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Levaremos 200 milhões de anos para encontrarmos alienígenas, diz estudo

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  |  • 

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Stefan Keller/Pixabay
Stefan Keller/Pixabay

Para muitos astrônomos e cientistas teóricos, a existência de formas de vida alienígenas é uma certeza, nós só não temos tecnologia capaz de encontrá-las. O instituto SETI (sigla em inglês para Search for Extraterrestrial Intelligence) é um dos melhores exemplos de ciência que leva essa pesquisa a sério, mas as ferramentas ainda são muito limitadas, o que dificulta saber onde procurar. Um novo estudo, entretanto, aponta para algumas direções.

  • Moléculas reprodutivas (por exemplo, RNA)
  • Vida unicelular procariótica
  • Vida unicelular eucariótica
  • Reprodução sexual
  • Vida multicelular
  • Animais capazes de usar ferramentas
  • Civilização industrial
  • Colonização em larga escala (etapa que seria nosso futuro, se sobrevivermos até lá)

Considerar essas etapas é importante, porque cada passo, a probabilidade de falha aumenta. Tomemos Marte como exemplo: os astrônomos estão bem confiantes de que houve vida microbiótica em algum momento no passado distante do Planeta Vermelho, mas, devido a uma série de fatores, a atmosfera escapou para o espaço, levando embora as condições de vida e extinguindo as formas de vida.

Além disso, algumas dessas etapas levam mais tempo para se alcançar do que outras. Como Hanson explica, “o tempo dos eventos na história da vida na Terra sugere que houve 3-9 etapas difíceis pelas quais a vida teve que passar para atingir nosso nível, e que a maioria dos planetas como o nosso nunca atinge nosso nível antes que a janela para a vida naquele planeta se feche”.

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Isso significa que, nesse cenário, a vida avançada como a humana é rara — não por ser especial, mas por surgir cedo. Isso explicaria porque não vemos nenhuma vida no nível 9 causando grandes impactos visíveis no universo. O estudo sobre os alienígenas grabby resultaram em uma simulação gráfica que mostra o universo como uma esfera e as civilizações tecnológicas avançando e ocupando os espaços. Repare a passagem de tempo em anos-luz no canto superior esquerdo do vídeo abaixo.

De silenciosos para ruidosos

Todas essas conclusões não significam que a vida fora da Terra é inexistente, mas que o universo ainda não viu a vida no nono estágio, ou seja, com a tecnologia necessária para “agarrar” o universo. De acordo com o modelo da civilização grabby, tudo isso é resultado de um efeito de seleção pelo qual a vida alienígena avançada eventualmente passará, até se expandir para preencher o universo.

Essa passagem para o nono estágio é o que Hanson e sua equipe chamam de transição da civilização “silenciosa” para “ruidosa”. As civilizações ruidosas são chamadas assim porque aumentam seu volume (no espaço) e mudam a aparência de seus volumes mostrando sinais de atividade e produzindo tecnossinaturas. Civilizações silenciosas são aquelas que não aumentam seus volumes ou os alteram — o que inclui o atual nível da humanidade.

A “moral da história” é que, com o tempo, civilizações silenciosas devem avançar até a transição para se tornarem ruidosas, desde que o façam antes que o prazo de vida em seus planetas acabe. Isso significa que a humanidade só conseguirá se estabelecer em outros planetas se for capaz de manter nossa própria Terra sustentável até que tenhamos tecnologia suficiente para a migração interplanetária.

Em última análise, o estudo concluiu que as civilizações grabby (ou ruidosas) emergem das silenciosas a uma taxa de uma vez por milhão de galáxias, aproximadamente. Isso é muito raro, mas não inexistente. A transição de civilizações deve acontecer com maior frequência no futuro distante, conforme nos mostra a simulação, e um dia cada civilização grabby acabará por controlar 100.000 a 30 milhões de galáxias.

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Por último, a equipe estimou que a humanidade provavelmente encontrará uma dessas civilizaões grabby em algum momento entre a 200 milhões a 2 bilhões de anos no futuro. Antes disso, as chances de detectarmos sinais de atividade tecnológica no universo são muito baixas. Além disso, este modelo prevê que a proporção de civilizações migrando de silenciosa para grabby precisa ser superior a 10.000 para 1 para haver chances de nossa galáxia, em toda a sua história de 13,5 bilhões de anos, tenha produzido uma civilização silenciosa ativa.

Certamente não são boas notícias para o SETI, mas o estudo é um grande avanço em termos de teoria e matemática probabilística a respeito de vida alienígenas. Além disso, deve haver formas de vida mais simples, que poderão evoluir para, em um futuro distante, tornarem-se civilizações tecnológicas. Encontrar uma delas seria não apenas emocionante, como uma real revolução em nosso conhecimento sobre o universo.

Fonte: Grabby Aliens, Universe Today