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Não é matéria escura! Raios gama na Via Láctea têm explicação mais simples

Por| Editado por Rafael Rigues | 04 de Maio de 2022 às 10h10

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NASA’s Goddard Space Flight Center
NASA’s Goddard Space Flight Center

O excesso de raios gama no centro da Via Láctea pode ser causado por estrelas de nêutrons, mais especificamente um tipo conhecido como pulsar de milissegundos. Anteriormente, cientistas cogitaram que este excesso, até então inexplicável, poderia ser uma assinatura da matéria escura.

Descoberto em 2009, o fenômeno conhecido como Excesso de GeV do Centro Galáctico (GCE) já foi analisado por muitas equipes de pesquisa que tentam encontrar a possível fonte da radiação. Uma origem na matéria escura foi uma das possibilidades encontradas pelos cientistas.

Para que a matéria escura seja a causa do GCE, ela deve ser formada por WIMPS (da sigla em inglês para Partículas Massivas de Interação Fraca), uma das partículas hipotéticas candidatas a componente da matéria escura. Ainda não sabemos se WIMPS realmente existem, mas a GCE poderia ser uma boa pista nesse sentido.

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Entretanto, talvez não seja o caso. Segundo um novo estudo, a GCE pode ser, na verdade, produzida por um pulsar de milissegundos, isto é, estrelas de nêutrons que giram em seu próprio eixo a velocidades extraordinárias, cerca de 100 vezes por segundo. Estrelas de nêutrons são remanescentes superdensos de estrelas muito mais massivas que o nosso Sol.

De acordo com os autores da nova pesquisa, cientistas já detectaram emissões de raios gama que vieram de pulsares de milissegundos nas proximidades do Sistema Solar. "Então sabemos que esses objetos emitem raios gama", disse o professor Roland Crocker, coautor do estudo.

A equipe criou um modelo demonstrando que “a emissão integrada de toda uma população dessas estrelas, cerca de 100.000, produziria um sinal totalmente compatível com o Excesso do Centro Galáctico”, explicou Crocker. Como WIMPS ainda não foram comprovados como partícula formadora da matéria escura, a hipótese mais provável (dos pulsares) deve prevalecer, embora sejam necessárias mais observações para reforçá-la.

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Por fim, Crocker diz que o sinal de raios gama da galáxia Andrômeda parece ser principalmente devido a pulsares de milissegundos. Por isso, o mesmo deve ser verdadeiro para o centro da Via Láctea. A pesquisa foi publicada na revista Nature Astronomy.

Fonte: Nature Astronomy; via: SciTechDaily