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Novas fotos mostram galáxias pelos “olhos” de telescópios aposentados

Por| Editado por Rafael Rigues | 22 de Junho de 2022 às 16h15

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ESA, NASA, Caltech, C. Clark, R. Braun, C. Nieten, M. Smith
ESA, NASA, Caltech, C. Clark, R. Braun, C. Nieten, M. Smith

Novas fotos das galáxias Andrômeda, do Triângulo e a Grande e Pequena Nuvem de Magalhães foram produzidas com dados dos observatórios Herschel Space, Planck, Infrared Astronomical Satellite (IRAS) e Cosmic Background Explorer (COBE). Realizadas pela Agência Espacial Europeia (ESA) e NASA, a missões já foram encerradas, mas os dados coletados por elas seguem ajudando os astrônomos a entender as variações das nuvens de poeira em cada galáxia, além dos processos de formação estelar.

As observações foram lideradas por dados do observatório espacial Herschel, da ESA, que operou de 2009 a 2013. Os cientistas usaram também dados da missão europeia Planck, encerrada em 2013, somados a dados das missões IRAS e COBE. Estas foram operadas pela NASA, durante as décadas de 1980 e 1990.

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O observatório Herschel tinha instrumentos extremamente frios, capazes de detectar o brilho da emissão térmica da poeira na luz infravermelha distante. Ele revelou detalhes e estruturas das nuvens de poeira em alta resolução, mas o Herschel foi projetado com limitações para observar nuvens difusas ou regiões internas das galáxias, com menor quantidade de gás e poeira.

Esta lacuna foi preenchida com a combinação dos dados dos demais observatórios, que renderam imagens fascinantes das galáxias em diferentes comprimentos de onda e ajudaram os astrônomos a entender melhor a poeira nelas: com a combinação dos dados, eles estimam que a proporção de poeira para gás em uma única galáxia pode variar em um fator de 20, valor bem além daquele em estimativas anteriores.

Para entender, considere que, nas nuvens de poeira mais densas, quase todos os elementos pesados podem ficar presos em grãos de poeira, aumentando da proporção dela em relação aos gases. Já nas regiões menos densas, a radiação das estrelas recém-nascidas e ondas de choque daquelas que estão explodindo destroem os grãos, devolvendo os elementos para o gás e alterando a proporção novamente.

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Os dados podem ajudar os astrônomos a entender melhor este ciclo, e mostram também a importância do trabalho dos telescópios mesmo após o fim de suas atividades. Mesmo assim, os dados coletados pelos observatórios seguem armazenados em arquivos, e são constantemente reanalisados por astrônomos que visitam estas informações para calcular mudanças de longo prazo em galáxias, buracos negros e mais.

Fonte: Hubble