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Missão Ax-1 tentará criar "lente líquida" no espaço

Por| Editado por Rafael Rigues | 11 de Abril de 2022 às 17h30

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Studio Ella Maru
Studio Ella Maru

Uma tecnologia que poderá ajudar a NASA a construir grandes telescópios espaciais no futuro será testada em um experimento conduzido pelos membros da missão Ax-1 na Estação Espacial Internacional. Eytan Stibbe, especialista da missão, realizará uma demonstração de tecnologia que consiste na criação de uma lente a partir de polímeros líquidos, que serão solidificados com luz ultravioleta ou temperaturas adequadas.

A ideia parte do princípio da tensão superficial, uma força que permite que a superfície dos líquidos se comporte como uma membrana elástica. É por causa dela que, na Terra, as gotas d’água com até 2 mm conseguem manter formato perfeitamente esférico. Se forem maiores, as gotas são esmagadas por seu próprio peso, mas no espaço elas também assumem forma esférica.

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Assim, através do programa Fluidic Telescope Experiment (FLUTE), pesquisadores querem investigar como usar líquidos para a construção de lentes de telescópios no espaço. Se a técnica se mostrar viável, os telescópios futuros podem ser construídos com dimensões ainda maiores, sendo capazes de coletar mais luz e permitindo que os astrônomos investiguem objetos distantes com ainda mais detalhes.

O tamanho e peso das lentes convencionais limitam o tamanho dos telescópios que podemos enviar ao espaço. Quanto maior a lente, mais pesada ela é, e mais difícil é fazer seu polimento para que consiga focar os objetos com precisão. É por este motivo que o telescópio espacial James Webb, lançado em dezembro, usa 18 espelhos hexagonais trabalhando em conjunto no lugar de uma "lente" única. Apesar de complexo, esse arranjo é menor, mais leve e mais fácil de construir que uma lente única equivalente.

Entretanto, no espaço podemos usar a física a nosso favor. “Na microgravidade, os líquidos assumem naturalmente formas úteis para criar lentes e espelhos. Então, se os criarmos no espaço, eles podem ser usados para construir telescópios dramaticamente maiores do que pensávamos ser possível”, explicou Edward Balaban, investigador principal do FLUTE.

Para o experimento, Stibbe tentará criar uma lente, enquanto Michael Lopez-Alegria, comandante da missão, servirá como assistente. Eles vão utilizar polímeros líquidos e luz ultravioleta ou variações de temperatura para solidificá-la em órbita; depois, o material será enviado à Terra para estudos. “Esperamos que esta abordagem crie superfícies com forma perfeita e suave, as melhores para se transformarem em espelhos”, disse Vivek Dwivedi, cientista do FLUTE.

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Dependendo dos resultados, a técnica poderá produzir lentes de forma mais simples do que os processos atuais, sem a necessidade de polimento ou outros procedimentos. “A física natural dos fluidos faz todo esse trabalho por nós”, observou Moran Bercovici, professor associado de engenharia mecânica na Technion.

Fonte: NASA; Via: Space.com