Ejeção de massa coronal dupla causa tempestades solares
Por Daniele Cavalcante • Editado por Patricia Gnipper |
Duas ejeções de massa coronal (CME, na sigla em inglês) ocorreram no Sol entre o final de agosto e o início de setembro, com potencial para gerar tempestades solares com auroras boreais. Conforme o previsto, as tempestades ocorreram e trouxeram auroras incríveis até latitudes mais abaixo que o normal, mas ainda não se sabe qual CME as causou.
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Os instrumentos da espaçonave Solar & Heliospheric Observatory (SOHO) registraram uma das CMEs se espalhando pelo espaço no dia 1º de setembro após uma explosão solar de classe M1, considerada média. Essa erupção foi emitida pela mancha solar AR3413, a maior atualmente visível na superfície do Sol, e viajou à velocidade média de 1.451 km/s.
Esta CME não veio diretamente em direção à Terra, mas os modelos da NASA mostraram com antecedência como ela passou de raspão pelo nosso planeta.
Já a CME do dia 30 de agosto foi enviada diretamente em direção à Terra, após uma erupção de filamento magnético no Sol. A ejeção de massa coronal não foi muito poderosa, e a segunda, descrita acima, foi mais potente.
Havia previsões de impacto desta CME com a Terra, mas os dados não foram suficientes para descrever com precisão o que aconteceu. Apesar de os dados do vento solar não mostrarem sinais claros de impacto, a tempestade geomagnética aconteceu mesmo assim e causou auroras boreais.
Uma das explicações possíveis é que que ventos solares em torno do nosso planeta tenham atrapalhado o monitoramento das partículas da CME. Por isso, não foi possível detectar exatamente qual evento causou a tempestade.
Novas ejeções de massa coronal
No domingo (3), um novo halo de ejeção de massa coronal foi detectado no Sol pela SOHO, à velocidade de 1.041 km/s. Além disso, há campo magnéticos no centro do disco solar cuja complexidade aumentou, o que resultou em várias erupções de classe C (menor) durante a segunda-feira (4).
Os especialistas da Solar Influences Data Analysis Center (SIDAC), na Bélgica, preveem que duas regiões na superfície do Sol devem apresentar forte atividade, com explosões de classe C e possiblidades de explosões de classe M.
Por fim, um buraco coronal (lugares onde as linhas de campos magnéticos do Sol não se fecham sobre si mesmas, mas abrem-se para o espaço) está gerando um vento solar que deve chegar à Terra em 7 de setembro.
Fonte: Spaceweather.com