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Planeta 9: astrônomos escaneiam 87% do céu e não encontram nada

Por| Editado por Patricia Gnipper | 17 de Março de 2022 às 12h12

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R. Hurt/Caltech
R. Hurt/Caltech

O Planeta 9 não foi encontrado em um novo levantamento da região mais distante do Sistema Solar. No novo estudo, astrônomos escanearam quase 87% do céu com o telescópio Atacama Cosmology Telescope (ACT) em busca deste mundo teórico, que pode existir além da órbita de Netuno. Apesar de terem identificado vários candidatos, nenhum pôde ser confirmado e a busca se junta a outras anteriores, também sem resultados.

O Sistema Solar é formado por oito planetas. Antes, Plutão era considerado um membro da nossa vizinhança, mas foi “rebaixado” a planeta-anão em 2006. Entretanto, dados recentes dos parâmetros orbitais de pequenos corpos além de Netuno parecem sugerir a existência de algum objeto massivo no Sistema Solar externo, que estaria influenciando-os gravitacionalmente. Assim, surgiu a ideia da presença de algum mundo por lá, que acabou conhecido como "Planeta 9" ou "Planeta X".

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Este planeta controverso teria entre 5 e 10 massas terrestres, e orbitaria o Sol a uma distância de até 800 unidades astronômicas. Caso exista, seria extremamente difícil encontrá-lo com telescópios ópticos. Mesmo assim, diversos astrônomos seguem em busca dele — e, desta vez, a equipe de pesquisadores trabalhou com o telescópio Atacama Cosmology Telescope (ACT), no Chile, para procurá-lo em comprimentos de onda milimétricos.

Devido à grande distância, telescópios ópticos identificariam pouquíssima luz. Além disso, procurar o planeta através de assinaturas de calor também não seria fácil, já que levantamentos da luz infravermelha, como aqueles executados pelo satélite Wide-field Infrared Explorer (WISE), não trouxeram resultados. Assim, o ACT foi escolhido porque, apesar de ter sido projetado para estudar a radiação cósmica de fundo, o telescópio tem resolução angular e sensibilidade relativamente altas, importantes para uma busca do tipo.

A equipe escaneou cerca de 87% do céu do hemisfério sul ao longo de seis anos e, depois, processou as imagens com técnicas variadas. Como resultado, a busca trouxe cerca de 3.500 candidatos, mas nenhum pôde ser confirmado e não houve outras detecções estatisticamente significativas. Portanto, os cientistas excluíram, com 95% de certeza, a existência do Planeta 9 na região estudada — um resultado consistente com aquele de outras buscas que não tiveram sucesso, realizadas desde 2016.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Astrophysical Journal.

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Fonte: The Astrophysical Journal; Via: Space.com, Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics