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Superterras podem não surgir a partir do núcleo que "restou" de mininetunos

Por| 10 de Fevereiro de 2021 às 22h00

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NASA/JPL-Caltech
NASA/JPL-Caltech

Fora do Sistema Solar, os mininetunos e superterras são os exoplanetas mais comuns presentes na órbita de outras estrelas. Até então, as superterras eram consideradas os núcleos rochosos que restaram após estes planetas perderem suas atmosferas gasosas. Agora, um novo estudo de astrônomos da McGill University, do Canadá, sugere que, na verdade, alguns destes mundos nunca tiveram atmosfera gasosa, o que sugere novas informações sobre os processos de formação deles.

Hoje, é considerado que algo entre 30% e 50% das estrelas tenha algum destes dois tipos de planeta em sua órbita, sendo que as ambas as populações de exoplanetas parecem ter as mesmas proporções. Uma teoria sobre o nascimento destes planetas propõe que a maior parte deles se forma como mininetunos, ou seja, planetas gasosos menores que Urano e Netuno. Nisso, alguns deles teriam perdido seus escudos de gás devido à ação da radiação emitida pela estrela, então sobraria apenas um núcleo denso e rochoso que pertenceu ao exoplaneta gasoso.

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Contudo, os resultados obtidos sugerem ser possível que este processo não aconteça. Durante o estudo, os astrônomos utilizaram simulações para rastrear como ocorre a evolução destes exoplanetas misteriosos. Eles trabalharam com um modelo cujos cálculos se baseavam no quão massivo eram os núcleos rochosos, a distância entre eles e as estrelas e, por fim, o calor do gás que os envolvia. Eve Lee, co-autora do estudo, explica que “ao contrário do que teorias anteriores propõem, o estudo mostra que alguns exoplanetas nunca tiveram atmosferas gasosas”.

Na prática, isso significa que nem todas as superterras são restos de mininetunos, mas sim que ambos teriam se formado a partir de uma só distribuição de rochas, surgidas a partir de um disco de gás e poeira em torno das estrelas. Nisso, rochas maiores do que a Lua seriam capazes de atrair gás o suficiente com a força gravitacional para envolver seus núcleos em um "escudo". Esse gás iria se esfriar e encolher, permitindo que haja mais espaço para que mais gás seja puxado e, assim, que o planeta cresça.

É aí que está a maior diferença na formação deles, porque a principal distinção vem da habilidade de estas rochas crescerem e reterem seus escudos gasosos: “nossas descobertas ajudam a explicar a origem das duas populações de exoplanetas e, quem sabe, a prevalência delas”, finaliza ela. Assim, com essa teoria, pode ser que, futuramente, os cientistas decifrem o quão comuns são os exoplanetas rochosos de tamanho igual ou maior que a Terra.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista The Astrophysical Journal.

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Fonte: McGill University