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Pandemia causa mais um atraso no lançamento do telescópio espacial James Webb

Por| 10 de Junho de 2020 às 17h35

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ESA, NASA, S. Beckwith, Northrop Grumman
ESA, NASA, S. Beckwith, Northrop Grumman
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Com uma década de atraso, o telescópio espacial James Webb (cuja montagem foi finalizada em agosto do ano passado) não verá a luz do dia em março de 2021, conforme planejado pela NASA em janeiro deste ano. Nesta quarta (10), Thomas Zurbuchen, chefe de programas científicos da agência espacial, foi enfático ao dizer que "absolutamente nós não lançaremos [o telescópio] em março". O motivo da vez? "Não foi falha de ninguém ou falta de planejamento", ele garante, pois o novo atraso é consequência da pandemia de COVID-19.

“A equipe fez de tudo na maior velocidade possível. Mas nós perdemos tempo. Não era possível trabalhar em dois turnos por causa da pandemia. Nem todo mundo estava disponível. Existiam casos positivos aqui e ali. E, portanto, só era possível trabalhar em um turno”, explicou. Agora, NASA e Northrop Grumman (a empresa envolvida na construção do telescópio) estão avaliando os próximos passos, na tentativa de fazer uma nova estimativa de quando as operações voltarão ao normal. Somente depois disso é que será possível marcar uma nova data para o lançamento. Espera-se que essa análise seja concluída em julho deste ano.

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O James Webb foi idealizado nos anos 1990, com lançamento estimado para algum momento entre 2007 e 2011. Problemas técnicos, imprevistos, revisões orçamentárias e custos de desenvolvimento disparando a todo momento fizeram com que essa data fosse adiada diversas vezes desde então, até ser programada para 2018, quando parecia que finalmente o telescópio espacial seria lançado de vez. Mas a NASA precisou adiar esse prazo novamente, já que não o finalizaria em tempo, prevendo o ano de 2020 para isso. No início do ano, no entanto, a agência espacial precisou rever esse cronograma de novo, e foi quando marcou a data para 30 de março de 2021 — esta que acaba de ser adiada. Seu desenvolvimento já envolveu um custo aproximado de US$ 10 bilhões.

Este novo telescópio espacial é o sucessor do Hubble, que recentemente completou 30 anos em atividade. O James Webb será o principal observatório mundial de ciências espaciais da próxima década, com potencial de resolver muito mais mistérios do Sistema Solar e descobrir mundos distantes ao redor de outras estrelas, muito mais do que o já aposentado Kepler foi capaz de fazer. A NASA já chegou a dizer que "o Webb vai mudar a forma como pensamos sobre o céu noturno e nosso lugar no cosmos" — por isso, ele é tão importante.

*Com informações de ARSTechnica