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Mercúrio tem tempestades geomagnéticas parecidas com as da Terra

Por| Editado por Patricia Gnipper | 31 de Março de 2022 às 18h34

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NASA
NASA

Mercúrio, o menor planeta do Sistema Solar, parece ter tempestades geomagnéticas parecidas com as da Terra. A conclusão vem de novos estudos conduzidos por cientistas dos Estados Unidos, Canadá e China, e esclarece se outros planetas, incluindo aqueles fora do nosso sistema, poderiam ter tempestades do tipo independentemente do tamanho de suas magnetosferas ou da presença de uma ionosfera como a da Terra.

Um dos artigos dos estudos mostrou que Mercúrio tem um anel de corrente elétrica, formado por um campo em formato de donut formado por partículas eletricamente carregadas, que fluem pela lateral do planeta sem seguir para os polos. Este foi realizado com base em um estudo anterior, que explorou dados observacionais que sugeriam a existência da corrente por lá.

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Já em outro artigo, os autores provaram a existência de tempestades geomagnéticas causadas por tal corrente. Estas tempestades ocorrem quando a magnetosfera de um planeta é perturbada, em função da transferência da energia do vento solar.

Hui Zhang, professor de física espacial na Universidade do Alasca, explica que os processos em Mercúrio são bem parecidos com aqueles que ocorrem na Terra. “As diferenças principais são o tamanho do planeta, e Mercúrio tem um campo magnético fraco, virtualmente sem atmosfera”, disse.

A confirmação das tempestades geomagnéticas em Mercúrio foi resultado de uma feliz coincidência: uma sequência de ejeções de massa coronal (CME), ocorridas em 2015, junto do fim da missão Messenger, da NASA. Na ocasião, as CME comprimiram a corrente em anel no lado do planeta voltado para o Sol, e aumentaram a energia dela. Depois, os dados da missão Messenger indicaram intensificação na corrente, algo essencial para as tempestades magnéticas.

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Contudo, é importante lembrar que isso não significa que Mercúrio tem auroras como aquelas que vemos na Terra. Em nosso planeta, as partículas do vento solar interagem com as moléculas da atmosfera, formando as auroras; já em nosso vizinho, não há atmosfera, de modo que as partículas seguem livremente até a superfície sem formá-las, e só podem ser vistas em observações de raios X e gama.

Ambos os estudos mostram que as tempestades magnéticas parecem ser uma característica comum em planetas magnetizados. “Os resultados obtidos pela missão Messenger oferecem novas informações sobre a posição de Mercúrio na evolução do Sistema Solar, após a descoberta de seu campo magnético planetário intrínseco”, concluíram os autores.

Os artigos com os resultados dos estudos foram publicados nas revistas Science China Technological Sciences e Nature Communications.

Fonte: Science China Technological Sciences, Nature Communications; Via: University of Alaska