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Andrômeda tem “fósseis” de antiga colisão com galáxia vizinha

Por| Editado por Rafael Rigues | 20 de Junho de 2022 às 18h15

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NAOJ, Hubble, Mayall (NSF)/R. Gendler & R. Croman
NAOJ, Hubble, Mayall (NSF)/R. Gendler & R. Croman

Uma equipe de astrônomos reconstituiu o passado violento de Andrômeda, nossa vizinha galáctica, através de análises da composição e movimento de mais de 500 estrelas dela. As descobertas foram apresentadas durante um encontro da American Astronomical Society, e podem ajudar os cientistas a compreender os eventos e processos por trás da evolução das galáxias.

Localizada a 2,5 milhões de anos-luz da Terra, Andrômeda é a grande galáxia mais próxima da Via Láctea. No estudo, os pesquisadores identificaram a composição química e o movimento de 556 estrelas gigantes vermelhas em uma região chamada “Plataforma Nordeste”. Eles concluíram que a Plataforma é, na verdade, uma estrutura criada por forças de maré e matéria, formada por interações gravitacionais com outra galáxia.

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Geralmente, as galáxias crescem através da acreção de material de objetos próximos (como outras galáxias e aglomerados globulares) após colisões violentas. Estes eventos deixam para trás vestígios na forma de estruturas de marés gravitacionais, associações estelares em fluxos alongados ou em arcos, que se movem ao redor da galáxia que sobreviveu ao encontro.

No caso de Andrômeda, a estrutura parece ser formada principalmente pelos detritos da colisão. “Os restos de cada colisão podem ser identificados pelo estudo do movimento das estrelas e de suas composições químicas”, explicou Ivanna Escala, coautora do trabalho. Segundo ela, esta informação é uma espécie de “impressão digital”, que permite identificar as estrelas que participaram da colisão.

“Realizamos a primeira caracterização detalhada da composição química e movimento geométrico das estrelas nesta região da nossa galáxia vizinha, demonstrando conclusivamente que a prateleira é uma estrutura de maré provavelmente composta por detritos do resultado da colisão”, disse Escala.

Os autores acreditam que o estudo destes fluxos de matéria pode ajudar os cientistas a entender como as galáxias ganham matéria, revelando também a história, a aparência e a composição da galáxia e das estruturas próximas. Por fim, a análise confirma previsões anteriores sobre o passado de Andrômeda.

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Fonte: Carnegie Science