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Oxigênio detectado em Vênus pode explicar diferenças com a Terra

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  |  • 

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NASA
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Pela primeira vez, átomos de oxigênio foram encontrados no lado diurno da atmosfera de Vênus. Os cientistas já haviam observado o oxigênio no lado noturno do planeta, mas agora, um novo estudo liderado por pesquisadores do Centro Aeroespacial Alemão (DLR) indica que o composto está mais espalhado do que parecia.

Ao estudar a atmosfera de Vênus e os processos nela, os cientistas podem compreender também o que torna a Terra e este mundo tão diferentes. Uma das formas de fazer isso é estudar o oxigênio atômico, formado por átomos de oxigênio únicos — ao contrário do oxigênio molecular (aquele que respiramos), formado por dois átomos de oxigênio ligados.

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Na Terra, o oxigênio atômico é frequente a altas altitudes porque a luz solar separa o oxigênio atmosférico. Parece que um processo semelhante acontece em Vênus: a atmosfera venusiana tem grandes quantidades de dióxido de carbono que, com a luz solar, se separa em oxigênio atômico e monóxido de carbono.

Quando estes átomos seguem ao lado noturno de Vênus, eles se recombinam e formam dióxido de carbono. Os cientistas já sabiam que o oxigênio atômico fazia parte do processo, mas até então, nunca o detectaram no lado diurno do planeta. Isso mudou quando o físico Heinz-Wilhelm Hübers e seus colegas analisaram dados coletados pelo observatório SOFIA (sigla de Stratospheric Observatory for Infrared Astronomy).

Ele era um observatório instalado em um avião que voava sobre a atmosfera da Terra. Durante suas operações, o SOFIA coletou dados do lado diurno e noturno de Vênus e do seu terminador, a linha que divide ambos. Nas 17 localizações estudadas, havia oxigênio atômico cuja concentração chegava aos maiores níveis a cerca de 100 quilômetros de altitude.

Os autores observam que a altitude corresponde àquela onde há dois grandes padrões de circulação atmosférica em Vênus. Um deles é um fluxo de rotação 70 km abaixo, que tem movimento contrário àquele do planeta sobre seu próprio eixo. O outro é um fluxo na atmosfera superior, observado acima dos 120 km de altitude.

Portanto, o oxigênio atômico representa uma forma de estudar a zona de transição atmosférica em Vênus. Segundo a equipe, observações futuras podem trazer mais detalhes sobre a região, contribuindo também para o desenvolvimento de futuras missões ao planeta.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature Communications.

Fonte: Nature Communications; Via: Science Alert, IFLS Science