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Quem é o dono da Lua? Ninguém, mas este homem diz ser dono de parte dela

Por| Editado por Patricia Gnipper | 10 de Novembro de 2021 às 16h21

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Space Adventures
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A Lua é o foco das principais missões de exploração do espaço que ocorrerão nos próximos anos, além de Marte e Vênus. Muitas delas, inclusive, já sondam os recursos naturais disponíveis nos polos lunares, como o gelo de água, para mineração. Mas, à medida que a humanidade se aproxima de estabelecer sua presença constante em nosso satélite natural, surge uma questão pertinente: quem seriam os donos dessas áreas lunares exploradas?

A resposta é que a Lua não pode ter um dono, propriamente dito. Porém, durante uma conversa online promovida pela Explorers Club, Richard Garriot, presidente da empresa e referência na indústria de videogames, disse ser dono de parte da superfície lunar. Será que essa afirmação foi dada de maneira séria, ou em tom de brincadeira?

Bem, Garriot, que já viajou boa parte do mundo, pagou sua viagem para a Estação Espacial Internacional (ISS) em 2008 e se tornou um astronauta na ocasião. No entanto, bem antes disso, ele financiou um módulo lunar e é daqui que parte sua reivindicação.

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Em 1993, Garriot participou de um leilão promovido pela Sotheby's e pagou US$ 68.500 para comprar o módulo de pouso Luna 21, da então União Soviética, bem como o rover Lunokhod 2 — os quais exploraram parte da superfície lunar. Nesta mesma ocasião, Richard adquiriu uma fotografia do rover e um conjunto de documentos em russo e inglês, incluindo uma transferência de título e certificado de propriedade.

A dupla Luna 21/Lunokhod 2 foi lançada em 11 janeiro de 1973, aterrizando no dia 15 daquele mesmo mês na cratera Le Monnier, localizada na parte oriental de Mare Serenitatis (ou “Mar da Tranquilidade”). O rover trabalhou na superfície lunar durante quatro meses enquanto era controlado por comandos enviados da Terra e retransmitiu imagens panorâmicas e milhares de imagens.

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O rover Lunokhod 2 operava com oito rodas, enquanto uma tampa móvel em sua parte superior fornecia a energia solar do rover. Durante a noite, a tampa se fechava e um fluido quente matinha assegurava a temperatura para manter o sistema funcionando. No entanto, em maio de 1973 um incidente deixou o rover encoberto de regolito (poeira lunar) e outros fragmentos; com isto, ele parou de funcionar e mandou suas últimas informações para a Terra em 10 de maio daquele ano.

Por isso, Garriot alega ser o proprietário nem que seja o regolito que se encontra abaixo do rover, já que o veículo é, tecnicamente, seu. Além disso, ele destacou a área percorrida pelo Lunokhod 2, cerca de 40 km, que também seria uma propriedade dele. "Portanto, pode ser razoável eu reivindicar não apenas os 40 quilômetros de pista, mas tudo o que este veículo examinou", acrescentou.

Garriot disse que, caso outras missões enviem veículos para explorar a área já “demarcada” pelo Lunokhod 2, ele espera realizar uma troca de interesses econômicos. “Eu também espero que você me pague direitos de acesso para estar em minha propriedade”, disse, destacando ainda que, por mais que as pessoas encarem a sua propriedade lunar como algo hipotético e até mesmo fantasioso, a discussão levanta questões sérias sobre quem realmente será o dono da Lua — ao menos de partes dela, em especial nesta nova era da exploração espacial feita por empresas privadas.

Fonte: Space.com