James Webb detecta possível composição do asteroide Didymos
Por Danielle Cassita | Editado por Patricia Gnipper | 27 de Outubro de 2023 às 10h45
![NASA/Johns Hopkins APL/Steve Gribben](https://t.ctcdn.com.br/EvEOnDebDCYxvAgYHjQbZhT_PJ4=/640x360/smart/i388840.jpeg)
A sonda DART, da NASA, colidiu com o asteroide Dimorphos, que orbita Didymos. Dois meses depois do impacto, a poeira liberada se assentou e cientistas usaram o telescópio James Webb para analisar o que aconteceu com Didymos, e descobriram pistas importantes sobre sua composição.
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Didymos, asteroide com 780 metros de diâmetro, forma uma dupla binária com Dimorphos, que mede apenas 160 metros. Apesar de os cientistas ainda não saberem muito sobre as superfícies deles, é certo que são ásperos e repletos de pedregulhos.
Foi em setembro de 2022 que a DART se chocou com Dimorphos, alterando seu período orbital. Desde então, telescópios em solo e no espaço voltaram seus “olhos” para o asteroide, estudando o que aconteceu com ele depois do impacto.
Como o Webb é o único telescópio capaz de diferenciar visualmente estas rochas espaciais, que orbitam uma à outra de pertinho, a equipe liderada por Andrew Rivkin, investigador principal da DART, o usou para estudar Didymos. Eles trabalharam com dados dos instrumentos NIRSpec e MIRI.
Descobertas sobre o asteroide Didymos
Eles descobriram que Dimorphos e Didymos parecem ser condritos ordinários, que é a mesma classificação da maioria dos meteoritos que caem na Terra. Isso significa que a DART foi direcionada a um tipo de asteroide que talvez possa representar uma ameaça ao nosso planeta.
Os autores compararam a composição de Didymos àquela do meteoro que explodiu em Chelyabinsk, na Rússia, em 2013. Ele é considerado o maior objeto natural que entrou na atmosfera da Terra desde o Evento de Tunguska, em 1908, e também pode ser considerado um bom representante dos asteroides próximos da Terra.
Segundo Rivkin, os resultados parecem indicar que Didymos passou quase ileso pelo impacto da DART. “[Os resultados] mostram que, após 25 dias ou mais, não houve brilho a mais dos detritos no sistema Didymos, e em novembro de 2022, as observações do sistema (incluindo as do James Webb) são só de Didymos”, explicou.
Ele acrescentou que a equipe realizou algumas observações com luz polarizada, que parecem indicar que o tamanho médio das partículas sofreu uma pequena mudança em Didymos. Eles devem realizar mais observações no ano que vem.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado no repositório arXiv, sem passar pela revisão de pares.
Fonte: arXiv; Via: Universe Today