Poeira lunar trazida pela missão Apollo 11 será leiloada por até US$ 1,2 milhão
Por Wyllian Torres | Editado por Patricia Gnipper | 29 de Março de 2022 às 16h25
Partículas minúsculas de poeira lunar encontradas no estojo usado para proteger a primeira amostra coletada na Lua pela missão Apollo 11, em 1969, serão leiloadas por US$ 800 mil a US$ 1,2 milhão no próximo mês. A venda inclui cinco porta-amostras de alumínio, sendo que quatro deles contêm com poeira lunar em sua superfície.
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Nesta segunda-feira (28), a casa de leilões londrina Bonhams anunciou a sua próxima oferta de venda: cinco porta-amostras de alumínio (usadas para análises de varredura) também contendo poeira lunar. Essas partículas são resquícios das primeiras amostras coletadas da Lua pelo astronauta Neil Armstrong, em 1969.
As partículas foram encontradas na bolsa de descontaminação usada para guardar as primeiras amostradas lunares. Em 2015, a bolsa foi vendida em um leilão de confisco do governo dos EUA e, após uma série de ações judiciais, ela foi declarada como propriedade da compradora Nancy Lee Carlson.
Depois, outra disputa legal determinou que a NASA também entregasse as partículas lunares para Carlson — mas ela já havia vendido a bolsa em outro leilão, em 2017, por US$ 1.812.500. Agora, as poeiras da Tranquility Base, onde a Apollo 11 pousou, aguardam para serem leiloadas no próximo dia 13, em Nova York.
História espacial leiloada
Adam Stackhouse, especialista da Bonhams que supervisionou as amostras lunares, explica que elas se destinavam a fornecer uma pequena quantidade de material lunar à Terra, caso algo desse errado na Apollo 11, servindo como uma “amostra de contingência”.
Essas amostras têm 492 gramas de um material mais fino que 1 cm, além de 12 fragmentos de rocha um pouco maiores que isso — tudo sob propriedade da NASA. Já as partículas que vão a leilão não têm um peso estimado, pois individualmente não passam de alguns mícrons de tamanho.
Ainda assim, essas partículas têm um valor histórico inestimável, pois é uma conexão direta com a primeira vez que um ser humano pisou na Lua. A NASA, por outro lado, alega que todo material trazido com a Apollo 11 deve ser um Tesouro Nacional, e não uma propriedade privada.
A venda da História Espacial da casa de leilões inclui outras 20 relíquias da história espacial, como um fragmento do foguete usado para lançar o primeiro satélite do mundo, o Sputnik-1. A peça de alumínio de 14 cm por 3,6 cm fazia parte do foguete R7, da então União Soviética, que caiu na Terra após o lançamento em 1967.