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Colapso de civilizações avançadas pode explicar a falta de contato alienígena

Por| Editado por Rafael Rigues | 12 de Maio de 2022 às 11h26

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Stefan Keller/Pixabay
Stefan Keller/Pixabay

É possível que civilizações tecnologicamente avançadas nunca tenham entrado em contato conosco porque, em algum momento, elas acabariam tendo seu desenvolvimento estagnado ou seriam extintas. Para os astrobiólogos Michael Wong e Stuart Bartlett, da Carnegie Institution for Science e California Institute of Technology, respectivamente, estas civilizações podem chegar a um ponto de crise em que a inovação não acompanharia a demanda de energia, e acabariam colapsadas.

A hipótese foi proposta pelos autores como uma tentativa de solucionar o Paradoxo de Fermi, que descreve, de forma resumida, a contradição entre a alta probabilidade da existência de vida extraterrestre acompanhada do fato de que não temos evidências destes seres. O paradoxo foi proposto pelo físico Enrico Fermi, que estava discutindo vida extraterrestre com colegas e se perguntou “onde estaria todo mundo”.

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Por enquanto, a pergunta não foi respondida, mas segue examinada por cientistas. No caso do estudo, os astrobiólogos analisaram o crescimento “superlinear” das cidades, que sugere que o crescimento e o consumo de energia aumentam a taxas exponenciais, acompanhados do aumento da população. O resultado disso é um ponto de crise (ou singularidade) que causa quedas bruscas no crescimento e, eventualmente, um colapso.

Portanto, eles sugerem que, assim que uma civilização planetária chegar a um estado de “cidade global virtualmente conectada”, ela enfrentará uma espécie de desgaste assintomático, um processo de crise em que a escala de tempo da singularidade fica menor que a escala de tempo para a inovação. “Ou as civilizações colapsam pelo esgotamento, ou se redirecionam para priorizar a homeostase, um estado em que a expansão cósmica não é mais um objetivo, o que as torna de difícil identificação remota”, escreveram.

Civilizações extraterrestres e o colapso

O fim destas civilizações poderia ser evitado com o chamado “despertar homeostático”, em que a produção delas seria desviada da expansão pelo universo e iria priorizar o bem-estar social e desenvolvimento sustentável. Pode ser que elas não abandonem totalmente a exploração espacial, mas provavelmente não iriam se expandir a escalas grandes o suficiente para entrar em contato com a Terra ou serem identificadas.

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Para os autores, as civilizações próximas do colapso seriam mais fáceis de detectar porque estariam dissipando grande quantidade de energia de forma altamente insustentável. “Isso abre a possibilidade de que grande parte das detecções iniciais de vida extraterrestre sejam, na verdade, do tipo inteligente, mas não sábio”, propõem. Mesmo assim, eles consideram que tanto o despertar mencionado quanto o colapso seriam consistentes com a ausência de observações de civilizações.

Eles destacam também que trabalharam em uma hipótese elaborada a partir das regras que afetam a vida na Terra, como uma forma de provocar discussões e novos trabalhos futuros. De qualquer forma, o trabalho deles se junta a uma série de outros já realizados para tentar explicar o porquê de nunca termos conseguido contato direto com seres extraterrestres, caso existam.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Royal Society Open Science.

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Fonte: Royal Society Open Science