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Enormes torres na Lua poderiam gerar energia para alimentar futuras bases fixas

Por| Editado por Claudio Yuge | 11 de Março de 2021 às 21h20

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ESA - P. Carril
ESA - P. Carril

Quando pensamos na construção de bases lunares de maneira eficaz, precisamos levar em consideração dois recursos fundamentais: água e energia elétrica. Sabemos que, nas crateras permanentemente escuras, próximas ao polo Sul da Lua, existem evidências de água congelada e, para solucionar a fonte de energia, cientistas propõem a construção de grandes torres que sirvam na escala que todo esse processo exigirá.

Pode parecer ficção científica, mas a construção de torres com quilômetros de altura na superfície lunar é, pelo menos na teoria, possível. Essas estruturas bem altas podem elevar os painéis solares a uma altura acima de qualquer obstrução geológica da superfície aumentando sua a área disponível para produção de energia. Dessa maneira, seria possível explorar a Lua a longo prazo.

Segundo o grupo de cientistas da Universidade de Harvard responsável pela pesquisa, o local mais indicado para a instalação desses grandes painéis seria na borda das mesmas crateras próximas ao polo sul, pois ali existem “picos de luz eterna” — onde quase nunca a luz do Sol deixa de bater. No entanto, esses picos não seriam suficientes para produzir a quantidade de energia elétrica necessária, então, para um melhor aproveitamento deles, o mais adequado é que os painéis sejam construídos verticalmente.

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Existem três vantagens que o ambiente lunar nos oferece para construir estruturas tão altas. Primeiro, a gravidade da Lua equivale cerca de 16% da gravidade da Terra — deixando tudo bem mais leve. Segundo, por conta da ausência de atmosfera, as torres e painéis não precisaram considerar a existência de ventos fortes. E terceiro, mas não menos importante, a ambiente sem atividades sísmicas, ou seja, nenhuma possibilidade de as torres serem derrubadas ou danificadas por tremores.

Os pesquisadores levaram todos esses parâmetros em consideração e calcularam que para construir com segurança uma torre de concreto com pouco mais de 1 km de altura, a parede precisa ter 20 centímetros de espessura. Ou torres ainda mais altas, mas isso aumentaria drasticamente a demanda de recursos. Para o concreto será usado material do solo lunar mesmo, o regolito. Enviar vigas de aço da Terra será um fator impeditivo, por isso é importante que a estrutura seja montada lá na Lua com material local mesmo. Outras propriedades do material foram medidas, como o peso e resistência.

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Apesar de ser simples na teoria, construir torres de 17 km de altura é um baita desafio. A equipe concluiu que “a massa e o volume do regolito que precisa ser processado em concreto em um tempo razoável provavelmente será o fator limitante por algum tempo. Se exigirmos um tempo de construção de 1 ano, uma torre de 2 km teria que processar 11 metros por dia”. Já uma torre de apenas 1 km reduziria em 80%, em tempo e recursos.

Ainda falta muito tempo até que as primeiras bases lunares sejam efetivamente construídas, mas a demanda de produção de energia que usaremos na Lua já é uma realidade que só tem a crescer, sobretudo com o retorno da exploração do nosso satélite natural com o programa Artemis.

O artigo com maiores detalhes sobre o projeto pode ser acesso no site da Cornell University.

Fonte: Universe Today