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Destaques da NASA: fotos astronômicas da semana (28/08 a 03/09/2021)

Por| Editado por Patricia Gnipper | 04 de Setembro de 2021 às 11h00

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Josep Drudis/Robert Fedez/NASA, JPL-Caltech
Josep Drudis/Robert Fedez/NASA, JPL-Caltech
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Chegamos a mais um sábado e, com ele, uma nova seleção de imagens astronômicas escolhidas a dedo pela NASA! Nesta semana, você encontra imagens variadas que vão desde um fenômeno curioso, que parece formar “chamas coloridas” no céu, até uma imagem fresquinha de Marte, que mostra uma rocha importantíssima em seu centro. 

Aproveite também as demais imagens para conferir um pouco sobre outros objetos interessantes, incluindo um registro bastante colorido da Lua, que está pertinho de nós, ou outros mais distantes que existem espaço afora — a Galáxia do Remoinho é um deles, que aparece em uma imagem interagindo com sua vizinha.

Vamos lá?

Sábado (28) — Rocha em Marte  

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No dia 22 de agosto, o rover Perseverance utilizou a câmera Hazard para fazer a imagem acima, que mostra um detalhe importante no interior da cratera Jezero: a rocha ao centro da imagem. Trata-se de uma formação apelidada de “Rochette”, que mede 52,5 cm e foi testada pelo veículo para a equipe da missão checar se seria possível coletar uma amostra dela, que seria um pouco mais espessa que um lápis.

Quando fez sua primeira tentativa de coleta, o Perseverance tentou obter uma amostra de uma rocha tão quebradiça que ela se fragmentou e não pôde ser armazenada. Então, para evitar um novo "susto" do tipo, a equipe usou o sistema Mastcam-Z para analisar imagens do interior do tubo de amostras, enquanto o rover pausou a sequência de coleta enquanto os cientistas verificam a imagem para, assim, garantir que realmente havia m núcleo de rocha no interior do tubo. Tudo deu certo e o tubo será selado para, futuramente, ser levado à Terra através de uma missão realizada pela NASA em parceria com a Agência Espacial Europeia.

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Domingo (29) — As órbitas de asteroides potencialmente perigosos 

Certo, alguns asteroides são, de fato, considerados perigosos, mas nenhum deles deverá atingir nosso planeta nos próximos 100 anos, pelo menos. Mesmo assim, como a Terra tem histórico de eventos de extinção em massa relacionados ao impacto de asteroides, nada mais justo do que encontrar e catalogar objetos que, algum dia, possam oferecer riscos à vida por aqui. A imagem acima, por exemplo, mostra a órbita de mais de mil asteroides potencialmente perigosos (PHO), que recebem esse nome porque viajam em órbitas que podem se aproximar da Terra a uma distância de 7,5 milhões de quilômetros — equivalente a 19,5 vezes a distância média entre a Terra e a Lua (que é de 384 mil quilômetros).

Na verdade, pequenos fragmentos de rocha e gelo atingem nosso planeta todos os dias e raramente oferecem riscos, tanto que alguns deles costumam até causar fenômenos interessantes no céu, como chuvas de meteoros ou passagens tão brilhantes que se parecem com bolas de fogo. Contudo, quando falamos de asteroides com 140 m de diâmetro, a situação é bem diferente, já que são capazes de causar eventos devastadores, como tsunamis, se grandes fragmentos deles caírem na superfície.

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Claro, classificá-los como PHO não significa que algum deles vai nos atingir em um futuro próximo, mas como nem todos foram descobertos e a órbita de vários ficou imprevisível, é importante acompanhá-los atentamente para, assim, refinar e realizar previsões mais precisas das probabilidades de impactos.

Segunda-feira (30) — Um arco-íris diferente 

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Pois é, essas “chamas coloridas” no céu não são exatamente o que costuma vir em mente quando pensamos em um arco-íris, não é? Esse fenômeno é conhecido como "arco circum-horizontal", e é um halo colorido que ocorre paralelamente ao horizonte quando a luz atravessa a lateral de um cristal de gelo, que atua como prisma. Para observá-lo, você precisa do Sol em uma posição acima de 58º no céu e de nuvens do tipo cirrus, que se formam a 10.000 m de altitude e contêm pequenos cristais de gelo.

Junte esses dois ingredientes e, com um pouco de sorte, você verá que, se os cristais da nuvem estiverem alinhados horizontalmente, eles funcionam como prismas minúsculos que refratam a luz e formam esse arco-íris diferente. A raridade do fenômeno depende, principalmente, das condições climáticas e da latitude em que o observador está — por exemplo, quem vive em locais em latitudes médias tem mais chances de observá-lo durante o auge do verão. Essa foto foi feita nas montanhas de North Fork Mountain no estado da Virgínia, nos Estados Unidos.

