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Encélado | Conheça a lua de Saturno onde existe água

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  |  • 

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NASA
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Encélado é a sexta maior lua de Saturno. Coberta por uma crosta congelada, este satélite natural abriga um oceano subterrâneo de água líquida, que escapa através de plumas liberadas por rachaduras na superfície. Estudos das partículas das plumas mostraram que a lua contém a maioria dos ingredientes necessários para abrigar vida microbiana.

Na verdade, esta lua é apenas uma em meio a dezenas de satélites de Saturno. Mais de 60 novas luas foram descobertas ao redor do planeta em 2023, que agora tem o total de 146 satélites naturais.

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Claro que esta grande turma de luas é diversa tanto em tamanho quanto em características. Titã, por exemplo, é uma lua maior que o planeta Mercúrio. Já Hyperion é um satélite natural de estrutura irregular, que lembra uma esponja.

Em meio a tantos satélites naturais ao redor de Saturno, há alguns que chamam a atenção dos cientistas — entre eles, está Encélado, com calor interno e água líquida.

Nesta matéria, você vai conhecer mais sobre este mundo congelado. Vamos lá?

A lua Encélado

Apesar de ser uma das maiores luas de Saturno, Encélado é pequena quando comparada a outras do Sistema Solar. Ela mede apenas 504 km de diâmetro — para comparação, considere nossa Lua, que tem 3.474,8 km de diâmetro. Assim como acontece com o satélite natural da Terra, Encélado mantém sempre um mesmo lado voltado para Saturno.

Como é coberta por gelo, esta lua tem superfície tão clara que reflete 90% da luz que recebe. Se você fosse para lá, seria bom levar um casaco: a temperatura média na superfície de Encélado é de -201 ºC, mas há algumas um pouco mais aquecidas, chegando a -163 ºC.

A crosta congelada que cobre Encélado está longe de ser uniforme. Esta camada é repleta de crateras e rachaduras, e algumas delas parecem ter sido causadas por processos geológicos relativamente recentes.

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Os astrônomos acreditam que o gelo esconde um oceano, que se manteve líquido graças ao calor das marés gravitacionais. Encélado se aproxima e se afasta de Saturno enquanto o orbita, e estas mudanças fazem com que a gravidade do planeta gere fricção, dissipada pelo calor.

Encélado e a mitologia grega

Conhecemos esta lua graças a William Herschel, astrônomo britânico que a observou em agosto de 1979. Assim como aconteceu com outras luas de Saturno, Encélado permaneceu sem nome. Isso mudou com John Herschel, filho de William.

Em 1847, ele publicou uma obra em que sugeria que as primeiras sete luas descobertas ao redor de Saturno deveriam ter os nomes dos Titãs da mitologia grega. A escolha não foi por acaso: o deus romano Saturno era chamado de Cronos pelos gregos e liderava os Titãs. Já Encélado recebeu o nome da figura nascida para derrotar a deusa Atena.

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Por que Encélado é uma lua tão interessante?

Encélado é um mundo de grande interesse para as ciências planetárias pelo seu oceano global de água salgada, compostos químicos únicos e calor — juntos, estes “ingredientes” a tornam um lugar promissor para a busca por vida. Muito disso se deve às descobertas da sonda Cassini, mas antes de ela chegar ao sistema de Saturno, mas os cientistas já suspeitavam que esta lua tinha segredos interessantes.

A missão espacial Cassini começou a estudar Encélado em 2005, e ao longo de seus sobrevoos, revelou que a lua tem um oceano sob sua crosta. A água escapa nas rachaduras da crosta congelada, formando jatos com água e moléculas orgânicas simples, expelidos de seu polo sul.

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Ao longo de seus sobrevoos, a missão Cassini atravessou as plumas de água. Seus instrumentos revelaram que ela tinha gases voláteis, vapor d’água, dióxido e monóxido carbono e, por fim, compostos simples com carbono. Apesar de a missão ter acabado em 2017, os dados obtidos por ela continuam rendendo descobertas.

Foi em 2018 que cientistas identificaram moléculas orgânicas complexas nas plumas. Já em 2019, foi revelado que a Cassini encontrou nelas compostos com nitrogênio e oxigênio, que são necessários para a formação dos aminoácidos. Em 2023, foi anunciada a primeira detecção de fósforo nos grãos de gelo de Encélado. O elemento é considerado o mais raro para a formação da vida.

Fonte: NASA (1, 2, 3)