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A China trouxe 1,7 kg de amostras da Lua com a missão Chang'e 5

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Miguel Claro
Miguel Claro

Lançada no final de novembro de 2020, a missão Chang'e 5 viajou durante 23 dias rumo à Lua e voltou para casa com amostras de solo lunar. O material, que chegou à Terra em 16 de dezembro, marca a primeira coleta de amostras lunares desde 1976. Agora, de acordo com informações da agência espacial chinesa CNSA, a Chang'e 5 coletou 1,731 kg de amostras da região próxima de Mons Rümker em Oceanus Procellarum (ou Mar das Tormentas) nesta empreitada.

As amostras foram transferidas da CNSA para o laboratório de amostras lunares no país. Liu He, vice-premiê da nação, ressaltou durante uma cerimônia o sucesso da missão Chang’e 5 e a importância desta para a construção da força chinesa aeroespacial, e reforçou também a necessidade da contribuição da sabedoria do país para o aprofundamento dos conhecimentos científicos sobre a formação do universo e sua evolução.

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Agora, os cientistas chineses já estão trabalhando em análises detalhadas das amostras coletadas. Posteriormente, a CNSA planeja publicar políticas relacionadas às amostras para coordenar e promover a realização de pesquisas científicas, além de incentivar que cientistas do país e do exterior participem deste trabalho — embora exista a possibilidade de os Estados Unidos não terem acesso às amostras em função de restrições políticas vigentes entre a NASA e o programa espacial chinês.

Ainda segundo os oficiais chineses, o estudo destas amostras irá ajudar a expandir o entendimento científico sobre o universo, além de possivelmente confirmar a hipótese da ocorrência de vulcanismo na Lua. Assim, o sucesso da Chang’e 5 torna a China o terceiro país a coletar e trazer amostras do solo lunar, após Estados Unidos e a antiga União Soviética — esta foi responsável pela missão soviética Luna 24, que trouxe aproximadamente 170 g de amostras para a Terra em 1976, a última vez em que isso foi feito.

A Chang’e 5 é considerada uma das missões mais complexas e desafiadoras da história aeroespacial da China, e foi necessário realizar manobras complexas e arriscadas, como a acoplagem autônoma do módulo que tinha as amostras em seu interior com aquele que estava em órbita para transferi-las. Futuramente, a missão lunar chinesa Chang'e 6 irá tentar coletar amostras do polo sul do nosso satélite natural em 2023 e, assim, complementará os estudos.

Fonte: Universe Today, CNSA