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Material lunar digerido por baratas vai à leilão por US$ 400.000

Por| Editado por Rafael Rigues | 27 de Maio de 2022 às 11h30

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RR Auction
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A casa de leilões RR Auction, especializada em “souvenirs espaciais”, colocou à venda uma pequena amostra de material lunar trazido à Terra pela missão Apollo 11, em 1969, mas com um grande diferencial: a poeira da Lua foi retirada do sistema digestivo de baratas que se alimentaram dela em uma experiência realizada na Terra — e a peça em leilão inclui os insetos que fizeram parte disso.

Antes do primeiro homem pousar na Lua, durante o programa Apollo, existiam muitas dúvidas sobre o material presente na superfície de nosso satélite natural. Alguns planejadores da missão estavam preocupados de que a sonda e os astronautas, ao pousarem lá, afundassem no regolito lunar — a fina poeira da Lua.

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Toda tecnologia enviada junto à missão foi planejada para lidar com este possível cenário, incluindo algumas precauções para que os astronautas Neil Armstrong e Buzz Aldrin pudessem abandonar rapidamente a superfície da Lua, se fosse necessário. Mas a missão foi um sucesso e, embora a maior parte dos biólogos concordassem que não havia nenhuma forma de vida na Lua, a possibilidade de que os astronautas, bem como tudo o que esteve envolvido nessa viagem, pudessem trazer microorganismos de lá não poderia ser descartada.

Então tudo o que voltou do espaço, incluindo a tripulação, foi colocado em isolamento no Laboratório de Recepção Lunar, da NASA, durante 21 dias. Enquanto os astronautas realizaram exames médicos, uma variedade de criaturas — como peixes, ratos baratas — foi colocada em contato com o material lunar.

O objetivo era avaliar como estes organismos se comportariam ao entrar em contato com o material trazido da Lua. Nesta experiência, foram utilizados cerca de 10% dos 22 kg de amostras lunares trazidas pela Apollo 11.

Coletando poeira da Lua de baratas

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Uma vez encerrada a experiência, a então pesquisadora Marion Brooks, da Universidade Saint Paul, foi contratada pela NASA para estudar de maneira mais aprofundada as baratas que conviveram com o material da Lua durante a quarentena pós retorno da missão.

Ao final da experiência, nenhum dos organismos, muito menos os astronautas, adoeceram, mas a agência espacial queria entender os possíveis efeitos nocivos que a poeira lunar poderia provocar. Brooks recebeu a amostra, mas dentro de oito baratas Blattellas germanica, espécie que aqui é conhecida como "francesinha".

Brooks conseguiu observar o material lunar nas baratas a olho nu, mas precisou dissecar os insetos para investigar o interior delas. "Não encontrei evidências de agentes infecciosos", disse ela ao jornal Minneapolis Tribune em 1969. Ela também não encontrou nenhuma evidência de que o material fosse tóxico às baratas.

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Antes de se aposentar, em 1986, Brooks reuniu todos os itens relacionados a pesquisa — como uma réplica da placa da Apollo 11 — em uma placa de vidro. Nela estava um pequeno frasco com o material lunar coletado das baratas, incluindo três baratas da experiência.

Brooks morreu em 2007, aos 89 anos, mas por muitos anos a placa permaneceu pendurada em sua casa. Três anos depois, tudo foi leiloado por US$ 10.000 à antiga casa de leilão Regency-Superior, sediada na Califórnia. Até que foi revendida para a RR Auction em 2010.

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Agora a casa de leilões está oferecendo a valiosa e exótica coleção de Brooks por US$ 400.000 . As ofertas serão recebidas até o dia 23 de junho.

Fonte: RR Auction, Collect Space