Terça-feira (31) — O que dizem as cores da Lua

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A Lua é o maior e mais brilhante objeto no nosso céu noturno e, quando a vemos, é comum percebermos tons amarelados ou acinzentados. Se pudéssemos aprimorar essas cores e deixá-las mais vibrantes — como foi feito na imagem acima —, conseguiríamos observar algumas características importantes do nosso satélite natural, que ajudam a distinguir as diferentes composições químicas presentes nele. Por exemplo, as áreas em azul indicam locais ricos em titânio, enquanto as regiões em laranja e roxo mostram lugares com baixa presença de titânio e ferro.

Já a região do Mar da Tranquilidade, conhecida pelo pouso da missão Apollo 11, aparece no canto superior direito da imagem em azul, enquanto linhas brancas cortam a região sul, na cratera Tycho, no canto inferior direito. Vale ressaltar que as cores fortes da foto são resultado de uma edição digital, e esta é uma composição formada por 272 fotos individuais.

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Quarta-feira (1) —  Jatos de buracos negros supermassivos

Observações realizadas com o radiotelescópio Australian Square Kilometer Array Pathfinder (ASKAP), para mapear a evolução das galáxias, resultaram nessas formas esverdeadas, que parecem estar dançando. O que você vê ali são jatos emitidos por buracos negros supermassivos. Esses objetos têm massa que pode alcançar até bilhões de vezes à do Sol e estão presentes no centro de quase todas as grandes galáxias.

Outras imagens feitas antes desse estudo mostraram somente bolhas amorfas, mas as comparações das quantidades relativas da energia emitida mostraram que, no fim das contas, as estruturas alongadas e brilhantes vinham de feixes de elétrons fluindo ao redor das linhas do campo magnético. Ao sobrepôr os dados das ondas de rádio às da luz visível, foi possível confirmar que esses fluxos vinham do centro de galáxias ativas, conhecidas por terem um buraco negro supermassivo em seu centro, "engolindo" matéria "a todo vapor". Geralmente, essas regiões produzem jatos retos, mas os destas galáxias da imagem podem ter formatos torcidos em função dos ventos intergalácticos.

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Quinta-feira (2) — Dupla galáctica

Aqui, temos um belo par de galáxias interagindo entre si. A da parte inferior da imagem, com estrutura mais definida, é a Galáxia do Redemoinho. Descoberta por Charles Messier em 1773 e catalogada como M51, esta é uma galáxia espiral formada por longos caminhos de estrelas e poeira, que comprimem hidrogênio e formam novas estrelas. Ela fica a 31 milhões de anos-luz de nós e, como está relativamente próxima da Terra, é um ótimo objeto de estudo para astrônomos que buscam entender melhor a estrutura das galáxias espirais clássicas e os processos da formação estelar. Aliás, os braços em redemoinho podem indicar outro processo em andamento.

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É que há astrônomos que consideram que os braços da galáxia vizinha são proeminentes dessa forma em função dos efeitos de um encontro próximo com a NGC 5195, a galáxia de brilho mais fraco e difuso na parte superior da imagem. Ela parece "puxar" um dos braços da M51, e as forças de maré ajudam a iniciar a formação de novas estrelas.

Sexta-feira (3) — A Nebulosa da Íris

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A 1.300 anos-luz da Terra, na constelação de Cepheus, o Cefeu, estão essas belas nuvens cósmicas. Trata-se da nebulosa NGC 7023 ou Nebulosa da Íris, como é mais conhecida. Esta é uma nebulosa de reflexão, ou seja, as cores que vemos são o resultado da dispersão da luz da estrela jovem e quente em seu centro. Já os filamentos mais no meio da nebulosa parecem mostrar um brilho avermelhado bem fraco, que é o resultado de partículas de poeira convertendo a radiação ultravioleta em luz visível vermelha. Além destes detalhes, essa imagem telescópica mostra bem as cores e as formas da nebulosa, cujas "pétalas" se estendem a aproximadamente 6 anos-luz.

Aliás, observações da NGC 7023 na luz infravermelha mostram que, em seu interior, há moléculas de carbono complexas, chamadas de "hidrocarbonetos policíclicos aromáticos". Estes compostos contêm carbono e hidrogênio, e os astrônomos acreditam que sejam alguns dos blocos responsáveis pela construção da vida. Como essas moléculas costumam aparecer em regiões quentes e caóticas do espaço, alguns acreditam que elas possam ter resistido às condições extremas, presentes no início do espaço.

Fonte: NASA