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Mininetunos parecem estar se transformando em superterras "ao vivo"

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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ESA
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Dois diferentes exoplanetas conhecidos como mininetunos estão perdendo suas atmosferas devido à radiação de suas estrelas, e podem acabar transformados em superterras. A descoberta vem de um novo estudo liderado por Michael Zhang, graduando da Caltech, e pode ajudar a esclarecer a formação e evolução destes exoplanetas, além de uma “lacuna” na distribuição deles.

Os mininetunos recebem este nome por serem exoplanetas menores e mais densos em comparação com Netuno, e os astrônomos acreditam que eles são formados por grandes núcleos rochosos revestidos por coberturas gasosas. Alguns destes exoplanetas foram observados no novo estudo: dois deles, na órbita da estrela HD 63433, e o TOI 560.01, do sistema TOI 560.

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Os resultados mostraram que o gás atmosférico está escapando do exoplaneta TOI 560.01 e do HD 63433c, o mais interno da órbita da estrela HD 63433, o que sugere que eles podem estar se transformando em superterras. “A maioria dos astrônomos suspeitava que os mininetunos jovens devem ter atmosferas evaporando, mas ninguém havia pego algum deles neste processo até agora”, disse Zhang.

Além disso, o estudo mostrou que o gás ao redor do TOI 560.01 estava escapando, principalmente, em direção à estrela. “Isso foi inesperado, já que a maioria dos modelos prevê que o gás deve fluir para longe da estrela”, observou Heather Knutson, coautor do estudo. “Ainda temos muito a aprender sobre como esses fluxos ocorrem na prática”.

Exoplanetas em detalhes

Milhares de exoplanetas já foram descobertos e, entre eles, há dois grupos que merecem atenção. Um inclui as superterras, exoplanetas com aproximadamente 1,6 vez o tamanho da Terra; e o outro reúne os mininetunos, mundos com atmosferas mais espessas com até quatro vezes o tamanho do nosso. Não há planetas deste tipo no Sistema Solar, e pouquíssimos deles com tamanho “intermediário” entre estes dois grupos foram encontrados.

Uma possível explicação para esta lacuna envolve a evolução dos mininetunos, que podem se transformar em superterras após perderem suas atmosferas primordiais. Se forem pequenos e estiverem próximos o suficiente de suas estrelas, é possível que a radiação ultravioleta e de raios X delas destrua esta atmosfera, deixando uma superterra menor para trás — e a descoberta dos dois mininetunos com o escape atmosférico representa a primeira evidência direta desta teoria.

O vídeo abaixo ilustra este processo:

Os autores observaram que a velocidade dos gases é a evidência principal do escape da atmosfera. No caso do TOI 560.01, cujo gás está fluindo em direção à estrela, novas observações de outros exoplanetas do tipo serão necessárias para revelar se este mundo é uma anomalia ou se este fluxo é algo comum. “Como cientistas de exoplanetas, aprendemos a esperar o inesperado”, disse Knutson. “Estes mundos exóticos estão constantemente nos surpreendendo com uma nova física, que vai além do que vimos no Sistema Solar”.

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Os artigos com os resultados do estudo foram publicados na revista The Astronomical Journal.

Fonte: The Astronomical Journal (1, 2); Via: NASA