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ESA está prestes a iniciar construção de missão "caçadora de cometas"

Por| Editado por Rafael Rigues | 09 de Junho de 2022 às 15h10

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NASA
NASA

A missão Comet Interceptor, liderada pela Agência Espacial Europeia (ESA) com apoio da agência espacial japonesa JAXA, começará a ser construída em breve; a novidade vem após a ESA anunciar a “adoção” da missão em uma reunião nesta quarta-feira (8). A fase de estudos já foi concluída, e a construção deverá começar após a seleção da contratante principal.

Günther Hasinger, diretor de ciência na ESA, destaca que a adoção da Comet Interceptor é baseada nas missões revolucionárias Giotto e Rosetta, acelerando a agência para um novo nível da ciência dos cometas. “Ela vai manter os cientistas europeus na dianteira da pesquisa de cometas, posicionando a ESA como líder nesta área emocionante”, disse, em um comunicado.

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A missão foi proposta à agência europeia em julho de 2018, e foi selecionada somente em junho do ano seguinte. Ela é uma missão de classe F, ou seja, tem desenvolvimento e lançamento mais rápido em comparação com outras: o esperado é que as missões desta classe levem cerca de oito anos desde a seleção até o lançamento.

A ideia é que a Comet Interceptor seja composta por uma nave principal e duas sondas, que vão cercar um "alvo" para observá-lo de vários ângulos e, assim, criar um perfil tridimensional do objeto que será estudado. Ela deverá ser lançada junto da missão Ariel, em 2029; ambas vão viajar com destino ao Ponto de Lagrange 2, uma região de estabilidade gravitacional a 1,5 milhão da Terra.

Chegando lá, a Comet Interceptor vai aguardar a passagem de algum objeto de interesse — de preferência, um cometa que tenha passado pouco tempo no Sistema Solar interno ou até algum objeto interestelar raro, que tenha vindo de outro sistema para o nosso; após encontrá-lo, ela irá continuar sua jornada, navegando até ele para sobrevoos e estudos.

Estudos da missão caçadora de cometas

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A missão estará preparada para caracterizar a composição da superfície, a forma e a estrutura de algum cometa intacto, investigando também a composição de seu gás e coma. “Como na maioria das missões da ESA, a Comet Interceptor vai motivar a colaboração entre diferentes empresas, institutos e países, e vai acelerar o desenvolvimento de tecnologias inovadoras, que podem ter aplicações completamente diferentes no futuro”, sugeriu Nicola Rando, gerente de projeto da missão.

Já os futuros objetos de estudo da Comet Interceptor podem ser variados: a missão poderá examinar algum objeto distante que tenha vindo da Nuvem de Oort, uma área com objetos misteriosos a dezenas de milhares de unidades astronômicas do Sol; cada unidade representa a distância entre a Terra e nosso astro. Por outro lado, estudar algum visitante interestelar poderá oferecer a oportunidade de aprender como objetos como cometas se formam e evoluem em outros sistemas estelares.

Michael Küppers, cientista de estudos da missão na ESA, explica que um cometa em sua primeira órbita ao redor do Sol pode conter materiais intactos originários do nascimento do Sistema Solar. “Estudar um objeto assim e coletar amostras deste material vai nos ajudar a entender mais não só sobre os cometas, mas também sobre como o Sistema Solar se formou e evoluiu ao longo do tempo”, disse.

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Fonte: ESA