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NASA estuda amostras lunares congeladas há 50 anos

Por| Editado por Rafael Rigues | 04 de Maio de 2022 às 18h10

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NASA/Robert Markowitz
NASA/Robert Markowitz
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Amostras da Lua que foram trazidas pela missão Apollo 17, em 1972, e que ficaram congeladas por quase 50 anos começaram a ser analisadas pelo Goddard Space Flight Center, da NASA. O desafio técnico para manipular este precioso material e as descobertas a partir dele ajudarão na análise de amostras do polo sul lunar que serão trazidas através das missões Artemis.

A pesquisa pertence ao Programa de Análise de Amostras de Próxima Geração da Apollo (ANGSA), da NASA, dedicado a estudar o material trazido pela Apollo 17 antes que as missões Artemis decolem para a Lua. As amostras estavam em um freezer no Johnson Space Center e recentemente chegaram ao Goddard.

No entanto, a operação não foi nada fácil e precisou da ajuda de pesquisadores do Centro de Pesquisa Ames, do Laboratório de Pesquisa Naval em Washington e da Universidade do Arizona. Há mais de quatro anos Julie Mitchel, pesquisadora da Nasa, e sua equipe desenvolvem a melhor abordagem para analisar as amostras.

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Mitchel explicou que o trabalho teve início em 2018 e que muitos desafios técnicos precisaram ser superados para chegar a uma nova abordagem que permite analisar as amostras ainda congeladas. “Isso foi visto como uma prática para preparar uma instalação para o futuro processamento de amostras frias”, acrescentou.

Quando a instalação já estava pronta, o curador de amostras da Apollo, Ryan Zeigler, da Divisão de Pesquisa e Exploração de Astromateriais (ARES) do Johnson, e sua equipe precisaram se adaptar às condições estabelecidas pela equipe de Mitchel — manter as amostras congeladas durante a análise.

Além da diminuição da visibilidade por conta congelamento, a equipe precisou manipular as amostras com luvas grossas em um porta-luvas com nitrogênio. E todo esse trabalho foi realizado no interior de uma sala freezer, com temperatura de 20 °C negativos.

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Para Zeigler, trabalhar neste frio só tornou o processo ainda mais difícil. “É uma importante lição de aprendizado para a Artemis”, apontou.

O que dizem as amostras lunares?

Após o processamento, as amostras foram subdividas pelo processador de amostras lunares Jeremy Kent, do Johnson, e então armazenadas em um recipiente com gelo seco. Em seguida, elas foram para o Goddard, onde foram guardadas em um freezer.

Para os pesquisadores envolvidos na análise, é muito especial receber amostras que não são estudadas há quase cinco décadas. A pesquisadora do Laboratório Analítico de Astrobiologia do Goddard, Jamie Elsila, concentra seu trabalho nos pequenos compostos orgânicos voláteis.

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Trabalhos anteriores descobriram que algumas amostras da Lua continham aminoácidos, os blocos essenciais da vida na Terra. Elsila e sua equipe investigam a origem e distribuição desses compostos por todo o Sistema Solar. Ao identificá-los e quantificá-los, eles esperam entender parte da química prebiótica da Lua.

Enquanto isso, a pesquisadora Natalie Curran, do Mid Atlantic Noble Gas Research Lab do Goddard, dedica-se a compreender o histórico dessas amostras. Diferente da superfície terrestre, a lunar não está protegida dos raios cósmicos por uma espessa atmosfera.

Curran explicou que o trabalho permite usar gases nobres como o argônio, hélio, neônio e xenônio para medir por quanto tempo as amostras estiveram expostas à radiação cósmica, prejudicial aos compostos orgânicos. “Portanto, entender a duração ajuda a determinar os efeitos que a exposição teve no composto orgânico”, ponderou.

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Além das amostras congeladas, as duas pesquisadoras têm acesso a amostras não congeladas. Assim, elas poderão comparar os dois grupos para ver se há alguma diferença no conteúdo orgânico. Qualquer variação ajudará a aperfeiçoar as técnicas que abordarão o material lunar que retornará com as missões Artemis.

Fonte: NASA