Cometa 12P/Pons-Brooks entra em erupção pela 3ª vez em cinco meses
Por Danielle Cassita • Editado por Patricia Gnipper |
Mais uma erupção foi registrada no cometa 12P/Pons-Brooks (12P). O fenômeno foi o segundo registrado em um só mês, e conferiu ao cometa estruturas alongadas que lembram o formato de chifres. A nova erupção sugere que o 12P está ficando mais vulcanicamente ativo conforme viaja ao interior do Sistema Solar.
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A nova erupção foi identificada no fim de outubro pelo astrônomo amador Eliot Herman, que notou que o cometa passou a brilhar quase 100 vezes mais que o comum. “No Halloween, a ‘explosão do diabo’ aconteceu com uma grande emissão que continuou até o dia seguinte”, relatou ele.
Os astrônomos observaram o cometa 12P sofrer sua primeira explosão em 69 anos no dia 20 de julho, que tornou seu coma milhares de vezes maior que o núcleo. Depois, em outubro, foi registrada uma erupção ainda mais intensa nele. Quando o 12P/Pons-Brooks entra em erupção, seu coma forma as estruturas alongadas que lembram chifres.
As erupções acontecem devido ao grande núcleo do cometa, que mede 17 quilômetros de diâmetro e tem uma espécie de entalhe em sua superfície. A estrutura bloqueia o fluxo de criomagma que seguiria ao espaço, e faz com que o coma fique com formato irregular.
O cometa 12P/Pons-Brooks
O 12P é um cometa formada por um núcleo sólido que, em seu interior, tem gelo, gás e poeira. Este núcleo é cercado pelo chamado coma, uma nuvem difusa de materiais que escaparam do interior do cometa.
Além disso, o 12P/Pons-Brooks é um cometa criovulcânico. As erupções acontecem porqe a luz do Sol aquece seu interior, fazendo com que a pressão ali aumente até romper a estrutura do núcleo. Quando isso acontece, estruturas congeladas do cometa são expelidas ao espaço, deixando eu coma mais brilhante em nossa perspectiva.
Em sua órbita elíptica, o 12P se aproxima do Sol e depois é lançado para longe no Sistema Solar externo. Ele vai chegar ao periélio (ponto de maior proximidade do Sol em abril de 2024, ficando a 116,7 milhões de quilômetros do astro. Em junho, o cometa vai fazer sua aproximação máxima da Terra, passando por 231,9 milhões de quilômetros do nosso planeta.
Fonte: SpaceWeather