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Planeta 9 pode ser finalmente encontrado — se ele possuir luas

Por| Editado por Patricia Gnipper | 23 de Fevereiro de 2023 às 16h28

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Kevin Gill/Flickr
Kevin Gill/Flickr

Alguns astrônomos ainda estão à procura do Planeta 9, um mundo hipotético tão distante do Sol que não refletiria a luz da estrela e, por isso, não pode ser observado por telescópios. Mas, segundo um novo estudo, cientistas têm mais chances de encontrá-lo caso haja luas em sua órbita. Isto é, se tal planeta realmente existir, em primeiro lugar.

O Planeta 9 foi proposto pela primeira vez para explicar a órbita estranha de alguns objetos transnetunianos extremos (na sigla ETNOs), que ficam muito além da órbita de Netuno. Um objeto é considerado ETNO se o seu periélio (o ponto orbital em que ele fica mais próximo do Sol) é maior do que 30 unidades astronômicas e se o afélio (ponto em que ele fica mais afastado do Sol) é superior a 150 unidades astronômicas. Uma unidade astronômica equivale à distância média entre a Terra e o Sol, que é de 149.600.000 km.

Porém, alguns ETNOs têm características orbitais um pouco diferentes de seus colegas. Foi quando dois cientistas levantaram a hipótese de haver ali um mundo massivo o bastante para ser um planeta, a ponto de sua atração gravitacional afetar a órbita de alguns corpos menores próximos.

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Apesar de todos os esforços para tentar encontrar esse planeta, os astrônomos não encontraram nada. Mas se o novo estudo estiver correto, eles podem detectar algumas luas ao redor do Planeta 9 por meio de ondas de rádio muito fracas.

Em seu artigo, submetido à revista The Astrophysical Journal, Man Ho Chan, astrônomo da Universidade de Educação de Hong Kong, usou estimativas do tamanho e gravidade do Planeta 9 para deduzir quantas luas ele poderia ter. O cálculo foi baseado na distribuição de ETNOs onde o planeta hipotético poderia estar.

Outro critério foi que os objetos pequenos deveriam estar próximos o suficiente do planeta para serem puxados para uma órbita permanente. Assim, o pesquisador descobriu que até 20 pequenas rochas poderiam existir ao redor do Planeta 9, cada um com cerca de 100 quilômetros de diâmetro.

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Caso a proposta esteja correta, os pesquisadores poderiam localizar o Planeta 9 de uma maneira bem simples: procurando essas luas pelo calor. Embora estejam muito longe do Sol para se aquecerem, elas ainda esquentariam devido aos efeitos gravitacionais do planeta. Esse efeito é conhecido como aquecimento das marés.

Quando energia gravitacional é exercida por um corpo massivo sobre outro, ela é parcialmente convertida em energia cinética — é isso que leva os objetos a se aproximarem em espiral, muitas vezes caindo uns nos outros. No processo, ela também se dissipa como calor em um ou em ambos corpos.

Um exemplo extremo do aquecimento gravitacional é Io, a lua vulcânica de Júpiter. Seu núcleo é derretido devido à força gravitacional de Júpiter de um lado, e das demais luas galileanas do outro. Esse mesmo tipo de aquecimento ocorre com outros corpos em um sistema.

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Portanto, não seria de admirar que as luas do Planeta 9 se aqueceriam, tornando-se mais quentes que outros ETNOs vizinhos. A temperatura seria de 173 °C, muito fria para nós, humanos, mas ainda quente demais em comparação a objetos mais solitários do Cinturão de Kuiper.

Se o Planeta 9 realmente existir e possuir luas ao seu redor, seria possível detectar esse calor usando radiotelescópios em busca de sinais fracos de rádio. “Isso fornece uma nova maneira indireta de examinar a hipótese do Planeta Nove e revelar as propriedades básicas dele”, disse o autor do artigo, disponível no arXiv.org.

Fonte: arXiv.org; Via: Space.com