Cometa Nishimura perde pedaço de sua cauda — e a culpa é do Sol!
Por Daniele Cavalcante | Editado por Patricia Gnipper | 06 de Setembro de 2023 às 10h00
O cometa Nishimura (C/2023 P1) está se aproximando do Sol, mas essa jornada é sempre um grande risco para objetos como ele. No dia 2 de setembro, o cometa aprendeu essa lição graças a uma tempestade solar que arrancou parte de sua cauda.
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Descoberto pelo astrônomo amador Hideo Nishimura, o cometa que recebe seu nome é o centro das atenções de observadores ao redor do mundo — ao menos entre aqueles que possuem um telescópio capaz de detectá-lo.
À medida que se aproxima do Sol, no entanto, os riscos aumentam, já que cometas são feitos de gelo. Em alguns casos, esses objetos se partem em vários pedaços, mas o C/2023 P1 teve sorte e perdeu apenas sua cauda.
O fenômeno, conhecido como evento de desconexão, foi registrado pelo astrofotógrafo Michael Jaeger, na Áustria. A tempestade solar que o atingiu se formou por uma ejeção de massa coronal (CME) no dia 1º de setembro, causada por uma pequena erupção da mancha solar AR3413. A CME foi fraca e suas partículas viajaram à velocidade de 833 km/s, considerada lenta para esse tipo de evento.
Contudo, o cometa recebeu a tempestade entre as órbitas de Mercúrio e Venus, onde mesmo as CMEs fracas são bem mais intensas e fortes do que quando chegam à Terra. Além disso, a ejeção de massa coronal foi emitida quase totalmente na direção do cometa, no momento certo para cortar sua cauda.
Embora a cauda do Nishimura volte a crescer, ele está em risco constante: o Sol está em grande atividade neste ano e outras CMEs estão a caminho. É possível que outras tempestades solares atinjam o cometa, o que certamente resultaria em novas imagens tão fantásticas quanto aquelas de Michael Jaeger.
Fonte: Spaceweather.com