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O que são asteroides potencialmente perigosos?

Por| Editado por Patricia Gnipper | 20 de Setembro de 2022 às 08h08

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Reprodução/CoolVid-Shows/Pixabay
Reprodução/CoolVid-Shows/Pixabay

Existem mais de 29.000 asteroides próximos da Terra e, considerando o histórico de extinções em massa causados por impactos, é normal ter alguma preocupação com asteroides perigosos. Mas apenas alguns deles representam algum risco: os chamados asteroides potencialmente perigosos. O que eles são?

O que são asteroides próximos?

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Os asteroides são corpos celestes pequenos e muitas vezes de formato irregular. No Sistema Solar, existe uma região enorme conhecida como Cinturão Principal de Asteroides, entre as órbitas de Marte e Júpiter. Eles não estão exatamente presos ali — muitos acabam migrando para a órbita mais interna e cruzam a órbita terrestre.

Para serem considerados asteroides próximos da Terra (ou NEA, do inglês Near Earth Asteroid), o objeto precisa ter uma trajetória ao redor do Sol que o coloque ao menos a 1,3 UA de distância do nosso planeta (1 UA é a distância da Terra em relação ao Sol) em seus momentos de maior aproximação.

A maioria dos NEAs se originam no cinturão principal, tendo sido perturbados para a órbita interior por colisões entre si e pela influência gravitacional de Júpiter. Eles podem ser das famílias Aton, Apollo e Amor.

E os asteroides perigosos?

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Em sua maioria, os NEA não representam perigo para nosso planeta — exceto os que estão muito mais perto. Aqueles com alguma chance de colidir com a Terra são conhecidos como “potencialmente perigosos” (ou PHA, sigla em inglês que significa Potentialy Hazardous Asteroids).

Os asteroides recebem o título de PHA quando possuem uma órbita que o aproxime de nosso planeta a uma distância de apenas 0,05 UA, ou 19,5 LD (distância lunar). Ou seja, qualquer rocha que chegue a 19,5 vezes a distância entre a Lua e a Terra.

Talvez você esteja se perguntando como um asteroide, cuja aproximação máxima da Terra é quase 20 vezes a distância da Lua, poderia ser perigoso para nós. Bem, é por isso que astrônomos costumam enfatizar que eles não devem nos atingir nos próximos 100 anos.

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Asteroides conhecidos já tiveram suas órbitas devidamente calculadas e não devem alterá-las tão cedo. É por isso que os cientistas sabem que, se “quiserem” se chocar com a Terra, eles terão que passar muitas décadas de alteração de órbitas — coisa que não é feita “de um dia para o outro”.

Outro fator importante para ser considerado um PHA é o tamanho do asteroide. Afinal, milhares deles caem em nosso planeta o tempo todo sem sequer serem percebidos, mas estamos falando dos realmente perigosos aqui.

Para determinar se algum asteroide se encaixa nessa categoria, os astrônomos geralmente medem seu brilho e tentam estimar seu diâmetro. Se ele tiver cerca de 100 m e estiver dentro das 19,5 distâncias lunares, será catalogado como potencialmente perigoso.

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Em média, a cada 100 anos um asteroide de aproximadamente 50 m cai na Terra causando tsunamis e outros desastres naturais. Mas os realmente ameaçadores, capazes de causar catástrofes globais e extinção em massa, têm mais de 1 km e caem em intervalos de centenas de milhares de anos.

Por fim, estima-se que asteroides capazes de causar desastres em regiões habitadas caem na Terra a cada 300 anos. Cerca de 1.500 asteroides estão documentados como PHA, mas existem muitos outros ainda desconhecidos. Uma pesquisa do satélite WISE da NASA sugeriu que existem pelo menos 4.700 deles esperando para serem detectados.

Apesar disso, ainda não há indícios de que algum deles esteja a caminho da Terra, ou próximos demais da órbita da Terra. Por exemplo, o Bennu é considerado potencialmente perigoso, mas a chance de um impacto entre os anos 2169 e 2199 é de apenas 1 em 2.700. Além disso, a NASA e outras agências espaciais já preparam seus planos de defesa planetária, com estratégias para desviá-los caso estejam em rota de colisão.

Fonte: IAU