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Ecossistemas de inovação estimulam crescimento sustentável das cidades

Por| 23 de Setembro de 2021 às 10h00

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Envato / Faber14
Envato / Faber14

Quando falamos de smart cities, o conceito envolve um conjunto de atores que precisam trabalhar juntos. O termo “ecossistema” carrega uma inevitável metáfora com a natureza, afinal os ecossistemas naturais reúnem plantas, animais e todos os elementos que coexistem em equilíbrio para que a vida prospere.

Em relação ao ecossistema de empreendedorismo inovador, ou de inovação, eles são criados para proporcionar o desenvolvimento econômico e sustentável. Com pilar social, econômico e de meio ambiente. E isso tem tudo a ver com uma cidade inteligente, que se desenvolve de uma maneira sustentável.

Temos hoje uma limitação do modelo do ecossistema de inovação. Não existe um tamanho ideal, mas eles acabam sendo delimitados pelas fronteiras municipais. Por exemplo, Florianópolis ou a Grande Florianópolis? Curitiba ou a Grande Curitiba? Isso talvez explique por que São Paulo não tem um ecossistema nos moldes de Curitiba ou Joinville, simplesmente porque são 15 milhões de habitantes. É grande demais. Talvez fossem necessários quatro ecossistemas paulistanos, pelas zonas da cidade...

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Segundo análise do especialista Marcus Rocha, CEO da 2Grow Habitat de Inovação e professor do curso de especialização Smart City Expert, é preciso que os negócios prosperem para que as pessoas tenham empregos de qualidade, em quantidade suficiente para que a cidade se desenvolva de forma mais organizada, para que o meio ambiente seja preservado, e assim por diante.

Esse ecossistema de inovação busca fazer com que a economia do local cresça de forma sustentável, equilibrando todas as dimensões, para que a cidade também possa crescer, diminuindo desigualdades e distribuindo riquezas.

Quando falamos em living labs e ecossistemas de inovação, não podemos deixar de lado a questão da adaptabilidade do conceito. O ecossistema mais famoso do mundo é o Vale do Silício, na Califórnia, que engloba uma área gigantesca em toda a região da Baía de São Francisco. É um modelo que funcionou lá, mas é preciso adaptação e evolução.

Voltando ao case do ecossistema de Florianópolis, já se discute essa expansão geográfica para não limitar seus efeitos. O professor Rocha sempre ressalta que tudo começa com uma boa universidade, afinal o material humano, as competências e talentos são fundamentais em um polo universitário. A criação de uma cultura de inovação naquele local acaba sendo consequência de todo esse movimento.

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Foi o que se deu com o ecossistema curitibano, a partir do lançamento do Vale do Pinhão – que chegou pela segunda vez à final Latam Smart City Awards, na categoria Smart Latam, que reconhece planos estratégicos que combinam projetos e iniciativas para a consolidação de cidades inteligentes. A premiação será em outubro, em Puebla (México). Na edição de 2018 do prêmio latino, Curitiba foi premiada com o aplicativo “Saúde Já” na categoria Transformação Digital.

Vale o alerta de que não estamos falando de um "egossistema", problema que às vezes é comum em cidades menores, envolvidas em suas rotinas e problemas, que não pensam além do alcance da comunidade imediata. 

Para desenvolver o chamado modelo de inovação com a tripla hélice, é preciso união entre o poder público, a iniciativa privada e a academia. Tipicamente, nós precisamos de um habitat de inovação, um local que as pessoas frequentem para trocar e construir juntas o ecossistema de inovação. Isso envolve os agentes estruturantes, que fazem diagnósticos e consultorias, além de empreendedores e startups.

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As soluções inovadoras do living lab de Curitiba, desenvolvidas com maior ênfase desde 2017, com o Vale do Pinhão, envolvem áreas como empreendedorismo, reurbanização, mobilidade urbana, saúde, educação e meio ambiente.

Em relação ao modelo híbrido de presencial e remoto, isso varia nos locais com maior segurança sanitária. O online resolve muitas coisas, mas a inovação é acima de tudo uma atividade social, que exige o contato. A comunicação presencial é muito melhor que a remota. 

Os habitats de inovação precisarão ser reocupados. Quem abandonar totalmente o contato físico vai perder nesses aspectos. O ser humano não consegue a mesma dinâmica a distância, precisamos entender nossas habilidades e limitações.