GeV (1 bilhão de elétrons-volt). Entretanto, a radiação encontrada no Sol pelos autores do novo estudo estão na casa de TeV, ou seja, 1 trilhão de elétrons-volt.

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Apesar de extrema, essa energia não é exatamente inédita no universo, mas nunca havia sido vista no Sol até então — nem mesmo era previsto que nossa estrela pudesse produzir tal radiação. Nenhum dos modelos teóricos sobre a atividade solar pode explicar o que os pesquisadores descobriram; portanto, os astrônomos talvez precisem rever suas teorias.

Para encontrar essa anomalia, a equipe responsável pelo estudo analisou mais de seis anos de dados do observatório High-Altitude Water Cherenkov (HAWC). Os resultados impressionaram os pesquisadores, já que se trata de uma energia difícil de se produzir, mesmo para estrelas como a nossa.

Entretanto, as pistas podem estar em outro lugar. É que os raios gama do Sol são produzidos quando raios cósmicos atingem a estrela e interagem com os campos magnéticos e partículas da atmosfera solar. Contudo, ainda não há dados suficientes para determinar qual tipo de raios cósmicos poderia causar esse fenômeno.

Segundo a física de partículas Mehr Un Nisa, que participou do estudo, “existem algumas ideias exóticas — como a matéria escura sendo capturada pelo Sol, podendo ser aniquilada para produzir partículas que podem eventualmente ser emitidas na forma de raios gama”. Entretanto, “essas são apenas ideias no momento”, concluiu.

Fonte: Physical Review Letters; via: NewScientist