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Nova análise sugere que esférulas encontradas no oceano são resíduos

Por| Editado por Patricia Gnipper | 15 de Novembro de 2023 às 10h53

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Abraham Loeb et al.
Abraham Loeb et al.

Parece que as esférulas encontradas pelo astrônomo Avi Loeb no oceano são simplesmente resíduos. Apesar de ele apontar serem o que chamou de “esférulas alienígenas”, uma análise independente de Patricio Gallardo, físico da Universidade de Chicago, indica que, na verdade, elas são consistentes com cinzas de carvão, um contaminante existente desde a revolução industrial.

Os fragmentos foram encontrados por Loeb e colegas em uma expedição, feita com o objetivo de resgatar os restos do meteoro CNEOS 2014-01-08. O objeto entrou na atmosfera terrestre em 2014 e, em 2019, Loeb e colegas concluíram que ele era um meteoro interestelar, ou seja, vindo de fora do nosso sistema.

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Análises preliminares do material mostraram elementos em uma proporção que, para a equipe, não poderia ser encontrada no Sistema Solar. Para eles, além de o objeto ter vindo de outro sistema, ele poderia até ter sido fabricado por alguma civilização alienígena. Entretanto, os resultados da nova análise independente não favoreceram tal hipótese.

Ethan Siegel, astrofísico e um dos principais críticos de Loeb, observa que a origem interestelar do meteoro foi concluída a partir de medidas com alto grau de incerteza, como a precisão das observações e a trajetória do objeto. Apesar de outros cientistas terem apontado que objetos do tipo podem ser considerados interestelares com baixo grau de confiabilidade, Loeb insistiu que CNEOS 20140108 tinha realmente origem interestelar.

Objeto interestelar CNEOS 20140108

Eis que voltamos às esférulas encontradas durante a expedição mencionada no início desta publicação. Segundo Loeb, as esférulas são compostas principalmente por ferro, silício, magnésio e titânio, e cinco das amostras delas contêm berílio, lantânio e urânio — e, de acordo com ele, estes elementos não são encontrados nos meteoritos mais comuns.

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Portanto, isso indicaria que os fragmentos teriam vindo de outro sistema estelar e que seriam evidências de tecnologias alienígenas. Agora, em sua publicação recente, Patricio Gallardo aponta “que seria irresponsável não examinar as fontes de contaminação de origem humana que ocorreram na Terra por centenas de anos”.

Ele descobriu que havia grande consistência entre os elementos berílio, lantânio e urânio, presentes nas esférulas, com aqueles vindos das cinzas da queima do carvão. Em outras palavras, os componentes de ferro das esférulas parecem ter vindo do Sistema Solar, e os elementos encontrados nelas evidenciam processos de contaminação causados pela ação humana.

As descobertas do novo estudo foram publicadas na revista Research Notes of the AAS.

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Fonte: Research Notes of the AAS; Via: Starts with a Bang